O Brasil já passa a marca de 1 300 casos de sarampo em 2019 – foram mais de mil só em São Paulo. Apesar de profissionais e autoridades atribuírem esses números principalmente às baixas taxas de vacinação e adesão às campanhas, é natural que algumas teorias secundárias sejam levantadas para explicar o retorno da doença. E uma das hipóteses é a de que a vacina seria menos eficaz contra o subtipo do vírus que circula atualmente no Brasil, o D8.
Explicamos. O vírus do sarampo tem oito subtipos (do A ao H) e mais de 24 genótipos conhecidos, que são perfis genéticos levemente diferentes. Ocorre que, se por um lado a versão circulante é a D8, por outro a utilizada para compor a vacina pertence ao subtipo A. E será que essa disparidade afetaria a eficácia das injeções?
“Não há evidências de que a resposta do sistema imune seja diferente para outros genótipos, porque na prática todos têm comportamento igual”, destaca Flávia Bravo, pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações – Regional Rio de Janeiro. Em outras palavras, não há pesquisas que comprovem essa teoria.
A história muda, por exemplo, com o influenza, agente causador da gripe. Isso porque ele passa por mutações constantes e, consequentemente, exige doses anuais de reforço, além de atualizações na composição do imunizante.
“O vírus do sarampo é mais estável. Ele não costuma sofrer grandes alterações”, aponta Eduardo Alexandrino Servolo Medeiros, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.
A vacina perde eficácia com o tempo?
Embora seja alta, a proteção fornecida pela vacina é considerada um pouco menor do que a desenvolvida no contato com o vírus selvagem (só um adendo: isso não justifica negligenciar a injeção e se submeter ao risco de pegar sarampo, porque ele pode matar). Além disso, há mesmo uma queda natural dos anticorpos circulantes que são produzidos pela imunização com o passar dos anos.
“Mas o organismo possui um sistema de resposta de memória, que passa a fabricar anticorpos novamente ao se deparar com o vírus”, conta Flávia. Desse contato inicial contra um agente infeccioso até o restabelecimento total das nossas defesas, passam-se mais ou menos sete dias.
“Para doenças que evoluem muito rapidamente, como caxumba e meningite meningocócica, a resposta do corpo pode ser demorada demais. Por isso se diz que a vacina tende a perder eficácia com o tempo”, completa.
Já o sarampo pode demorar 15 dias para se manifestar. Com isso, há prazo suficiente para o corpo “se lembrar” do efeito da vacina e voltar a ficar resguardado. “Daí porque sempre tivemos muita segurança em dizer que a proteção oferecida com as duas doses é vitalícia”, conta a médica.
Mas e os casos de sarampo em quem tomou a vacina?
Estima-se que as duas doses, quando aplicadas adequadamente, têm uma eficácia de 97%. Isso significa que, a cada cem pessoas vacinadas, três sofrerão com a chamada falha vacinal – por algum motivo, o corpo não produz anticorpos contra a doença e permanece suscetível à infecção.
Durante um surto ativo, esse fenômeno explicaria a aparição de um ou outro caso. Fora que, se o indivíduo recebeu apenas uma injeção (como acontecia oficialmente até o início dos anos 2000), a taxa de sucesso cai para 93%.
Ainda assim, os cientistas estão verificando se há mais por trás dos casos em sujeitos vacinados.
Uma novidade é que, atualmente, o sarampo parece estar provocando sintomas mais brandos do que em décadas passadas. Tanto que os quadros de agora às vezes confundem os médicos por apresentarem menos manchas vermelhas.
Ainda não se sabe exatamente os motivos por trás disso. “É provável que a qualidade da resposta imune à vacina tenha piorado nas pessoas que tomaram apenas uma dose na infância”, ressalta Medeiros.
Baixa taxa de vacinação é o real problema
Não dá para negar que as quedas nacionais e internacionais na cobertura vacinal são as principais responsáveis pelo ressurgimento do sarampo. “É muito importante destacar isso para não gerar uma corrida desenfreada pela vacina entre quem não precisa dela. Isso atrapalharia a estratégia de proteger quem não tomou as duas doses e está em risco”, aponta Flávia.
Apesar das campanhas promovidas pelo poder público, grande parte dos bebês e jovens ainda não foi vacinada. Dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo mostram só 35,4% dos paulistanos de 15 a 29 anos – que integram o público-alvo da campanha de 2019 – receberam o imunizante.
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