Sábado, 15 de novembro de 2025

Eleições no Chile: Jeannette Jara lidera disputa com 32% e abre vantagem sobre Kast

Jara lidera com 32 por cento, mas perde em cenários de segundo turno

15/11/2025 às 10h57 Redação Ururau

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Pesquisa aponta Jeannette Jara na frente no Chile com 32 por cento / Foto: Cristobal Olivares/Bloomberg

A disputa presidencial no Chile entra na reta decisiva com Jeannette Jara na liderança do primeiro turno. A pesquisa Atlas Intel, realizada entre 10 e 14 de novembro com 3.118 eleitores, mostra a candidata de esquerda com 32,1 por cento das intenções de voto e vantagem de 14 pontos sobre José Antonio Kast, principal nome da direita radical. Os chilenos votam neste domingo 16 em uma eleição marcada por forte polarização, insegurança pública e debate sobre imigração.

Apesar da liderança folgada, Jara perdeu seis pontos desde junho, enquanto Kast consolidou 18,1 por cento. Em terceiro lugar aparece Johannes Kaiser, com 14,9 por cento, seguido de perto por Evelyn Matthei, com 14,4 por cento, e Franco Parisi, com 13,8 por cento. A pesquisa mostra um cenário distribuído e sem chance de vitória em primeiro turno.

O segundo turno é previsto para 14 de dezembro e, segundo o levantamento, Jara perderia em todos os cenários simulados. Sua rejeição é a mais alta entre os oito candidatos, o que deverá influenciar diretamente no final da disputa. Em uma eventual disputa contra Kast, a desvantagem da candidata é de 10 pontos.

Jeannette Jara é a primeira candidata comunista desde a redemocratização chilena e lidera uma ampla coalizão de centro-esquerda apoiada pelo governo de Gabriel Boric. Aos 51 anos, construiu sua campanha com foco em reformas sociais, fortalecimento da segurança pública sem militarização, combate ao crime organizado e políticas de bem-estar. Sua imagem de origem popular e discurso direto impulsionam o apelo junto a eleitores de baixa renda.

Jara ganhou projeção nacional após a implementação da redução da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais, uma das raras vitórias legislativas do governo Boric. Também comandou negociações da reforma previdenciária. O Partido Comunista chileno, historicamente forte nos movimentos sindicais, nas artes e no meio acadêmico, encontrou nela uma figura competitiva para disputar o Palácio La Moneda.

Mas o mesmo vínculo popular que fortaleceu sua candidatura também alimenta resistências. O Chile tem uma tradição marcada pelo anticomunismo, o que dificulta a ampliação de sua base eleitoral. Por isso, a campanha adotou um tom mais moderado, priorizando segurança e controle migratório, temas normalmente associados à direita.

Do outro lado, José Antonio Kast, conhecido por posições ultraconservadoras e pela defesa de pautas alinhadas ao período militar chileno, também enfrenta alta rejeição. Pesquisas locais mostram que cerca de 65 por cento do eleitorado rejeita o candidato do Partido Republicano. A eleição tende a ser decidida por rejeição e não por entusiasmo, levando a disputa ao voto menos rejeitado no segundo turno.

O pleito deste domingo inaugura ainda o voto obrigatório nas eleições presidenciais, o que pode alterar projeções e ampliar a participação de setores que costumam se abster. Com o cenário aberto, o panorama final dependerá de quem conseguirá atrair eleitores descontentes com o atual governo e com a fragmentação da direita.

Fonte: Redação

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