O Papa Francisco morreu na manhã desta segunda-feira (21), às 7h35 (horário de Roma), aos 88 anos. O mundo católico se despede de um pontífice marcante, que promoveu reformas, aproximou a Igreja dos pobres e trouxe a América Latina para o centro das decisões do Vaticano. Com a confirmação do falecimento, a atenção agora se volta para o Conclave, processo que elegerá o novo Papa. E entre os possíveis sucessores, cardeais brasileiros despontam como nomes fortes na sucessão papal.

O Brasil, que possui a maior população católica do mundo, tem representantes de destaque no Colégio Cardinalício. Entre os mais cotados está Dom Odilo Pedro Scherer, de 75 anos, arcebispo de São Paulo. Nomeado cardeal em 2007 por Bento XVI, Dom Odilo já foi considerado um "papável" no conclave que elegeu Francisco, e mantém forte presença nos bastidores da Cúria Romana.

Outro nome de peso é Dom Paulo Cezar Costa, de 57 anos, arcebispo de Brasília. Nomeado cardeal em 2022, é doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e tem sido considerado um representante da renovação e do diálogo entre a tradição e a modernidade dentro da Igreja.

Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB, também é lembrado como possível sucessor. Nomeado cardeal no fim de 2024, sua trajetória pastoral e sua capacidade de articulação política e religiosa dentro do Brasil e fora dele fortalecem sua posição.

Já Dom Leonardo Ulrich Steiner, de 74 anos, arcebispo de Manaus, representa o rosto amazônico da Igreja. Ele foi o primeiro cardeal da região nomeado por Francisco, em 2022, numa escolha simbólica para reforçar a atenção da Igreja às questões ambientais e aos povos originários.

Também aparecem entre os cotados Dom Orani João Tempesta, de 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro, conhecido por sua atuação pastoral e presença pública, e Dom Sérgio da Rocha, de 65 anos, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, ex-presidente da CNBB e doutor em Teologia Moral.

A escolha do novo Papa dependerá das articulações internas entre os cardeais eleitores. No entanto, a presença marcante de brasileiros entre os mais citados mostra a força e a representatividade do país na Igreja Católica mundial. Uma eventual eleição de um Papa brasileiro seria um marco histórico — e a continuidade de uma abertura da Igreja para as vozes do sul global, iniciada com o pontificado de Francisco.

O Conclave deve ser convocado nos próximos dias, seguindo os ritos tradicionais da Igreja, após o período de luto oficial. Até lá, cresce a expectativa global sobre quem será o novo líder da fé católica e que rumos dará à Igreja nos próximos anos.

Outros cardeais cotados internacionalmente

Além dos brasileiros, diversos nomes ao redor do mundo estão sendo apontados como fortes candidatos. Entre eles:

• Matteo Zuppi (Itália) – Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, é considerado progressista e próximo de Francisco.

• Pietro Parolin (Itália) – Secretário de Estado do Vaticano, com forte atuação diplomática.

• Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização; seu perfil pastoral e multicultural agrada diversos setores da Igreja.

• Peter Turkson (Gana) – Um dos nomes africanos mais mencionados; já foi prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral.

• Robert Sarah (Guiné) – Representa a ala conservadora e tem apoio de setores mais tradicionais da Igreja.

• Christoph Schönborn (Áustria) – Arcebispo de Viena, teólogo respeitado e tido como um nome de consenso entre diferentes alas.

A próxima escolha papal poderá representar não apenas a continuidade do legado de Francisco, mas também apontar para novos rumos diante dos desafios contemporâneos que a Igreja Católica enfrenta.