Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Um terço acredita que câncer é causado por traumas psicológicos

18/04/2019 às 11h19

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Pesquisa do Instituto Oncoguia mostra que brasileiro sabe pouco sobre as causas da doença, desconhecendo relação do câncer com a obesidade / Foto: Reprodução

Um terço dos brasileiros acredita que o câncer é causado por traumas psicológicos, apesar dos avanços em relação ao conhecimento doença. O dado faz parte de uma pesquisa do Instituto Oncoguia realizada pelo Ibope e apresentada durante o 9º Fórum Nacional Oncoguia, realizado nos dias 16 e 17 de abril, em Brasília.

"Não existem dados científicos que demostrem que aspectos emocionais causem câncer. Muitos pacientes chegam ao consultório e perguntam: será que meu câncer está relacionado com a separação que sofri no ano passado com a demissão, porque todo mundo sempre tem algum fator estressante nos últimos seis meses para lembrar. Mas outros milhões de pessoas também tiveram fatores estressantes e não desenvolveram a doença. Portanto, não é o estresse que causa o câncer", explica o oncologista Rafael Kaliks, diretor-científico voluntário do Oncoguia.  

"O que causa o câncer são alterações genéticas nas células que podem ocorrer por causa de cigarro, por exemplo, e outras causas, ou ao acaso", completa. 

O levantamento mostra que, apesar de 100% dos entrevistados saberem o que é o câncer, há um desconhecimento sobre suas causas. A maioria tem consciência da associação do câncer com o cigarro - apenas 8% não sabia disso -, mas a maioria (70%) não conhece a relação do câncer com a obesidade.

"A maioria das pessoas não conhece a correlação entre câncer e obesidade, mas é importante que saibam que a alimentação adequada pode levar à doença", diz Kaliks.  

A pesquisa mostra que os brasileiros têm uma percepção negativa sobre o câncer. Para um terço, o câncer ainda é “uma sentença de morte”, e receber a notícia de que se tem a doença “significa sofrer e ter muita dor”. 

"Existe uma parcela da população que acredita que o tratamento contra os tumores avançou pouco nas últimas décadas. Precisamos mudar esses conceitos, essa forma de olhar para o câncer somente atrapalha a prevenção e o apoio a quem esta enfrentando a doença”, afirma explica Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.

Maioria tem parente com a doença

A maioria dos brasileiros (81%) já teve contato com o câncer e possui um parente com a doença (60%). “O câncer é prevalente entre os brasileiros, mas ainda não é uma prioridade para o país”, afirma Luciana.

"Tornar o câncer uma prioridade no Brasil vai além de oferecer o melhor tratamento. Inclui também a oferta de um cuidado integrativo e humano, que olha para o paciente em sua totalidade, o que implica oferecer cuidados psicológicos, nutricionais, esportivos, enfim, multidisciplinares”, completa.

Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que a qualidade de vida é o aspecto mais afetado pelo câncer, que abrange impactos físicos e emocionais. 

Os pontos mais impactantes para o paciente, na opinião dos familiares, foram a questões emocionais (51%) e físicas (19%).

Câncer também afeta vida financeira

Um terço ainda ressaltou que a vida financeira do paciente é afetada pela doença. “Como um paciente vai conseguir enfrentar e superar o câncer se estiver deprimido e sem dinheiro? Sim, temos que olhar pra isso com urgência”, diz Luciana.
Mais da metade dos entrevistados acreditam que não é possível diagnosticar rapidamente um tumor devido à falta de acesso a exames (55%), da dificuldade de marcar consulta (52%), por não encontrar um médico para examinar sintomas (42%) ou por não conseguir fazer uma biópsia rapidamente (30%).

"Em relação ao tratamento, 73% não acham possível iniciá-lo em até 60 dias no país, apesar de hoje existir uma lei que determina que a terapia deveria começar até dois meses após o diagnóstico", afirma.

Para os entrevistados, a demora no tratamento está relacionada a filas de espera (78%), falta de vagas para cirurgia (46%), falta de vagas para quimioterapia e radioterapia (25%), acesso a especialistas (24%) e acesso a medicamentos (17%).

Fonte: Ministério da Saúde

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