O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (22/06) que dificilmente haverá concursos públicos no Brasil nos "próximos poucos anos", uma vez que não há dinheiro para isso. A declaração foi feita ao dizer que não é ele quem cria emprego, uma vez que o presidente poderia fazer isso apenas com concursos ou cargos de comissão. O caminho, afirmou, é melhorando a economia brasileira, em especial com a aprovação da reforma da previdência. Ele também ligou o possível aumento da taxa de desemprego à elevação da violência.
“Em todas as minhas andanças pelo mundo, parece que a palavra mágica passou a ser reforma da previdência. Muita gente quer investir aqui. E gente de dentro do Brasil. Estão esperando isso que virou algo mágico. Se a previdência sair, voltamos a ter confiança e os investimentos virão. E atrás disso vem emprego. Pessoal cobra de mim. Emprego não sou eu. Emprego quando crio cargo de comissão ou quando faço concurso. Paulo Guedes decidiu basicamente que poucas áreas terão concurso, porque não tem como pagar mais. O problema é esse. A gente até gostaria em uma área ou outra. Abri uma exceção para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Fora isso, dificilmente teremos concurso no Brasil nos próximos poucos anos”, disse Bolsonaro, acrescentando:
“A partir do momento em que ninguém investe aqui, a taxa de desemprego aumenta e aí vem a violência. Tudo de ruim vem atrás”.
Cobrança da bagagem
O presidente defendeu o veto à franquia de bagagem, ou seja, a manutenção da sua cobrança pela companhias aéreas.
“Olha só, eu cheguei em 91 aqui (a Brasília, quando foi eleito deputado federal). Naquele tempo, tinha jornais de graça dentro do avião. Até pouco tempo você tinha um almoço, um café, um lanche. Você passou a pagar. É justo quem não come nada no avião pagar por quem está comendo? Porque está tudo na passagem. Se começa a dar prejuízo, o cara aumenta a passagem. O pessoal não vai manter o preço porque na lei diz que você tem que isentar até 23 quilos. O cara aumenta a passagem. Olha só, muitas vezes você vai numa viagem curta, daqui para São Paulo, e paga R$ 500, e eu que tô do lado paguei R$ 1.500. Ninguém se preocupa com isso”, afirmou Bolsonaro.
Questionado, se pensa em mandar algum projeto nesse sentido, para evitar a diferença de valores em passagens, ele disse que não, uma vez que não pode interferir no mercado dessa maneira.
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