Sábado, 20 de abril de 2024

Dia daquele que se reinventou para continuar a transmitir o saber

Ururau presta uma singela homenagem ao profissional que forma todos os profissionais

15/10/2021 às 08h37 15/10/2021 às 09h24 Redação

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Ururau presta uma singela homenagem ao profissional que forma todos os profissionais / Foto: Divulgação

Eles sempre foram admirados e respeitados por transmitir o conhecimento, por ajudar na construção da linguagem, por abrir horizontes, proporcionar a formação profissional, mas nunca, em tempo algum, esses guerreiros denominados professores foram tão exigidos quanto nos últimos dois anos.

 A pandemia trouxe uma necessidade urgente de reinvenção do ensino, e coube ao mestre mais uma vez conduzir o processo, desta vez, com uma barreira chamada tela, que muitas vezes aparece com a câmera desligada, deixando um vazio no lugar do rostinho do aluno. O ensino on-line pode ser solitário, principalmente para o professor de adolescentes, que normalmente preferem optar por não mostrar o rosto.

Na aula da criançada do Fundamental 1 o barulho é garantido. “tia, posso ir ao banheiro?”, “Tia, olha meu cachorro!”, “Tia, eu estou terminando de almoçar”. Que professor imaginava passar por algo semelhante? Sem contar as coisas indiscretas sobre o dia-a-dia da família que alguns insistem em relatar, haja jogo de cintura para tratar tanto assunto.

A professora Letícia Nunes, dá aula de história para o 6º ano do Ensino Fundamental, para ela, o grande desafio do ensino-on-line é motivar o aluno. “A pandemia impôs a todos, adaptações inesperadas, com os professores essa realidade não foi diferente. Acredito que a necessidade do aprendizado rápido de inúmeras ferramentas digitais e a elaboração de um sistema de ensino online seguro e eficaz por parte das coordenações tenham sido grandes dificuldades, mas sem dúvida o grande desafio foi buscar estratégias de engajamento e motivação dos alunos durante as aulas”.
 

Alfabetização na pandemia
“Os primeiros dias de aula on-line foram desesperadores, as crianças muito ansiosas, a internet oscilava, e o pior é que eu não fazia ideia de como minha filha poderia aprender a ler naquele contexto, pesei que seria um ano perdido, mas o impossível aconteceu, em dezembro Melissa estava lendo!”, Esse relato é da jornalista Clícia Cruz, mãe da pequena Melissa, que hoje com sete anos lê perfeitamente, mas em 2020 a expectativa não era das melhores diante do cenário de pandemia.

“Eu não conseguia enxergar uma solução, foi um  momento de bloqueio mais pra mim do que para ela, eu precisei respirar, arrumar as coisas na minha cabeça para dar o suporte necessário e ela tinha uma professora maravilhosa, que conseguia a mágica de dar atenção a cada aluno, mesmo a distância. O incentivo da Tia Tatiana Bissonho foi fundamental, a cada dia, a cada trechinho lido com dificuldade e no final deu tudo certo. Aqui em casa somos fãs dos professores, mas após 2020, eles com certeza ganharam um lugar ainda mais especial dentro do nosso coração.”, diz Clícia, que também é mãe da Eduarda, que cursa o 9º ano do Ensino Fundamental.   

A reinvenção da escola no período pandêmico
O Ururau conversou com a pedagoga e diretora do Colégio Regina, Fernanda Boynard, que a frente de uma escola tradicional, com 70 anos de história precisou  se adequar para manter o ensino de qualidade, atendendo às novas necessidades.

Ururau - A educação está enfrentando dois anos atípicos, que nenhum de nós imaginou viver. Como foi possível se reinventar para atender as necessidades dos alunos?

Fernanda Boynard - Em um cenário preocupante e incerto de pandemia mundial, tivemos em nosso caminho inúmeros desafios a serem enfrentados. Foi preciso reinventar a escola e transferir nosso ensino presencial para o universo on-line: adotamos a plataforma do sistema de ensino como ferramenta diária para motivar os alunos e estimular a interação, assim como as aulas síncronas e assíncronas realizadas, reformulamos horários e novas formas de lecionar e ensinar, alteramos o método de aplicação dos instrumentos avaliativos.

Sabemos que perante tal condição ocorreram algumas perdas e tivemos muitas preocupações, transformando o nosso normal neste suposto “novo normal”, mas temos certeza de que estamos conseguindo ofertar aos nossos alunos um ensino de qualidade, baseado na excelência.

Ururau - E a saúde mental do professor, como a escola vem trabalhando esse lado, já que as aulas on-line e agora o ensino híbrido vem exigindo uma demanda maior de trabalho e esforço?

Fernanda Boynard - Apesar do momento de extrema adversidade, toda a equipe se reinventou, e com toda certeza, fortaleceu os laços de apoio, carinho e afeto. O momento é de união, não paramos e nem vamos parar, porque juntos venceremos todas as dificuldades impostas a nossa comunidade escolar. Há mudanças que perdurarão para somar a todo o processo educativo, outras se aperfeiçoarão no decorrer do caminho, e algumas práticas cairão em desuso, mas temos a certeza de que juntos continuaremos a escrever a história na vida dos nossos alunos e vamos caminhando e crescendo a cada dia.

Ururau - Os alunos agora têm a possibilidade de mesclar as aulas on-line com as presenciais. Como foi a adesão e como têm se comportado as crianças diante dessa nova realidade?

Fernanda Boynard - Como toda transição, entendemos que essa nova possibilidade deve ser acompanhada com cautela, perícia e cuidado no que se refere ao novo ambiente dos alunos. A metodologia de trabalho foi voltada para adequação, nossos educandos não poderiam sofrer com uma ruptura abrupta na sua forma de operar. Com isso, trabalhamos com a mesma  estrutura adotada no ensino remoto, isto é, com instrumentos avaliativos de forma on-line e disponibilizamos as aulas presenciais com horários ajustados para os segmentos, seguindo todos os protocolos recomendados e minimizando os efeitos para os alunos. O feedback que recebemos dos alunos é positivo e percebemos a cada dia novos avanços e conquistas tanto dos educadores como dos educandos.


Ururau - Como gestora escolar, que aprendizado você tira desse momento?

Fernanda Boynard - Em 2020, iniciamos o ano, tudo novo e nossa equipe engajada e fervilhando de ideias e pensamentos em meio às expectativas desse ano letivo. Repentinamente surge uma tormenta, um fato novo, desconhecido e jamais vivido por nós. Não há como negar o medo e a incerteza que permearam e entraram em nossas vidas, planos e até sonhos. E diante de tudo isso, a certeza que tenho é que estamos aprendendo a aprender. Reinventar é a palavra de ordem e o momento é para refletirmos com otimismo, afinal mar calmo não faz bons marinheiros. Sigo com a fé de que dias melhores virão e que Deus sempre é o nosso alicerce para todos os dias.

Ururau - E nesse Dia do Professor, qual a mensagem que você deixa para os educadores?

Fernanda Boynard - A arte de ensinar fala muito sobre o cuidado, o respeito e o carinho.

Com muita maestria, você, professor, continua com a missão de manter o desenvolvimento dos seus alunos, a coragem para se arriscar ao novo, a criatividade para se reinventar, a paciência para lidar com as incertezas e a persistência para nunca desistir em meio aos desafios.

Além dos conteúdos nas aulas, você ensina valores que nossos alunos vão levar para toda a vida.

Você faz o sonho de transformar vidas, tornar-se realidade!

Que o seu dia não seja lembrado somente hoje, mas em cada vida transformada.

O meu respeito, a minha gratidão!

 

Fonte: Ururau

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