A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na manhã de hoje o seu sétimo levantamento da safra de grão, e elevou em 17 mil toneladas a previsão de colheita de arroz sobre os números apurados em março, volume insignificante dentro do montante previsto de 10,653 milhões de toneladas a serem colhidas. Frente a safra 2017/18, que colheu 12,064 milhões de toneladas, o organismo governamental manteve a previsão de uma queda de 11,7% em volume, numa área total de 1,705 milhão de hectares. Na temporada anterior a superfície semeada chegou a 1,972 milhão de hectares. O terreno cultivado no Brasil recuou em 13,5%.
Essa retração da produção ocorre em razão da perspectiva de menor produtividade (adversidades climáticas) e de redução de área nos principais estados produtores. Mesmo com uma colheita menor no Rio Grande do Sul, principal produtor brasileiro, o país deve ter uma elevação na produtividade média em 2,1%, para 6.247 quilos por hectare.
A lavoura gaúcha deve colher 7.474 milhões de toneladas, recuando 11,7% no total de grãos produzidos. A área a ser colhida ficou em 1,001 milhão de hectares, encolhendo 7,1% frente os 1,077 milhõa de hectares de 2017/18. O rendimento médio por hectare é estimado em 7.466 quilos, um recuo de 4,9%.
O relatório praticamente estável mantém a expectativa de valorização do grão nesta temporada comercial, com um quadro de oferta e demanda bastante ajustado.
A cultura do arroz é essencial para a segurança alimentar e nutricional para mais da metade da população mundial, além de ser integrante do hábito alimentar da nossa população. Sua produção ocorre em todo o país, mas tem maior concentração na Região Sul do país, que é responsável por mais de 80% da oferta nacional. O arroz tem perdido área ao longo dos anos.
Nas últimas dez safras, a área cultivada com arroz reduziu aproximadamente 38%, sobretudo em áreas de sequeiro, uma vez que o produtor tem optado por culturas mais rentáveis. De acordo com as estimativas da Conab, a área brasileira de arroz, nessa safra, deverá ser 13,5% menor que a área cultivada na safra passada.
Apesar da produção não ter sofrido grandes variações nesse período, o rizicultor nacional tem mantido a produção ajustada ao consumo, incrementando a produtividade com a utilização de um melhor pacote tecnológico. O salto de produtividade entre a safra 2000/01 e 2017/18 foi de 95% (de 3.197 para 6.118 kg/ha). Nesta safra, a produção deverá experimentar redução, estimada em 11,7% quando comparada à safra passada.
Em março, o Brasil exportou 158,9 mil toneladas de arroz base casca e importou 78,7 mil toneladas. Sobre os preços comercializados, o Brasil vendeu o arroz branco beneficiado em uma média de US$ 483,37 a tonelada, enquanto os preços de aquisição, principalmente dos nossos parceiros de Mercosul, mantiveram-se em patamar inferior.
Sobre as compras brasileiras de arroz internacional em outubro, o Paraguai, maior exportador para o mercado brasileiro, comercializou 71,2 mil toneladas de arroz base beneficiado em uma média de US$ 333,63 a tonelada de arroz polido. Cabe destacar que o arroz paraguaio continua sendo direcionado, em sua maioria, aos mercados do sudeste brasileiro, com destaque para São Paulo e Minas Gerais.
O consumo foi estimado por meio do fechamento do quadro de suprimento, com a publicação do levantamento dos estoques privados de 646,84 mil toneladas, somados aos estoques públicos de 24,97 mil toneladas no dia 28 de fevereiro de 2018. Para a safra 2017/18 e 2018/19, projeta-se uma retração do consumo interno, ficando em 11,2 milhões de toneladas para ambas as safras.
A balança comercial encerrou com superávit de aproximadamente 865 mil toneladas na última safra em meio a preços nacionais baixos e um câmbio desvalorizado na maior parte do ano passado. Já para a safra 2018/19, estima-se que ocorrerá uma reversão do superávit para deficit na balança comercial, pois a expectativa é de real mais valorizado, menor oferta do grão e, consequentemente, melhores preços internos ao longo de 2019.
Com base no cenário descrito, espera-se estabilidade nos estoques de passagem ao longo de 2018, estimando-se um estoque final de 710,8 mil toneladas, para a safra 2017/18 (fevereiro de 2019). Para a safra 2018/19, em meio a uma estimativa de menor produção, a projeção é de redução nos estoques para 525,6 mil toneladas (fevereiro de 2020).
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