O Rio de Janeiro foi o estado da Federação que mais registrou mortes decorrentes de intervenções policiais - os “autos de resistência”, termo hoje em desuso. Foram 3.301 óbitos nessas condições entre 2006 e 2016, ou um a cada 30 horas. Os dados constam do Atlas da Violência 2018, lançado na terça-feira (05/06) por pesquisadores do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O Rio também chama a atenção no relatório no número de homicídios, que voltou a subir.
“Em 2012, o Rio de Janeiro encerrou uma fase de diminuição consistente das taxas de homicídios, algo que vinha acontecendo desde 2003. A partir de 2012, observou-se uma oscilação nos indicadores de letalidade violenta, sendo que em 2016 houve forte crescimento nos índices”, escreveram os pesquisadores.
PIOR TAXA EM DEZ ANOS
De 2006 a 2016, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, 62.136 pessoas foram mortas no Estado do Rio. Em números absolutos, o RJ só perde para SP, mas aparece como o 13º mais violento quando se comparam as taxas por 100 mil habitantes.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Daniel Cerqueira, o Estado do Rio de Janeiro acompanha uma tendência nacional de aumento do número de casos de homicídios.
“É um processo que já vem da década de 80, quando [a taxa] cresceu com grande intensidade; ela diminuiu nos anos 90 e 2000 e nos últimos quatro ou cinco anos toma de novo um impulso. Nos últimos dez anos, a taxa de homicídios cresceu 14% ao ano.”
A pesquisa destaca que problemas relacionados à corrupção no estado, além da falta de investigações e deficiências na formação dos agentes, agravariam a situação.
‘INTERVENÇÃO NÃO É SOLUÇÃO'
A intervenção federal foi alvo de críticas. Segundo o pesquisador, a motivação é política e ela não representa uma solução nos problemas relacionados ao crime.
“A intervenção não é a solução. Precisaria ter um planejamento que olhasse quais são as comunidades onde existem mais crimes. Um trabalho de inteligência e investigação policial sobre quem são os criminosos contumazes e retirar de circulação essas pessoas com um trabalho de inteligência", disse Cerqueira.
O ATLAS
O documento, em sua terceira edição, compila dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde e do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre outras fontes.
Pela primeira vez na história, o Brasil atingiu a taxa de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Com 62.517 homicídios, a taxa chegou a 30,3, que corresponde a 30 vezes a da Europa. Antes de 2016, a maior taxa havia sido registrada em 2014, com 29,8 por 100 mil habitantes.
Segundo o estudo, elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos últimos dez anos, 553 mil pessoas perderam a vida vítimas de violência no Brasil. Em 2016, 71,1% dos homicídios foram praticados com armas de fogo.
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