Sobe a placa de substituição no Clube Esportivo Rio Branco, em seguida, um minuto de silêncio, homenagens, aplausos, lembranças e a vida segue com quem entra em campo, aliás, na administração. Sai o pai, Édson Moreira dos Reis, que faleceu no dia 13 de março, vítima de infarto, e entra o filho mais novo, também ex-atleta, assim como o pai, Édson Júnior, que traz além do nome do pai, a garantia de que dará sequência ao legado deixado.

Ao Site Ururau, o jovem, de apenas 30 anos e que deixou a carreira ainda aos 26, diz que vinha planejando esse momento, ao lado do pai, que enfrentava problemas de saúde há alguns anos, o que inclusive o fez decidir abandonar a carreira, em 2015, quando defendia o Bonsucesso.

“Vinha me planejando e preparando para um dia dar continuidade na minha vida no clube onde fui jogador, e a nossa ideia era poder dar sequência a tudo que meu pai fez. Estávamos pensando isso junto, pelo fato dele não ter mais as condições que tinha por conta de enfrentar uma questão de saúde, mas infelizmente tivemos que antecipar esse processo com o que aconteceu. Mas como disse vinha me preparando com o auxílio dele e me sinto preparado, junto dos que estão conosco nessa caminhada, de concretizar tudo o que ele sonhou”.

A eleição da nova diretoria foi realizada no início da semana. O mandato vai até 31 de dezembro de 2023. “César Barreto como presidente do Conselho Deliberativo decidiu por renunciar, alegando questões de saúde, e até mesmo por esta longa história que os dois construíram no clube, muito amigos e ligados. Desta forma foi convocada nova eleição, e com Arnaldo Garcia como vice, apresentamos a chapa única”.

Edinho Reis esteve ligado à direção do clube por quase duas décadas, chegando à 19 anos entre 17 como presidente (eleito em 2002) e mais dois atuando diretamente no futebol.

“Arnaldo Garcia está na nova diretoria, como minha indicação. Um cara que esteve sempre dentro e a disposição do Rio Branco, rio-branquense de coração e vai nos ajudar muito, com João Luiz como presidente do Conselho, já que ele era o vice de César Barreto”, disse o presidente Édson Júnior.

Édson Júnior deixou os campos em 2015, jogando pelo Bonsucesso e o motivo foi quando o pai surgiu com a doença que o debilitou recentemente, um câncer, que venceu com tratamento, mas acabou falecendo de infarto. “Não pensei em nada, larguei tudo e quis vir embora ficar perto dele. Um dia, saindo do treino recebi a notícia de que ele tinha passado mal e foi para a UTI, e vim embora e não quis voltar mais (nesse momento veio a emoção). Avisei a ele que tinha acabado por ali, e ia seguir com ele no clube”.

SONHOS: FUTEBOL DE BASE E A CONSTRUÇÃO DO CT

Passando o processo de transição fazendo os levantamentos junto a diretoria das questões administrativas, Édson Júnior diz que com o pé no chão, mas com o projeto já pronto e encabeçado por Edinho Reis, dará início ao planejamento. Ao ser indagado a respeito de se chegar aos profissionais, disse que será com o tempo e se houver possibilidades.

“A base é o maior sonho, porque o clube sempre foi referência em revelar jogador e ter uma base forte, e consequentemente, se for viável faz parte do projeto voltar ao profissional, o que seria muito bacana”.

A respeito das negociações que resultaram na venda de grande área do clube, situado na Avenida José Carlos Pereira Pinto, onde está sendo construído o novo Centro de Treinamentos (CT), o presidente declarou que não tem ainda detalhes e que tomará ciência de tudo a partir deste momento. “Fiquei nos últimos dois anos acompanhando o processo junto a meu pai, mas esses detalhes vou me inteirar à partir de agora”.

O CT terá campo de futebol oficial, mais um society, piscina e salão de festas. “Esse era o sonho do ex-presidente, eu como ex-atleta também sempre sonhei e quem ama e vive o Rio Branco vai ficar muito feliz com o CT aqui ao lado do shopping.

Ao ser perguntado qual nome ganhará o CT, respondeu com sorriso de quem confirma o que todos podem imaginar, mas dizendo que ainda é “surpresa”.