Sexta-feira, 26 de abril de 2024

PF vai investigar organização que tenta impedir apuração do caso Marielle

02/11/2018 às 13h42

Facebook Whatsapp Twitter
Facebook Whatsapp Twitter
Apuração foi um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com base em dois novos depoimentos de testemunhas / Foto: Reprodução

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira (1º/11) que determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar a existência de uma organização criminosa que poderia estar atrapalhando a apuração dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista dela, Anderson Gomes. Segundo Jungmann, este grupo, composto por agentes públicos, contraventores e milicianos, atuaria para "impedir, obstruir e desviar a elucidação dos crimes".

Em entrevista coletiva no Ministério, em Brasília, Jungmann explicou que a decisão não significa a transferência de poderes do caso porque os trabalhos para prender os assassinos e os mandantes continuarão com a Polícia Civil do Rio.

"Vão ter duas investigações em paralelo. A da morte de Marielle continua. Mas vai ter outro eixo, que vai investigar, seja quem está dentro do poder público, ou quem está fora. É uma investigação da investigação, vamos assim dizer. Se levar luz sobre quem matou Marielle Franco, é uma possibilidade, mas não é esse o objeto", afirmou o ministro.

Jungmann justificou a medida como necessária por envolver, por exemplo, indícios de fraudes processuais, corrupção, favorecimento pessoal, exploração de prestígio e falsidade ideológica, entre outros crimes. A abertura de um novo inquérito foi pedida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a partir dos depoimentos de duas testemunhas.

Uma delas é do ex-policial militar Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando da Curicica, preso no Rio Grande do Norte e apontado como um dos suspeitos. Em entrevista ao jornal O Globo ontem, o ele contou que a Polícia Civil não tem interesse em solucionar os crimes de Marielle e Anderson.

Proteção às famílias

Além disso, Curicica disse que membros da corporação, incluindo o chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, teriam montado uma rede de proteção aos envolvidos nos assassinatos. Em nota, Barbosa repudiou "a tentativa de um criminoso altamente perigoso de colocar em risco as investigações".

As famílias de Marielle e Anderson terão proteção policial. Em agosto, o ministro ofereceu que a Polícia Federal assumisse a investigação principal dos dois assassinatos, mas a Polícia Civil do Rio recusou. À jornalista Miriam Leitão, na GloboNews, o governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse que a elucidação das mortes será divulgada até o fim do ano.

"Não apenas como companheira de Marielle, mas como cidadã, sinto tristeza e vergonha porque a morte dela fará sete meses (agora oito meses) sem qualquer solução. Qual poder que vai resolver? Pouco importa. O estado brasileiro deve uma resposta ao mundo", declarou Mônica Benício.

Para Mônica, a decisão de Jungmann é um "somatório de forças" e considerou "relevante". Ela defendeu que toda a investigação fique a cargo da PF. "Não creio que o governo do estado resolva", lamentou. Marielle e Anderson foram mortos a tiros, em 14 de março, no Estácio. Estavam em um Chevrolet Agile branco quando os assassinos, em outro veículo, atiraram. Uma assessora da vereadora escapou.

Fonte: O Dia

Últimas Notícias

EM ALTA

Aviso importante: a reprodução total ou parcial de qualquer conteúdo (textos, imagens, infográficos, arquivos em flash etc) do Portal Ururau não é permitida sem autorização e os devidos créditos e, caso se configure, poderá ser objeto de denúncia tanto nos mecanismo de busca quanto na esfera judicial. Se você possui um blog ou site e deseja estabelecer uma parceria com o Portal Ururau para reproduzir nosso conteúdo, entre em contato através do email: comercial@ururau.com.br

Todos os direitos reservados - Ururau Copyright 2008-2022 Desenvolvimento Jean Moraes