Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Como superar a seletividade alimentar de crianças

23/05/2019 às 14h22

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As dificuldades alimentares podem ser decorrentes de uma série de razões, e alguns hábitos podem ajudar a superá-las / Foto: Reprodução

Os problemas de alimentação na população infantil geram uma grande preocupação para os pais. Uma dieta nutricionalmente inadequada, problemas de comportamentos associados às refeições são estresse para pais, familiares e cuidadores.

O que é a dificuldade alimentar? É todo problema que afeta negativamente o processo dos pais ou cuidadores de suprirem alimento e nutrientes à criança. Benny Kerzner sugere sete perfis para as crianças com as dificuldades alimentares. A ingestão altamente seletiva é um deles, e pode ser a poucos alimentos ou mais extensa, quando a criança rejeita grupos inteiros, como frutas, carnes, vegetais e lácteos.

Algumas crianças apresentam os problemas desde bebês, quando ainda são amamentados. Outros, no período de transição para os demais alimentos (em torno de 6 meses de vida) ou ainda quando estão maiores, depois de 2 anos de idade. Podem ser decorrentes de uma série de razões, por eventos fisiológicos, ambientais ou interação entre os dois fatores.

Um exemplo disto são as crianças que ficam hospitalizadas, com sondas quando nascem, as crianças com refluxo gastroesofágico, as com alergias alimentares, entre outras causas.

Uma criança com refluxo gastroesofágico, por exemplo, pode associar ea sensação de dor ou vômito quando come com a ingestão de alimentos, desenvolvendo aversão aos alimentos ou até mesmo quando vê um talher ou prato.

Poucos profissionais e pais compreendem, entendem e respeitam os sinais da criança com dificuldade alimentar. Todos os sinais são formas de comunicação, então o que será que a criança quer dizer quando chora, joga o corpo para trás, empurra a colher e tem náusea? Ela pode estar querendo dizer que dói ao comer, que sente desconforto com o alimento, entre outras coisas.

Dificuldades alimentares no autista

A seletividade alimentar é o problema de alimentação mais comum em crianças com Transtorno do espectro de autismo (TEA) e a restrição alimentar pode ter associação com um histórico médico e ou atraso na motricidade oral.

Para entender esses problemas, é preciso compreender a rigidez no pensamento e os distúrbios sensoriais, que são características do autismo. Isso quer dizer que a seletividade alimentar não é uma "frescura". Muitas crianças que estão dentro do espectro apresentarão um paladar restrito, que pode se modificar com o tempo, mas que será limitado.

Qualquer alteração na sua rotina prejudica sua alimentação. Problemas no processamento sensorial: cheiros, cores, visual, texturas, pedaços grandes, temperatura... tudo pode interferir na vontade da criança em aceitar se alimentar. Comer é um ato que requer muitos sensores.

Para que a criança com TEA passe a comer melhor, precisaremos organizar o sistema sensorial (tátil, auditivo, vestibular, proprioceptivo, visual). Por isso é importante que o trabalho com a criança aconteça de forma interdisciplinar, com os profissionais de áreas relacionadas em avaliar e tratar o problema.

Habilidade e conforto para comer são pré-requisitos para a que criança amplie suas escolhas alimentares e tenha relação prazerosa com as refeições. É necessário realizar um trabalho integral com a criança, visando melhorar suas sensações de uma maneira geral, não apenas na boca.

Deveremos proporcionar experiências positivas, com emoções positivas, para que a criança esteja motivada a experimentar os alimentos, com características diferentes do que está habituada. Nunca é positivo forçar a criança a comer.

A refeição não é apenas ingerir alimentos, vai muito além disso. A introdução de alimentos novos deve ser pequena e simples, para que aceitem. Um exemplo é começar mudando a marca ou formato de um alimento que a criança gosta. A criança deverá estabelecer uma relação boa com os alimentos.

Para que uma criança com TEA passe a comer alimentos mais sólidos, o processo deverá ocorrer de forma lenta e gradual, no qual toda família estará envolvida.

Existem alguns comportamentos que podem auxiliar para aumentar autonomia das crianças à mesa e melhorar a qualidade da alimentação:
• Comer sentado à mesa nos mesmos horários, sem distrações de músicas, TV ou brinquedos. O ideal seria, que todos da família pudessem realizar juntos as refeições
• Os pais são o modelo para criança. Dar o exemplo de como utilizar os talheres, colocar pouca comida na boca e mastigar com a boca fechada
• Um alimento novo deverá ser oferecido pelo menos 8 a 10 vezes para dizer que não gosta. Não levar em conta algumas caretas, pois são expressões das sensações. Não quer dizer que não gostou, pode ser apenas, que seja diferente
• Oferecer o alimento novo na textura que a criança gosta, como purê ou chips, e modificar gradativamente
• Quando a criança não gostar de um alimento, poderá utilizá-lo no preparo de algo que gosta. Exemplo: se a criança gosta de panqueca, deve-se cozinhar a massa com espinafre, colocar pouco espinafre no início e ir aumentando gradativamente
• Os alimentos devem ficar separados no prato, sem misturar, deixar a criança explorar o alimento, cheirá-lo e tocá-lo
• Não demonstre ansiedade e expectativa durante a refeição da criança. Faça com que as refeições sejam um momento tranquilo e agradável, sem pressionar a criança. Alguns dias serão melhores que outros, mas ansiedade não ajuda nunca.
 

Fonte: R7 Saúde

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