Em todo o país foram realizadas manifestações nesta quarta-feira (15/05) contra o bloqueio re recursos para a educação, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). Em Campos, organizado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), alunos e professores de universidades e escolas fizeram paralisação. Um dos atos na cidade ficou concentrado no Largo da Imprensa, no Calçadão Boulevard de Paula Carneiro, no Centro.
O MEC bloqueou 24,84% dos gastos não obrigatórios dos orçamentos das instituições federais. Essas despesas incluem contas de água, luz e compra de material básico, além de pesquisas.
“Esse é um chamamento à sociedade para que todos se conscientizem das dificuldades que as instituições estão enfrentando e vão enfrentar, pois se nós não tivermos os institutos federais na sua plenitude, bem como as universidades, nós não só vamos perder a possibilidade de fazer ciência e pensar no futuro deste país, mas vamos ter dificuldades na formação de professores, na formação de profissionais de altíssima qualidade. Estão comprometendo o futuro do país”, disse o reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Manhães Azevedo.
O reitor informou que com o bloqueio, já houve corte de R$ 18 milhões do IFF. “Este valor representa uma redução de 37%. Recursos estes que seriam utilizados na compra de insumos para os laboratórios, dinheiro que pagamos água, luz, equipes de limpeza, segurança, viagens técnicas, muitas bolsas de pesquisa de extensão. Tudo isso está comprometido”, pontuou.
A professora do Curso de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Socorro Lima, destacou que este é um movimento em defesa da educação pública de qualidade, de forma laica e diversa. “Abrange todos os setores da educação, que engloba o ensino fundamental até as universidades, que têm sido mais atacadas no momento, com cortes de verbas de mais de 50%. O corte para a UFF atinge não só os cursos de graduação, mas também os cursos de pós-graduação”, comentou.
Bancários também na luta
O Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes e Região também participou na manhã desta quarta-feira (15/05) do ato público no Centro da cidade em defesa da educação. A caravana dos bancários saiu em passeata da sede do Sindicato e se juntou à atividade no calçadão, que contou com a participação de estudantes, movimentos sociais e representantes de várias categorias profissionais.
O Sindicato levou para o ato o "Caveirão dos Bancários", faixas e o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência. Choveu forte na cidade, mas mesmo assim os manifestantes permaneceram protestando contra os cortes promovidos pelo governo na educação.
Representando os bancários, a secretária de Promoção Social e Cultural do Sindicato, Cristina Barreto, mandou um recado ao ministro da Educação em sua fala: "Senhor Abraham, um recado dos bancários para o senhor: volta para a sala de aula. Conclui seu estudo. Seu trabalho é arrecadar. Seu trabalho não é cortar. Montaram um circo de horrores".
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