Desmontar uma quadrilha que roubava, desbloqueava e revendia aparelhos celulares no interior fluminense. Este foi o objetivo da Operação “Quebrando a Banca”, deflagrada nesta terça-feira (11/12) em Campos, São Francisco de Itabapoana e Itaperuna, que culminou na prisão de 13 pessoas e na apreensão de mais de 700 celulares e 40 tablets, segundo balanço apresentado durante coletiva realizada na 134ª Delegacia de Polícia.

Dos 25 mandados de prisão, 14 suspeitos não foram localizados e já são considerados foragidos da pela Justiça.

Ao todo foram seis meses de investigação até chegar ao modo de atuação e identificação dos integrantes da quadrilha. “Quebrando a Banca” foi deflagrada pelas Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

“Precisamos de uma investigação mais profunda que fosse capaz de trazer resultados de uma forma mais global de todo esse fenômeno do roubo, de forma a reprimir dentro de toda cadeia  desde o aquele que rouba p celular até o que o que reabilita tecnicamente esse aparelho e, principalmente aquele que dentro de uma atuação comercial recoloca o celular no mercado”, disse Pedro Emílio Braga, delegado adjunto da 134ª DP e responsável pelas investigação.

O delegado explicou que a quadrilha era configurada por sub-células formadas por roubadores, por pessoas com conhecimentos técnicos que reabilitava os aparelhos e um terceiro grupo compreendido por bancas do Shopping Popular Michel Haddad—um dos pontos de atuação dos policiais durante a operação—e mídias sociais que recolocavam os aparelhos no mercado. Os aparelhos roubados eram comercializados por valores compreendidos entre R$ 300,00, R$ 3.000,00 a R$ 3.500,00.  

O promotor de justiça Fabiano Moreira explica que houve um aumento no número de assaltos, com emprego de motocicletas e bicicletas na cidade, e a investigação tinha como objetivo identificar como esses celulares roubados voltavam ao comércio em geral e à população e rendiam lucros para a atividade criminosa. “Eles utilizavam equipamento moderníssimos, notebook com bloqueadores específicos para celulares, tinham uma ligação com pessoas de fora de Campos, talvez até de dentro de operadoras e toda essa dinâmica foi revelada pela investigação e assim foi possível chegar a essa mecânica da organização criminosa”, explicou acrescentado que a investigação continua, pois existem integrantes que não foram presos, outros que não são de Campos e estamos apurando especificamente suas identificações e também seu modo de operar. “O objetivo é acabar com essa atividade da cidade”, completou.  

Ainda durante a coletiva, o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Fabiano dos Santos Souza, fez um balanço positivo sobre a operação, inclusive por ter ocorrido em um período em que o número de pessoas circulando pela cidade aumenta em função das compras de fim de ano. “Podemos dizer que a operação veio muito a calhar pela época do ano, onde as pessoas circulam mais e sabemos que há tendência de que esse tipo de crime venha ocorrer”, disse Fabiano. O comandante pede a colaboração da população para que faça o registro de ocorrência em caso de roubo de rua para que a polícia possa direcionar suas operações ostensivas que têm como base a mancha criminal. Outro mecanismo a ser usado é o Dique-Denúncia  (22)2733-1177 em caso de conhecimento de pessoas envolvidas em roubo e também de receptador. O anonimato é garantido.  

Os 13 presos na “Operação Quebrando a Banca” estão prestando depoimento na 134ª DP e, posteriormente serão submetidos a exame de corpo de delito e encaminhados à Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro onde permanecerão a disposição da Justiça.