Ao longo dos últimos meses os ouvintes da rádio Band FM 96,1 foram presenteados com brindes do Projeto “O Som das Cores”, que termina no final deste mês. O artista que encerra é Andinho Ide, que tem 20 anos de carreira e, que em entrevista nesta quinta-feira (17/01), falou sobre a evolução do grafite como arte e de sua participação no projeto.    

O artista explicou que em 2015 quando recebeu o convite para participar projeto estava passando por um momento muito conturbado na vida profissional e pessoal, inclusive com dificuldades para criar, então escolheu uma tela criada em 2013. “Escolhi uma estampa que gosto muito que é uma tela que foi feita em 2013 para uma exposição no Sesc e que se chama ‘Questionando a Evolução’. É a figura de um macaco que tem uma maçã  e ali ele questiona se a evolução dele realmente é evolucionista ou algo divino que é responsável pela criação”, contou Ide. 

A arte de Ide e demais participantes do projeto foram estampadas em camisa, caneca, almofada e marca texto que deste 2018 começaram a colorir os lares dos ouvintes da 96,1.

“Participar do projeto pra mim foi muito bacana. Conversando com os meninos, chegamos ao consenso de que a iniciativa foi muito boa. O bacana é que o rádio é um veículo de comunicação que não passa a imagem, mas através das redes sociais, outras mídias, as pessoas também puderam ter acesso a essas artes. Fazer um projeto que basicamente é visual em um veículo que é só áudio foi um desafio tanto para a equipe da Band quanto para nós artistas. Culminando isso tudo com as peças que foram produzidas através do projeto, isso já está propagando ainda mais [o grafite], pois nos artistas pudemos ter as estampas divulgadas, presenteadas e isso é muito bacana. Talvez pessoas que nunca tiveram acesso ao grafite ou a um artista teve esse acesso através do projeto”, disse.      

Andinho Ide iniciou a carreira em 1998. O artista relata que à época o grafite não era bem visto como é hoje, ainda era muito confundido com vandalismo. “Foram muitos ‘baculejos’ por aí, vários painéis até que começou a ter essa divulgação, abertura para o grafite como arte. Isso também tem muito a ver com a profissionalização do grafite e dos artistas que, quanto mais a galera ai se aprimorando mais a estética se aprimorava, e com isso as pessoas foram aceitando mais o grafite”, explica Ide que no início da carreira chegou a viajar para Rio e São Paula em buscas de novas técnicas.   

O artista diz não ser preso a uma única técnica e isso se deve ao fato de permear caminhos da ilustração, grafite e outras técnicas. “Por fazer muitas coisas dentro da arte, eu não consegui me prender a um estilo só. Cada época procuro fazer uma coisa diferente para não ficar preso a um estilo só, pois acho que isso acaba limitando um pouco o artista, mas isso é de cada um. Esse questionamento, vontade de evoluir, vontade mudar o "trampo" é particular de cada um. Eu tenho mudado muito meu "trampo". Sempre fiz personagem, mas de um tempo para cá estou fazendo letra porque era um aspecto que tinha muita dificuldade, então estou buscando fazer mais letras e aprimorar minha técnica”, disse.   

Além de Andinho Ide, participam do projeto “O Som das Cores” os artistas Dyrua, DoMeio, Dom, Kane KS, Pablo, M.V. Curi, Maycon Elioberto, Diego Gás e Jhony Misterbod.