Após um longo período de internações, morreu nesta sexta-feira (8), o cantor, compositor e instrumentista Arlindo Cruz, aos 66 anos. Autor de mais de 500 composições gravadas e eternizadas por diversos intérpretes, o artista sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em março de 2017, enfrentando, desde então, as sequelas da doença. A morte foi confirmada pela mulher do artista, Babi Cruz. Ele morreu no hospital Barra D'Or, na Zona Oeste do Rio.

Depois de um ano e três meses internado em um hospital, o Arlindo recebeu alta e seguiu com sessões de fonoaudiologia e fisioterapia em casa. Mas, em março de 2025, Arlindo voltou a ser internado e passou a apresentar dificuldades para responder a estímulos. O cantor ainda enfrentou uma bactéria resistente, adquirida em decorrência de uma pneumonia.

Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu em Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro, em 1958. Aos 6 anos, começou sua trajetória musical, quando passou a tocar cavaquinho. Já na juventude, começou a trabalhar profissionalmente como músico, fazendo rodas de samba com vários artistas. Na década de 1980, passou a integrar o grupo Fundo de Quintal, com a saída de Jorge Aragão.

Após deixar o grupo, despontou como cantor em carreira solo a partir dos anos 1990. No mesmo período, também ingressou uma parceria com o sambista Sombrinha. Ao longo da carreira, Arlindo escreveu canções que ficaram famosas nas vozes de Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, além de sambas-enredos da escola Império Serrano, da Zona Norte do Rio.

Nos anos 2010, o compositor tornou-se um nome ainda mais conhecido por participar de programas de TV, como o “Esquenta!”, com Regina Casé. Na mesma década, entretanto, sofreu o acidente vascular cerebral que afetou seus movimentos.

Passados oito anos, em 2025, o cantor ganhou uma biografia detalhada da sua trajetória, escrita pelo jornalista Marcos Salles. “O Sambista Perfeito: Arlindo Cruz”, de 462 páginas, reúne depoimentos do artista antes de sofrer o AVC e também de familiares e amigos de Arlindo, como Maria Bethânia, Zeca Pagodinho, Maria Rita e Regina Casé. O livro foi lançado pela Malê Editora.

Ainda em 2025, o cantor foi novamente internado no Rio de Janeiro, após apresentar um quadro de pneumonia em abril. Em nota, a assessoria de imprensa do instrumentista informou à época que ele precisou passar por exames médicos, mas que permanecia clinicamente estável, apesar do seu estado de saúde exigir atenção.

Embora “estável e acordado”, como afirmou a influenciadora Flora Cruz, filha do cantor, em nota enviada ao “Gshow”, boatos da morte do artista passaram a circular nas redes sociais em poucos meses depois, em julho.

“A equipe de Flora Cruz, em seu nome como influenciadora e principalmente como filha, vem a público mais uma vez pedir respeito! Arlindo Cruz, artista e pai da influenciadora, está vivo, internado, estável e acordado. É desesperador se deparar com tamanhas inverdades na internet em um momento tão delicado. Tornamos a reafirmar a verdade, e os próximos passos serão judiciais com tamanho desrespeito”, informou o comunicado.

Arlindo deixa a esposa, Barbara Cruz, com quem era casado desde 2012, e dois filhos: Arlindo — o Arlidinho — e Flora.