Sexta-feira, 26 de abril de 2024

O desconhecido universo dos homens com câncer de mama

05/11/2018 às 10h24 05/11/2018 às 10h25

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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 1% dos pacientes com câncer de mama são homens, com maior recorrência entre aqueles com mais de 60 anos / Foto: Reprodução

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 1% dos pacientes com câncer de mama são homens. Entre o público do sexo masculino, a doença é mais recorrente a partir dos 60 anos. No entanto, também há registros de pessoas mais novas.

Conforme o Inca, a doença na mama corresponde a 28% dos novos casos de câncer registrados a cada ano, entre homens e mulheres. Em todo o Brasil, neste ano, a estimativa é de que haja, ao todo, 59,7 mil novos registros da doença.

Segundo levantamento do Departamento de Informática do SUS (DataSUS), em 2016 morreram 16.069 mulheres e 185 homens em decorrência do câncer de mama. Estes são os dados mais recentes sobre o tema.

A oncologista Laura Testa, chefe do grupo de mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), explica que um dos motivos para que os casos entre os homens sejam mais incomuns é porque o público masculino está menos exposto ao estrogênio, o hormônio feminino.

"A maioria dos tumores de mama se alimentam dos hormônios femininos, e muitas vezes se desenvolvem pela longa exposição a esses hormônios, do período em que a mulher começa a menstruar até a menopausa. Por isso, essa doença é mais comum a partir dos 50 anos, período de pós-menopausa", diz.

Os homens são atingidos em menor escala pela doença por terem o tecido mamário atrofiado, porque não recebem as mesmas ações de hormônios femininos que as mulheres. "Eles possuem glândula mamária muito menor e, por isso, não têm o mesmo estímulo dos hormônios femininos ao longo da vida".

Os sintomas

A retração do mamilo é apontada por especialistas como sintoma de um possível câncer de mama. Outras características que também podem ser supostos sinais da doença entre os homens são alterações como inchaço na mama ou na região da axila, pele enrugada ou vermelhidão na mama.

Segundo Laura Testa, em qualquer situação em que a pessoa perceba alguma diferença na mama é fundamental procurar auxílio médico.

"É muito importante descobrir a origem dessa alteração", explica. A oncologista ressalta que o diagnóstico precoce traz mais chances de bons resultados no tratamento.

"Se há algo diferente crescendo na região da mama, é preciso investigar. Pode ser uma disfunção hormonal, mas também pode ser alguma doença. Um dos grandes problemas é que os homens que têm câncer de mama, normalmente, procuram ajuda mais tarde, e isso faz com que o tratamento seja mais difícil, porque a doença está mais avançada", acrescenta.

O médico Mário Sérgio Amaral Campos, especialista em diagnósticos por imagem de doenças da mama, ressalta que a maioria dos sintomas de um possível câncer de mama não está relacionada à doença.

"Muitos são casos de ginecomastia (aumento excessivo das glândulas mamárias de homens), que acontecem principalmente na puberdade ou quando o homem está na andropausa, porque são fases de acúmulo hormonal. Nesses casos, não se trata de algo maligno, mas que tem efeitos estéticos desagradáveis, principalmente para os mais jovens", diz.

As causas

A oncologista Laura Testa destaca que muitos dos casos de câncer estão associados à genética.

"A doença pode ser genética ou hereditária quando várias pessoas na família têm tumores. Isso faz com que esse gene seja transmitido para o filho, que terá muitas chances de desenvolver o câncer", explica.

Segundo o médico Mário Sérgio Amaral, a doença entre os homens também pode surgir por desregulação hormonal. "Neste caso, pode estar associada a situações como a obesidade ou a hábitos como uso de anabolizantes ou consumo de cigarro, entre outros".

O tratamento

Todo o tratamento dado ao homem com câncer de mama é semelhante ao que é oferecido à mulher. "A diferença é que o impacto emocional da cirurgia de um homem é diferente daquele sofrido pela mulher ao perder a mama", frisa Laura.

"A maior parte dos tumores de mama no público masculino também se alimentam do hormônio feminino, que existe no homem. A própria produção do hormônio masculino pode, em menor quantidade, ser transformado em feminino. Então o bloqueador hormonal é uma das terapias mais utilizadas em câncer de mama de homem", complementa.

Fonte: G1 Bem Estar

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