O projeto da EF-118, que conectará o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, deve passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU) nos próximos meses e finalizar todos os trâmites burocráticos ainda no primeiro trimestre do ano de 2026, com a publicação do edital, segundo o CEO do Porto do Açu, Eugenio Figueiredo.
“A conexão do complexo industrial do Porto do Açu com uma malha ferroviária eleva o nosso nível de capacidade de movimentação em N vezes. Hoje a gente só tem o acesso rodoviário e traz todos os volumes de caminhão, mas ele [projeto de malha ferroviária] descortina um leque de potencial de volume e de capacidade bem maior. Essa ferrovia que está sendo discutida, que potencialmente vai passar por um processo de licitação e de concessão, pode trazer volumes em torno de 20 milhões de toneladas”, diz o executivo em entrevista à IstoÉ Dinheiro.
Caso o trâmite transcorra conforme o esperado, a primeira primeira etapa dessa ferrovia deve começar a operar entre 2033 e 2035.
No acumulado do ano de 2024 o Porto do Açu teve um volume de 78 milhões de toneladas – ou seja, a malha ferroviária poderá representar um incremento de 25,6% ante esse volume, ou 1,26x.
Entenda o projeto da nova ferrovia
A ferrovia EF-118 terá extensão de 575 quilômetros, conectando Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, com o município de Santa Leopoldina, no estado do Espírito Santo, promovendo a integração da malha ferroviária do Sudeste e garantindo o acesso ferroviário a vários terminais portuários.
Do total, 80 quilômetros – trecho entre Santa Leopoldina e Anchieta – serão construído pela Vale, como contrapartida pela prorrogação antecipada das suas ferrovias, e passará a integrar o contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).
Já um trecho de aproximadamente 170 quilômetros entre Anchieta e o Porto do Açu integrarão uma nova concessão, alvo de estudo de viabilidade, podendo contemplar ainda a construção do trecho de 325 quilômetros entre o Porto do Açu e Nova Iguaçu. O trecho em questão está enquadrado na concessão como um investimento contingente que será realizado por uma concessionária.
Raio-X da EF-118:
Prazo: 50 anos
Extensão: 575 Km
Investimento previsto (Capex): R$ 4,6 bilhões
Custos operacionais previstos (Opex): R$ 4,4 bilhões
Demanda (em milhões de toneladas): potencial de operação de aproximadamente 40 milhões de toneladas no longo prazo
Participação da União: R$ 3,28 bilhões
Critério de julgamento do leilão: maior Lance, atrelado ao menor valor do auxílio pré-determinado licitado
Porto do Açu quer ser ‘nova rota para o agro’
Eugenio Figueiredo relata também que o porto começou a fazer o escoamento de parte da produção do agronegócio, com um estreitamento de relacionamento com áreas produtoras de Minas Gerais, Goiás e leste do Mato Grosso.
“O que a gente tem feito é mostrar para os produtores que o Porto do Açu pode ser uma nova rota para escoar a produção com eficiência e com competitividade versus o que eles fazem hoje”, conta.
Conforme detalhado pela IstoÉ Dinheiro, o porto, que já é conhecido como maior exportador de petróleo e gás do Brasil, quer começar uma nova fase de olho no agronegócio, aumentando a participação no embarque de fertilizantes e grãos.
A unidade foi inaugurada em meados de 2015 e atua no agro desde 2020. No ano passado, foram cerca de 550 mil toneladas de grãos transportadas, incluindo soja, milho, café e trigo. A expectativa para 2025 é atingir 1 milhão de toneladas.
Atualmente a gestão investe em uma estratégia que envolve um acordo de intenções com o governo de Goiás e a inauguração de um terminal exclusivo para grãos até 2028 – projeto que exigirá um investimento de R$ 500 milhões e deve movimentar 1,8 milhão de toneladas no primeiro ano.
De 2023 até agora o porto transportou, em toneladas:
Soja – 242.939
Milho – 134.037
Trigo – 32.546
Café- 15.549
A gestão focou, inicialmente, na importação de fertilizantes, visando ser uma alternativa ao Porto de Vitória, uma unidade portuária que historicamente sofre com longas filas de navios e custos de demurrage – termo para descrever taxas cobradas pelo atraso na devolução de contêineres após o período de tempo livre estabelecido no contrato de transporte marítimo.
Todavia, para viabilizar o frete rodoviário dos fertilizantes – muito caro caso fosse apenas importação – a gestão mirou então a exportação de grãos como contrapartida, dado que o produto que tem o maior fit com o fertilizante para otimizar os custos logísticos.
Após isso, o Porto do Açu passou a investir mais pesado no transporte de grãos e espera aumentar o share de participação no transporte dos produtos do setor que tem a maior participação no PIB brasileiro.
Ex-porto de Eike
A unidade, localizada em São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro, foi concebida pelo empresário Eike Batista em meados de 2007, visando se tornar o maior porto do país e o maior estaleiro das Américas, além de um polo industrial.
O porto abriga 28 empresas e 11 terminais de classe mundial.
Sete anos após o início das obras, em 2014, foram iniciadas as operações portuárias, em 2014, com o primeiro carregamento de minério de ferro.
O custo total da obra até a entrada em operação foi de R$ 9 bilhões – superando com folga o orçamento inicial, que era de R$ 1,4 bilhão.
Atualmente Eike não possui nenhuma relação com a gestão do Porto do Açu. A gestora americana EIG assumiu o controle no fim do ano de 2013 e fez um aporte de R$ 1,1 bilhão, passando a deter a fatia de 53% da então LLX, rebatizada para Prumo Logística. Atualmente, a Prumo Logística Global S.A. é controlada pela EIG Management Company LLC (93,1%) e pelo fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala Development Company (6,9%).
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