O Brasil e os países do Mercosul vão adotar o rótulo frontal para tornar a leitura mais simples e alertar o consumidor dos componentes nutricionais dos alimentos. A medida foi proposta pelo governo brasileiro e virou uma declaração assinada na última semana durante reunião de Ministros de Saúde do Mercosul no Paraguai.
A proposta é que o rótulo localizado na frente dos alimentos facilite o entendimento mais claro da quantidade contida nos alimentos de nutrientes considerados críticos. Entre eles estão o açúcar e sódio; além das gorduras totais, trans e saturadas, que estão associadas a doenças crônicas, como a hipertensão e o diabetes.
Além disso, o novo rótulo terá um alerta para conteúdo excessivo destes nutrientes. A proposta faz parte da estratégia de combate ao crescimento do número de pessoas com sobrepeso e obesidade em vários países do bloco.
No Brasil, dados da Vigitel 2017 apontam que 54% da população está com excesso de peso e 18,9% está obesa.
Segundo o Ministério da Saúde, a assinatura do documento não impõe uma data. No Brasil, a Anvisa é a responsável pelo desenvolvimento dos novos rótulos, mas ainda não há previsão para implementação.
PRIMEIROS PASSOS
O primeiro passo para essa nova política foi dado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que aprovou versão inicial do documento. Essa versão ficará disponível para contribuição da comunidade científica por 45 dias. Depois, a agência vai fazer a redação da norma, que ficará à disposição por 60 dias para novas contribuições. A expectativa é que até o final do ano a regulamentação seja publicada.
"Mudanças serão necessárias porque o modelo atual dificulta o uso da rotulagem nutricional pelos consumidores por problemas de identificação visual, pelo baixo nível de educação e conhecimento nutricional", disse nota da agência.
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou parte da medida em Genebra, durante plenária da 71ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS) em maio. Ele citou que o Brasil vai adotar o alerta para altos teores de açúcar -- numa tentativa de diminuir o crescimento de altos índices de obesidade.
Segundo o ministro, a meta é concluir até julho tanto os novos rótulos quanto a questão da redução de açúcar nos produtos. O ministro diz que busca diálogo e resolver "sem imposição" as mudanças, e que associações de empresários do setor não estão recebendo bem essas iniciativas para reduzir a obesidade no Brasil.
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