Terça-feira, 30 de abril de 2024

Caminhoneiros mantêm protestos mesmo após anúncio de uso das forças de segurança

Em Campos há pelo menos 150 veículos parados nos Km 70 e 75 da BR-101

25/05/2018 às 18h21 25/05/2018 às 18h28

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Protestos tiveram início na última segunda-feira em vários estados / Foto: Jean Moraes

Sem qualquer sinal de desmobilização, caminhoneiros seguem ocupando o acostamento na BR-101, em Campos. Os pontos usados pela categoria são os Km 70 e 75. Os manifestantes dizem que não vão deixar o local mesmo após o pronunciamento do presidente  Michel Temer autorizando o uso das forças de segurança para liberar as rodovias bloqueadas.  

“Estamos tranquilo porque a rodovia está liberada. Nós não estamos atrapalhando ninguém. A rodovia não pode ser obstruída e não estamos obstruindo”, disse o caminhoneiro Marcos Antônio Cabral acrescentando que “os carros têm o direito de ir e vir e nós estamos deixando esse direito de todo funcionar”.

Pelos menos 150 veículos estão parados no Posto Timbozão. Um dos problemas que tem afetado a população desde que a mobilização começou na última segunda-feira (21/05) é o desabastecimento quer seja nas centrais de abastecimento, supermercados e postos de combustíveis. Questionado sobre o impedimento destes veículos segurem viagem, Marco Antônio disse que “Os motoristas têm direito de seguir viagem, mas eles resolveram aderir ao movimento, pois acreditam ser prejudicial para eles mesmos. Continuam aqui porque acham que assim é melhor”, disse o caminhoneiro.

Sobre boatos de saque de cargas, Marcos Antônio disse “até agora não houve saque e nem mercadoria estradando. Nós mesmos cuidamos disso para evitar qualquer problema, porque as mercadorias têm donos e nós temos que zelar por isso também”.

Além dos carros de passeio que tem trânsito livre pelo local, também estão seguindo viagens caminhões com carga de medicamentos e material hospitalar “Atendimento hospitalar é especial. Eu não sou ignorante ao ponto de chegar e negar ajuda àqueles que mais precisam, então, oxigênio e remédios estamos deixando passar. A própria comida que vem com nota destinada para hospital nós também estamos deixando passando”, disse um caminhoneiro.

Quanto aos carregamentos de combustíveis, cujo desabastecimento tem provocado uma corrida dos postos, o caminhoneiro disse “Eles estão aderindo a paralisação, pois interfere a eles também”, disse Antônio afirmando “Isso não é uma greve é uma paralisação”.

USOS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA

Temer anunciou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam liberadas pelo movimento, na tarde de hoje, após os caminhoneiros prosseguirem com a mobilização mesmo depois do acordo feito na noite de quinta-feira (24/05). Em Campos, os caminhoneiros resistem e dizem que só irão se desmobilizar após um acordo “concreto”.  

“O governo simplesmente pronunciou o que achou ser conveniente para ele. Ele não fez acordo com a gente. Se fosse homem suficiente para fez acordo, não teria expulsado o pessoal que estava lá responsável para acordar qualquer coisa e sair da sala. Não queremos acordo de boca, mas sim por escrito e carimbado”, disparou.

A mobilização dos caminhoneiros já dura cinco dias. Por aqui, a categoria tem recebido apoio de outros motoristas e da população para seguir reivindicado medidas contra a alto do combustível no país. “A própria população da redondeza tem dado alimentos como pão e café para a gente. O banho nós estamos usando o espaço do posto”, disse.

ABCAM PEDE DESBLOQUEIO DAS RODOVIAS

A Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) divulgou nota hoje pedindo o fim dos bloqueios de rodovias e a manutenção de manifestações pacíficas. O comunicado foi uma reação ao pronunciamento Michel Temer, no qual informou que faria uso de forças federais para desobstruir as vias interditadas pelo protesto dos caminhoneiros.

“É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria. Sendo assim, nos resta pedir a todos os companheiros que desobstruam as rodovias e respeitem o decreto presidencial”, disse a nota da entidade.

No texto, a associação afirmou que os caminhoneiros já mostraram sua força e defendeu que a categoria siga mobilizada em defesa da retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel. A entidade também destaca que não fechou acordo com o governo e critica o governo por ter demorado a dar uma resposta às demandas apresentadas. “A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos”, informou o comunicado.

FALTA DE ACORDO
A Abcam não aceitou o acordo fechado ontem entre o governo federal e algumas entidades de representação de caminhoneiros. A associação reiterou que só aceitaria o fim das paralisações caso houvesse publicação pelo Diário Oficial da sanção presidencial de uma lei garantindo a retirada da incidência de PIS/Cofins sobre o diesel.

Fonte: Ururau

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