O surgimento de doenças, antes erradicadas, voltou a ser motivo de preocupação entre autoridades sanitárias e profissionais de saúde em todo o país. Amazonas, Roraima, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro são alguns dos estados que já confirmaram casos de sarampo este ano. Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus.
Segundo a infectologista Elizabeth Tudesco, a população não está se vacinando. Além disso, houve uma queda nas coberturas vacinais no Brasil, o que justifica o aparecimento de doenças como sarampo, coqueluche, poliomielite, rubéola e difteria.
Tudesco disse que em Campos, apenas a Pólio não há registro de casos, por ora. No entanto, caso a cobertura vacinal, sobretudo entre crianças, não aumente tanto a poliomielite quanto as demais patologias podem voltar a circular.
“A nossa cobertura ainda está muito baixa e precisamos ficar muito atentos para esses casos de doenças que já estavam erradicadas e agora vem aparecendo novamente como sarampo, coqueluche e poliomielite, rubéola e difteria. É necessário manter uma cobertura vacinal porque aí você completa o ciclo de cada vacina. Dessa forma, quanto mais pessoas imunizadas você forma um cinturão e, com isso, evita que pessoas contaminadas entrem naquele meio e levem a doença”, informou a médica.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a aplicação de todas as vacinas do calendário adulto está abaixo da meta no Brasil – incluindo a dose que protege contra o sarampo. Entre as crianças, a situação não é muito diferente – em 2017, apenas a BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada ainda na maternidade, atingia a meta de 90% de imunização. Em 312 municípios, menos de 50% das crianças foram vacinadas contra a poliomielite. Apesar de erradicada no país desde 1990, a doença ainda é endêmica em três países: Nigéria, Afeganistão e Paquistão.
“Essas doenças até por volta de 2000 se tinha um programa de imunização no Brasil muito bom, que foi modelo até mesmo para a Organização Mundial de Saúde (OMS). E, com o tempo, a gente foi notando que tanto a população por falta de divulgação ou por falta de incentivo dos próprios profissionais da saúde, foi deixando de se vacinar. Houve um relaxamento. Compras de vacinas foram negligenciadas. A população esqueceu e até a própria dificuldade socioeconômica fez com que o número de imunização diminuísse, além de outras séries de fatores”, lamentou Tudesco.
No país, há o calendário vacinal que dispõe de vacinas contra a gripe, sarampo, rubéola, difteria, tétano, além de soros para animais peçonhentos como escorpião. “Eu sempre falo que é melhor prevenir do que remediar. Vacina é uma coisa muito séria e não faz mal, muito pelo contrário, só faz bem. Para quem ainda resiste os eventos adversos após vacinação são pouquíssimos. O que a gente espera que a criança venha a ter é uma febre, uma dor local e um mal estar”, pontuou a especialista comentando: “para cada real que você gasta em prevenção você economiza R$5 em medicina curativa”.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que "o município de Campos dispõe de todas as vacinas previstas dentro do calendário do Sistema Único de Saúde. A cobertura vacinal do município ainda está em transição visto que estamos aproveitando a procura da população pela vacina contra Sarampo para aproveitarmos e atualizar a caderneta vacinal, principalmente infantil, daqueles que estão em atraso. No entanto já foi relatado pelo Ministério da Saúde que o território brasileiro como um todo teve a sua primeira baixa cobertura vacinal geral dos últimos 16 anos, já noticiado pela mídia do próprio Ministério da Saúde. Em Campos estamos intensificando as ações para que nosso município não esteja dentro deste contexto, porém é necessária a conscientização e participação da população. A própria Organização Mundial de Saúde vem divulgando que o principal problema para o aparecimento de doenças antes erradicadas nos territórios se deve a não vacinação, que pode acontecer das seguintes formas: quando uma pessoa ou um grupo não aceita receber nenhuma dose da vacina ou quando inicia um esquema vacinal que possua mais de uma dose porém não o conclui, seja por mitos e medo, ou ainda por esquecimento. Tais atos deixam a população exposta a adquirir a doença quando entram em contato com outra pessoa que esteja contaminada, formando assim bolsões de circulação do agente causador da doença. Logo podemos afirmar que ao não nos vacinarmos e a nossos filhos, estamos colaborando ativamente para o risco coletivo e individual. A vacinação é um meio extremamente eficaz de prevenção as doenças e possibilidades de sequelas e morte."
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