Sábado, 20 de abril de 2024

ONGs e polícias ao redor do mundo se unem para combater a pedofilia

Em 2017, foram 110 operações contra pedófilos deflagradas pela PF no Brasil

22/04/2018 às 12h10

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Não compartilhar informações pessoais como idade, endereço e números de telefone nas redes sociais ou qualquer outro site / Foto: Divulgação PF

Usando o Facebook, no Rio de Janeiro, uma mãe enviava fotos da filha de 7 anos seminua para um suposto agenciador de modelos, que estava na mesma cidade. O homem, por sua vez, passava as imagens para uma rede de pedófilos. O que eles não sabiam é que estavam sendo observados nos Estados Unidos, em tempo real. Graças ao programa do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (tradução livre para uma ONG americana), que identifica imagens digitais de pornografia infantil em redes sociais e envia relatório para as polícias dos países de origem.

"A parceria de ONGs de combate à pedofilia com a Polícia Federal ajuda na eficácia das investigações de exploradores sexuais de crianças. Além disso, a constante especialização, atualização e grupos de estudos voltados para crimes cibernéticos são essenciais para chegar aos criminosos", conta a delegada da Polícia Federal no Rio, Paula Mary de Albuquerque.

As medidas adotadas no combate ao crime são refletidas nas estatísticas. Em 2017, foram 110 operações contra pedófilos deflagradas pela PF no Brasil, contra 61, em 2016; e 50, em 2015. O número de presos também aumentou. Se em 2015 foram 141 prisões em flagrante de pedófilos, em 2017 foram 214, aumento de 51%.

Cabe à Polícia Federal a investigação do compartilhamento de fotos pornográficas de crianças na Internet. Nesse contexto, a delegada afirma que já se deparou com vários tipos de crimes. "Os pedófilos se reúnem em sites próprios e, de lá, eles criam grupos no WhatsApp, por exemplo, de acordo com suas preferências de gênero, idade, violência no ato sexual ou não", avisa a delegada.

Nos grupos, além de compartilhar fotos e vídeos, os usuários trocam informações de como realizar uma aproximação, dão dicas de como se passar por uma criança nas redes sociais e ensinam as dosagens de remédio para deixar meninos e meninas dopadas por determinado período de tempo. "Os pais têm que observar se, após deixar a criança com algum conhecido, ela vai apresentar sonolência não costumeira. É possível que ela tenha sido dopada e abusada", ensina a delegada.

Além disso, os responsáveis devem sempre se precaver com vizinhos solícitos demais. "Em uma das prisões, fomos até a casa de um pedófilo que não tinha nenhuma criança em casa. Mas, quando abrimos um armário, ele tinha vários brinquedos. Ou seja, usava isso para atrair crianças da vizinhança", lembra Paula Mary.

No último dia 6, o Senado aprovou novas regras para a infiltração de policiais em casos de pedofilia. O agente só poderá atuar disfarçado de pedófilo em uma rede de pornografia infantil caso não haja outro meio de produzir provas. A lei se mostrou necessária durante a CPI da Pedofilia, em 2010, devido à dificuldade de quebra de sigilo de determinados aplicativos de comunicação instantânea, como WhatsApp e Telegram.

De acordo com a Polícia Federal, a infiltração facilita a identificação dos criminosos e já identificou novas técnicas de quem integra as redes criminosas. Entre elas, estão transmissões ao vivo de abusos de crianças, venda de imagens e vídeos em Bitcoins (moeda digital) e grandes produtores de pornografia. "Os criminosos, às vezes, gostam de torturar crianças e transmitir ao vivo os atos. Em outro caso, tinha um pai que vendia imagens dos filhos nus em Bitcoins", exemplifica a delegada.

A Polícia Federal também se concentra em prender não só quem consome a pedofilia, mas também nos chamados produtores. "Assim como no tráfico de drogas, há na pornografia infantil os produtores e os consumidores. A polícia já conseguiu chegar a alguns deles", destaca a delegada, sem dar detalhes, pois as investigações correm em segredo de Justiça.

DICAS DE PROTEÇÃO

Não compartilhar informações pessoais como idade, endereço e números de telefone nas redes sociais ou qualquer outro site. Fotos com uniformes da escola devem ser evitados, por exemplo.

Crie nomes de usuários e senhas seguras para acessar os diferentes sites que costuma entrar. Assim como na televisão, é possível limitar aplicativos e tempo de acesso das crianças em sites.

Frise a importância de confiar em estranhos e em pessoas que são conhecidas só na internet. Pedófilos criam perfis falsos de adolescentes e celebridades para se aproximarem das crianças.

Explique para adolescentes a importância de não divulgar fotos nuas. Isso poderá ser usado no chamado CyberBulling.

Alerte às crianças que utilizam a internet que nem todas as pessoas que navegam na rede são verdadeiras. É importante ser cauteloso quanto aos links e os sites visitados, assim como os arquivos baixados.

Busque sempre uma relação de confiança com a criança. Assim, quando ela se deparar com uma situação constrangedora se sentirá segura em contar.

Fonte: O Dia

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