Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Associação de 'Ex-Árbitros' do Brasil e Americano unidos

Presidente alvinegro denunciou possível manipulação na Ferj

10/04/2019 às 20h18 10/04/2019 às 20h51 Redação

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Presidente Carlos Abreu pode virar réu nos tribunais / Foto: Reprodução

“Vou continuar minha cruzada até haver mudança no que está implantado no futebol do Rio de Janeiro”. Em entrevista concedida a reportagem do Site Ururau nesta quarta-feira (10/04), o presidente do Americano falou novamente da denúncia que fez após a partida contra o Boavista, no Campeonato Estadual da Série A, onde apontou um suposto esquema de manipulação de resultados promovido pelas arbitragens, para prejudicar o alvinegro campista diretamente.

E o Americano conquistou importante aliado nesse processo que já ganhou repercussão quase que imediata, após o dirigente, que é advogado, apresentar suas alegações.

A Associação Nacional dos Ex-Árbitros de Futebol do Brasil (ANEAB) deu entrada no Tribunal de Justiça (TJ-RJ) com uma ação na segunda-feira (08) contra a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) oferecendo a denúncia de manipulação da arbitragem no Campeonato Estadual. Entre as acusações de "(...)criar uma engenharia que controla simultaneamente a representação da arbitragem (sindicato), a fonte pagadora (cooperativa) e a organizadora das escalas dos profissionais para cada partida no Carioca (...)"....

A denúncia da ANEAB destaca ainda que existe dentro da Federação, na escala dos árbitros uma organização que escolhe entre seus “apadrinhados” que formam sempre o quadro de escalados. O Site Ururau apurou que a Ferj tem mais de 350 habilitados à prática, sendo que a maioria fica de fora das escalas. "(...) fazendo uso do Coaf-RJ, escala os árbitros, em contrariedade com seu próprio regulamento de arbitragem, para 'fazer o jogo' que lhes interessa (...)"....

A grande novidade desta quarta-feira (10) foi a posição do presidente da ANEAB, Marçal Mendes, que em entrevista ao Jornal O Globo se mostrou surpreso com a denúncia apresentada pela instituição que preside, colocando na conta do advogado, Diego Rodrigues. Vale destacar, que em entrevista concedida à TV Americano (link), o presidente demonstrava ter o mesmo pensamento dos demais membros da direção da Associação.

“Na entrevista ele (Marçal Mendes) diz que não há lisura no campeonato e que as pessoas são escaladas por (Jorge) Rabello”, diz o presidente alvinegro.

O Site Ururau conseguiu o contato com o advogado que manteve sua posição ratificando que se deve a decisão da junta governativa da Associação. “Existe um racha na Associação. Ela tem uma junta governativa e essa é composta por três membros. Eu devo seguir as deliberações da junta como um todo e não a individualidade de um de seus representantes. Independente do posicionamento pessoal que este possa ter. A junta como um todo é favorável à manutenção da ação. Foi o que me passaram e como prestador de serviços devo cumprir”, declarou Diego Rodrigues.

“Além disso agora digo como pessoa e advogado eu se não houvesse o feedback da maioria em seguir pela busca da lisura do esporte no Rio de Janeiro, e nesse caso especial no futebol, como advogado e amante do esporte eu não me retiraria dessa guerra contra práticas irregulares. Mesmo que não tivesse a incumbência de seguir com as orientações dadas pela junta governativa da ANEAB composta por pessoas sérias e honradas, eu tomaria as medidas cabíveis junto ao Ministério Público (MP). Adianto inclusive que ciente do ocorrido a Associação de Advogados já se manifestou no sentido de seguir essa ação caso a associação de árbitros desista”, destacou.

DENÚNCIA DO PRESIDENTE DO AMERICANO

Ao ser indagado de sua posição a respeito da denúncia do dirigente alvinegro, foi taxativo, e mais, revelou dados que sugerem a possível manipulação. “Meu posicionamento pessoal é que existem fatos e demonstrações dos mesmos que são indiscutíveis. Coincidentemente nesse jogo do Americano com o Boavista existia um desses profissionais. Não discuto se houve ou não intenção de qualquer conduta duvidosa por parte desse profissional, mas o fato é que ele lá esteve, escalado no jogo”.

Levantamento feito aponta a participação expressiva dos árbitros citados na denúncia. “Em um universo de mais de 80 árbitros de futebol por ano foi feito um levantamento de quantas vezes os profissionais de arbitragem vinculados ao Sindicato SAPERJ e a cooperativa COOPAFERJ são escalados por ano nas partidas no campeonato e esses números passam dos 70 por cento no somatório dos mesmos só na Série A do Campeonato Carioca, destinadas a 13 profissionais”, destaca Diego Rodrigues.

Sobre a denúncia direcionada a Jorge Rabello fez sua ponderação. “Ninguém monta uma chapa que não seja por afinidade entre os componentes, é fato que o líder dessa estrutura era sim Jorge Fernando Rabello, presidente da comissão de arbitragem da FFERJ, que foi afastado por ordem judicial”.

DENUNCIANTE OU DENUNCIADO?

Carlos Abreu já prestou esclarecimentos junto ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), e aponta que houve inversão dos fatos, e, ao invés de denunciante, acabou como denunciado. “Me colocaram como denunciado e disse isso lá no Tribunal, quando questionei se iam ouvir o que eu tinha para falar ou se iam apenas perguntar o que interessava a eles, na intenção de me colocar como denunciado”.

Tudo se iniciou após a partida contra o Boavista, na penúltima rodada da Taça Rio, quando Americano lutava contra o descenso para a Seletiva, e acabou derrotado por 1 a 0, em Saquarema. “No calor da emoção depois de ver e ouvir tudo aquilo em uma emissora de rádio falei tudo aquilo, que é verdade e ratifico minha posição. Confirmei a denúncia para o Procurador do TJD e falei abertamente que estão a fim de me desqualificar para me punir. Não querem apurar. Tudo o cenário foi criado para me colocar como denunciado.

“Ao ser questionado por qual razão não formalizou a denúncia junto ao TJD, Abreu explicou. “Como disse, a minha declaração foi em uma emissora de rádio e no dia seguinte a própria Federação (Ferj) mandou para a Procuradoria do TJD, sendo que eu ao invés de denunciante virei réu. Não vivo do futebol. Tem muitos me ligando e elogiando, mas a lei da mordaça prevalece, tem medo de represálias, clubes da Série A e B me dando apoio, mas em off”.

Diante dos fatos a Procuradoria que tem regimentalmente 15 dias prorrogáveis, por mais 15, com o inquérito aberto, para apresentar sua decisão, tudo indica que por falta de provas seja arquivado, e assim, o dirigente seja denunciado correndo risco de punições já previstas, que podem resultar em multas e até mesmo suspensão das funções do clube, onde é o presidente, com mandado em vigor até 31 e maio de 2020.

Se instaurado o inquérito como policial para apurar a possibilidades de ilícitos, isso baseado nas denúncias apresentadas contra a Ferj, Carlos Abreu não teme, pelo contrário, destaca que assim finalmente poderá apresentar suas alegações, o que não ocorrera, segundo ele, no TJD.

“Como disse não vivo de futebol, e uma punição que me levasse a encerrar meu mandato no Americano me tiraria dessa missão que cumpro por verdadeira paixão pelo clube, mas não vou recuar. Terei amplo direito de defesa e contraditório”.

Em caso de afastamento da presidência, assumiria o vice-presidente, Ariel Chácar.

Fonte: Ururau

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