“Depois que minha filha recebeu o polvo ela começou a ganhar peso mais rápido, não teve mais complicações respiratórias. O estado de saúde dela estabilizou. Isso aconteceu quando ela estava apenas 10 dias internada. A evolução foi observada de imediato”. A afirmação foi feita por Aline Nunes dos Santos, mãe de Valentina que estava na UTI aceitou participar do Projeto. Hoje um ano depois, de volta ao hospital ela lembra com carinho como tudo aconteceu.
Nesta quarta-feira (25/04) do Hospital Plantadores de Cana (HPC) está comemorando um ano de implantação do Projeto Polvo, nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e Intermediária (UI). A técnica que foi implantada inicialmente na Dinamarca chegou ao hospital através de um grupo de São Paulo.
Durante esse período 260 bebês receberam polvos de crochê. Um projeto que vem sendo realizado graças ao apoio de dez voluntárias que confeccionam e conseguem as doações das linhas. Um ano depois, todos os bebês internados no HPC recebem o polvo e quando estão de alta médica podem levar os polvos para casa.
O polvo feito de crochê quando colocado dentro das incubadoras tem melhorado a frequência cardíaca, índice de saturação de oxigênio e deixado os recém-nascidos mais calmos.
O tentáculo lembra o cordão umbilical e os bebês acabam segurando neles, oferecendo uma sensação de segurança.
O Coordenador da UTI, o médico Marianto de Freitas Cunha Filho, explica que ainda vai ser necessário um tempo maior para conclusão, mas em uma semana de implantação já foi observado que a criança fica mais calma.
“As crianças choram menos e dentro de UTI que existe uma situação grande de procedimentos para controle do quadro clínico, qualquer ‘ferramenta’ que gente possa ter vai ajudar. A situação de stress provoca alteração corporal. O polvo acalenta o bebê e ajuda no desenvolvimento neuromotor”, explica o médico.
De acordo com os dados do hospital, no primeiro trimestre de 2017, 153 bebês foram internados, sendo que 133 receberam alta médica, o que representa um índice de mortalidade 13%. Já neste trimestre foram realizadas 141 internações, com 130 alta, um percentual de 7,8%, de mortalidade.
“Ainda não é possível afirmar, mas observamos a redução da mortalidade. Por isso acreditamos que o trabalho de humanização que estamos realizando com o polvo, o banho de ofurô, entre outros estão ajudando na evolução dos nossos bebês”, afirmou a enfermeira Arilza Machado.
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