Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Tabagismo é a Principal Causa de Câncer de Pulmão

08/02/2019 às 11h57

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Neste sentido, Scalabrini ressalta que quem largou o vício há dez anos ou mais e não teve a doença, tem os mesmos riscos de desenvolvê-la que uma pessoa que nunca fumou. / Foto: Reprodução

Não há como falar em câncer de pulmão sem falar sobre tabagismo. 90% dos pacientes que desenvolvem estes tumores são fumantes ou ex-fumantes. Os 10% restantes adquirem a doença por questões genéticas, mas até o prognóstico deste grupo é melhor do que entre os consumidores de tabaco. “Quanto mais a pessoa fuma, mais chance tem de ter um câncer de pulmão”, alerta o oncologista clínico Antônio Orlando Scalabrini Neto. 

É por isto que não existe forma de prevenção mais adequada do que passar longe do cigarro, mesmo para quem fumou por longos períodos. Neste sentido, Scalabrini ressalta que quem largou o vício há dez anos ou mais e não teve a doença, tem os mesmos riscos de desenvolvê-la que uma pessoa que nunca fumou.

Mas por enquanto os índices de incidência da doença vêm crescendo ano a ano, especialmente entre as mulheres. Entre 1985 e 2010, os casos de câncer de pulmão aumentaram 50% no Brasil. Ele perde em incidência apenas para o câncer de pele, mas é o tumor que mais mata homens e mulheres em todo o mundo. Os números ressalta o oncologista, refletem uma situação que se instalou no Brasil nos anos 60 e 70, quando começou a liberação feminina e, com ela, o aumento do número de mulheres fumantes.

A explicação é simples: o câncer de pulmão demora a se desenvolver (cerca de 30 anos), por isto ele vai se manifestar em pessoas com idade entre 50 a 70 anos. Portanto, os resultados das atuais leis de proibição do fumo em locais de uso coletivo e o intenso trabalho de prevenção ao tabagismo junto aos jovens só serão notados daqui a algumas décadas. Mas os médicos confiam que dentro de 30 a 50 anos a incidência do câncer de pulmão no Brasil cairá muito.

O tratamento, que antes era igual para todos os pacientes, também mudou nos últimos 15 anos. Hoje, os médicos sabem que existem seis subtipos da doença, cada um deles tratado com drogas específicas e diferenciadas. "O tratamento ficou mais eficaz e dirigido para cada subtipo de câncer de pulmão", explica Scalabrini. Além dos medicamentos, o doente precisa ser submetido à cirurgia, quimio e radioterapia.

Muito mais simples é o tratamento de não fumantes acometidos pelo tumor. Nesses casos, foram descobertas alterações genéticas que levaram ao desenvolvimento de drogas específicas, mais eficazes e menos tóxicas do que aquelas usadas em pacientes fumantes. Em muitos casos esses doentes conseguem evitar inclusive a quimioterapia.

Sintomas e prevenção

Qualquer pessoa que fume está incluída no grupo de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. É muito importante tentar diagnosticá-lo no início para aumentar as chances de cura, como acontece com todos os tipos de câncer. Fique atento aos sinais mais evidentes da doença: falta de ar (ou piora de uma falta de ar pré-existente), tosse com expectoração de sangue e emagrecimento. A doença pode também ser precedida pelo câncer de esôfago, pescoço ou de traquéia, tumores que afetam o sistema respiratório e que em geral decorrem do uso contínuo do tabaco. A prevenção passa, certamente, pelo abandono do hábito de fumar, mesmo após muitas décadas em companhia do cigarro.

Os hábitos familiares são determinantes neste sentido. Fuma mais quem tem pais fumantes. Recentemente a ciência tem descoberto também que a alimentação rica em frutas é eficaz na proteção contra o câncer de pulmão.

Incidência

No mundo, 1 milhão 350 mil novos casos de câncer de pulmão são diagnosticados todos os os anos. Nos estados Unidos e Europa, onde a população fuma mais do que em outras regiões do globo, a incidência é de 60 casos para cada 100 mil habitantes. Na Austrália, país com um dos menores índices de tabagismo do mundo, a incidência é de 10 casos para cada 100mil. O Brasil fica no meio termo, com 25 casos para cada 100 mil habitantes.

Fonte: Portal medicina e saúde

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