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11/12/2025 às 21h55 
11/12/2025 às 21h55
Redação Ururau
A proibição do uso de redes sociais por menores de 16 anos entrou em vigor na Austrália e transformou radicalmente a rotina de milhões de adolescentes que dependiam das plataformas para comunicação, estudos, lazer e vínculos sociais. A medida, aprovada em velocidade recorde no final de 2025, se tornou um dos maiores experimentos já realizados por um país democrático no controle digital de menores.
Em regiões rurais, onde os vínculos presenciais são mais difíceis, os impactos são sentidos com mais intensidade. No interior de Queensland, onde propriedades ficam separadas por centenas de quilômetros, adolescentes que viviam conectados agora precisam reaprender a manter laços por meios mais limitados. Para muitos jovens que estudam em internatos distantes e só veem amigos e familiares em períodos específicos, as plataformas funcionavam como uma extensão natural do convívio social.
Especialistas afirmam que a proibição cria um cenário complexo. Grupos que apoiam a medida avaliam que o tempo excessivo online expunha menores a riscos como cyberbullying, pressão social e assédio. Defensores ressaltam que a legislação é uma tentativa de proteger a saúde mental em um ambiente digital conhecido por conteúdo tóxico, desafios virais perigosos e algoritmos que favorecem compulsão.
Críticos apontam que o governo pode estar ultrapassando limites e transferindo a responsabilidade da educação digital para o Estado. Famílias que vivem em regiões isoladas afirmam que o banimento retira dos pais a possibilidade de orientar seus filhos gradualmente no ambiente virtual. Educadores de grandes centros urbanos, porém, comemoram a mudança e disseram que a redução do uso de smartphones já diminuiu conflitos escolares relacionados ao ambiente digital.
A legislação foi inspirada no livro The Anxious Generation, de Jonathan Haidt, que descreve impactos negativos da hiperconectividade na formação emocional dos jovens. A leitura influenciou diretamente o premiê da Austrália do Sul, Peter Malinauskas, que articulou o avanço da proposta até alcançar apoio federal.
Apesar da aprovação acelerada, a nova lei enfrenta questionamentos jurídicos e resistência de empresas de tecnologia, que avaliam que a verificação de idade em larga escala pode gerar falhas, riscos à privacidade e movimentação de menores para plataformas menos regulamentadas. Há ainda uma ação pendente na Suprema Corte aberta por adolescentes que argumentam que o banimento viola direitos básicos de expressão e convivência.
O governo sustenta que proteger o desenvolvimento emocional tem prioridade sobre qualquer outra preocupação. Enquanto o debate jurídico avança, o país se prepara para medir efeitos sociais e psicológicos do bloqueio, que pode se tornar referência para outras nações que discutem regulações semelhantes.
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