O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu a busca e apreensão dos telefones celulares dos agentes do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) que, de acordo com as investigações, teriam incitado rebeliões de menores nas unidades durante a greve da categoria que terminou nesta sexta-feira (08/11).
Segundo a assessoria de imprensa do MPRJ no plantão judiciário noturno de sexta-feira (08/10), solicitou a busca e apreensão de aparelhos telefônicos pertencentes a agentes do Degase apontados em investigações preliminares como aqueles que teriam incitado adolescentes a dar início às rebeliões verificadas ao longo da semana em unidades de internação. Ainda de acordo com a assessoria, os mandados foram parcialmente cumpridos com o apoio da Polícia Civil. O material apreendido será analisado para subsidiar a apuração dos fatos.
O processo está em segredo de justiça, mas fontes ouvidas pelo jornalismo da Globo neste sábado (10) dizem que duas suspeitas estão sendo investigadas pelo Ministério Público. São elas:
sindicato teria incitado os menores apreendidos a fazerem rebeliões nos últimos dias, durante a greve.
o subdiretor do sindicato, que não quis participar da paralisação, estaria sofrendo ameaças.
Essas informações teriam sido fornecidas pelos próprios internos, em depoimento.
Polícia faz buscas
Uma equipe de policiais civis esteve na manhã deste sábado (10) na casa do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Degase, em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio.
João Rodrigues não foi preso, mas entregou o celular para os policiais. Os agentes também apreenderam o celular do agente penitenciário Thiago Guedes Suzano. Outros quatro servidores foram alvos de buscas neste sábado.
Durante os quatro dias de greve dos agentes, que terminou na tarde desta sexta, ocorreram pelo menos quatro rebeliões.
Ainda de acordo com apuração da reportagem exclusiva do RJ2, imagens das câmeras de segurança de uma unidade mostram que quatro agentes, alvos das buscas neste sábado, estavam em uma unidade na hora de uma rebelião. Eles teriam se recusado a controlar os menores.
O que diz o sindicato da categoria
O sindicato que representa os trabalhadores do Degase disse que os dirigentes foram vítimas de abuso e que eles estão assegurados pela liberdade sindical prevista na Constituição para realizar procedimentos nas unidades. O sindicato afirmou ainda que já acionou o departamento jurídico da entidade para acompanhar o caso.
Com a paralisação, só os serviços essenciais foram mantidos e os internos ficaram sem aulas e sem visitas.
Na assembleia que decidiu pelo fim da greve ficou acordado que os servidores vão voltar a se reunir na próxima terça-feira (12), depois de uma audiência de conciliação na Justiça.
Os agentes pedem melhores condições de trabalho, novos concursos, o cumprimento do plano de carreira , participação no regime adicional de serviço ( RAS) e a regulamentação do porte de arma para a categoria. O governo informou que pelo menos duas reivindicações já foram atendidas: a participação no RAS e o porte de armas para os servidores.
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