Terça-feira, 23 de abril de 2024

Plantio planejado: como a qualidade da semente interfere

23/08/2019 às 15h28

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Pensando em tecnologia e cuidado com a semente desde o campo até o produtor a KWS Brasil inaugurou uma nova unidade de produção de sementes. / Foto: Reprodução

A KWS é uma empresa de capital 100% alemão, mas a nova planta, inaugurada em Patos de Minas (MG) na última quinta-feira (22), busca atender as necessidades brasileiras que correspondem 36 milhões de hectares de plantação de milho, terceiro maior mercado de milho do mundo somente atrás dos Estados Unidos e China. 

A unidade de produção de sementes é a primeira do país com o modelo horizontal de beneficiamento de sementes, o que reduz significativamente os danos mecânicos ao grão durante o processo de classificação.  Nesse processo a semente cai de um equipamento para outro de no máximo 1 metro de altura.

A obra durou cerca de dois anos e custou R$ 45 milhões, gerando 230 novos empregos diretos e cerca de 700 indiretos. Com isso a capacidade de produção anual mais do que dobra: de 900 mil sacas para 2 milhões de sacas. O beneficiamento é principalmente de milho, mas também atende soja e sorgo. Para o CEO da empresa, Hagen Duenbostel, essa é apenas uma das medidas do plano de investimento dos próximos dez anos no Brasil. “O Brasil está no centro dos nossos objetivos de fornecer tecnologia de ponta ao produtor”, disse.

Genética e tecnologia

A KWS pretende lançar novos híbridos de milho nos próximos anos. Para isso investe em pesquisa e tecnologia. Só nos ano passado 17% da renda líquida das vendas foi retornada para pesquisa. Com matriz em São Paulo, a empresa têm outras 4 estações de pesquisa em diferentes zonas ambientais, para desenvolver e testar produtos que se adaptem às diferentes regiões do país. Também está nos planos um centro de pesquisa avançado no Nordeste.

Com mais de 160 anos de atuação o foco está no melhoramento de plantas de forma a melhorar a produtividade a resistência a pragas, doenças e stress abiótico e, recentemente, tem trabalhado com genoma para atingir resultados de maneira mais rápida.

Todas as variedades passam por rigorosos testes em um laboratório de classificação de plantas dentro da unidade durante todo o processo de desenvolvimento e antes de ir ao campo. Esses testes devem se enquadrar nos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e nos padrões de qualidade exigidos pela empresa.

A KWS é líder em biotecnologia no mundo  e o plano é ser líder de mercado em até dez anos. Hoje há clientes espalhados por todas as regiões do país e cerca de mil distribuidores credenciados.

“O plantio começa aqui”

Quem recebe a semente na lavoura para o plantio talvez não imagine os processos pelos quais ela passou antes de chegar até esse momento. Nossa equipe pode conhecer as instalações da nova unidade e acompanhar o trajeto da semente. 

O milho sai da lavoura e passa, no máximo, 18 horas em trânsito para evitar que haja aquecimento e para preservar ao máximo a qualidade do que foi colhido. A unidade recebe de 15 a 18 carretas com cerca de sete mil sacas por dia. É feita uma separação inicial que retira restos de palhada e o milho passa para o secador com temperaturas que não excedem os 40 graus. O calor gerado para o secador vem da queima de sabugos que restaram do processo, fazendo o reaproveitamento sustentável.

Depois de seco o grão vai para um debulhador e, para evitar danificações a debulha é feita de maneira leve, esfregando um sabugo no outro, sem pancadas. A capacidade de debulha é de 40 toneladas por hora.

Depois desta parte o milho passa por nova limpeza em aspiradores com moderna tecnologia europeia e é classificado quanto a largura, espessura e comprimento e depois por densidade, onde são separados grãos mais leves que foram quebrados ou furados. Uma nova separação é feita por cor para que se retire os grãos escurecidos por fungos e bactérias, por exemplo. A capacidade é de cerca de 15 toneladas por hora. “Quanto mais uniforme a semente melhor o desempenho no campo. O plantio começa aqui”, explica o Gerente de Controle de Qualidade,  Marcelo Silveira.

Quando a classificação define os grãos sadios e perfeitos eles seguem para o tratamento, onde recebem os fungicidas e inseticidas convencionais ou especificamente pedidos por determinado produtor, de acordo com a necessidade dele. Os grãos passam novamente por secagem para evitar a perda do produto químico e é ensacado. A armazenagem é feita com temperatura média de 10 graus e 50% de umidade para assegurar toda a qualidade garantida no processo industrial. A capacidade de armazenamento é de 1 milhão e 200 mil sacas. 

Fonte: Agrolink

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