Quinta-feira, 28 de março de 2024

Consumo de carne bovina deve crescer 2%

30/09/2018 às 14h35

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O cenário externo, mesmo com o fechamento do mercado russo à carne brasileira, tem se mantido mais do que promissor / Foto: Reprodução

O aumento da oferta de carne bovina no mercado, impulsionado principalmente pelo avanço mais do que proporcional dos abates de fêmeas, tende a ser absorvido pelo crescimento esperado no consumo doméstico, algo entre 1% e 2% nas estimativas mais recentes, e pelo incremento das exportações, favorecidas pela demanda aquecida lá fora e pela desvalorização do real frente ao dólar. O cenário externo, mesmo com o fechamento do mercado russo à carne brasileira, tem se mantido mais do que promissor, estimulando as estratégias de internacionalização e diversificação geográfica dos principais grupos brasileiros.

Nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidos 15,454 milhões de animais na primeira metade do ano, alta de 4,3% em relação a igual período do ano passado, deixando para trás a queda de 16% registrada em maio como reflexo da greve dos caminhoneiros. Daquele total, em torno de 45,5% eram fêmeas, percentual que se compara a 43,9% no primeiro semestre do ano passado. A matança de vacas e novilhas cresceu 8,1% na mesma comparação, para 7,031 milhões de cabeças, e contribuiu com 83,5% para o crescimento geral dos abates.

Os números confirmam a previsão de uma reversão no ciclo pecuário, observada mais timidamente em 2017 e consolidada neste ano com maior descarte de fêmeas e consequente aumento da produção de carne, afirma Adolfo Fontes, analista sênior do Rabobank. Anualizando os números do IBGE, o banco espera um aumento de 5% na produção, o que corresponderia a uma oferta adicional de 400 mil toneladas de carne no mercado doméstico.

O consumo per capita no Brasil havia caído de 39 para 36 quilos por habitante/ano entre 2014 e 2016 e tende a se aproximar de algo em torno de 37 a 38 quilos neste ano, prevê Fontes. As perspectivas para o setor são mais favoráveis no mercado externo. "Considerando o fechamento da Rússia em dezembro do ano passado, o desempenho das exportações tem sido muito bom", analisa Leonardo Alencar, gerente executivo de inteligência de mercado da Minerva Foods. O executivo anota certa discrepância entre os dados do setor e os números oficiais, que apontam crescimento de 10% no volume exportado entre janeiro e agosto, para 1,017 milhão de toneladas. Nos levantamentos da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os embarques avançaram 3,6% no período.

Maior exportadora de carne bovina da América do Sul, responsável por um quarto das vendas externas totais do produto na região no segundo trimestre, a empresa concentra em torno de 55% de sua capacidade total de abate, próxima a 26.380 animais por dia, em suas plantas no Paraguai, Argentina, Uruguai e Colômbia. As exportações, acrescenta Alencar, representaram 64% da receita bruta global da companhia no segundo trimestre deste ano.

A operação internacional foi reforçada no ano passado com a aquisição nove plantas da JBS na região, num negócio avaliado em US$ 300 milhões, envolvendo uma unidade no Uruguai, três no Paraguai e cinco na Argentina, marcando a entrada da Minerva no mercado argentino. "Foi uma aquisição grande e temos muito a extrair das plataformas que já operamos na região", afirma. Essa diversificação geográfica, reforça o CEO da Marfrig Global Foods, Eduardo Miron, cria uma espécie de "hedge sanitário" para a operação, reduz a sazonalidade típica da pecuária, contribui para ampliar o portfólio de produtos e ainda permite acessar outros mercados, incluindo aqueles que impõem alguma forma de restrição à carne brasileira, a exemplo do que ocorre neste momento com a Rússia.

Em abril, segundo Miron, a Marfrig assumiu o controle da National Beef, quarta maior empresa de carne bovina dos EUA, tornando-se a segunda maior produtora de carne bovina do mundo, numa operação concluída em junho por um valor próximo a US$ 1,0 bilhão. No resultado proforma do segundo trimestre, a operação americana já respondeu por 71% das receitas consolidadas do grupo, que elevou sua capacidade de abate para 32,5 mil cabeças por dia.

Fonte: Portal do Agronegócio

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