Este foi o ponto de partida para um estudo, publicado recentemente na revista Nature, no qual os autores sugerem que sejam formados novos agrupamentos sociais, fazendo com que parte da população mais exposta ao (SARS-CoV-2) não conviva intensamente com grupos que têm menos chance de contato com o vírus. O professor Anderson Morales, dos Institutos Superiores de Ensino do Censa (Isecensa), abordou o assunto no seu artigo para o projeto Falando de Ciência.
“Essa comunicação baixa possibilita o contato entre os já infectados com pessoas que estão imunes ou que também estejam infectadas. Um indivíduo pode estar altamente interconectado, em contato próximo com outros grupos de pessoas. O outro grupo pode ter o mesmo número de indivíduos e conexões, mas a maneira como estão conectados diminui a infecção e reduz a curva”,
afirmou o docente, reforçando que desta forma seria possível ter vida social durante a pandemia, desde que repensássemos um pouco sobre os agrupamentos com os quais interagimos diariamente.
No entanto, segundo Morales, o sucesso desse modelo é reduzido quando as redes consistem em grupos populosos conectados com poucas ligações intermediárias, como indivíduos que vivem em comunidades isoladas espalhadas por áreas rurais.
“Empregando esse modelo, podemos evitar o contágio rápido, incentivando estratégias de distanciamento social que reduzem os atalhos da rede de grupos de pessoas infectadas. Dessa forma, a população mundial poderá obter maior benefício social, econômico e de saúde, desenvolvendo hábitos saudáveis associados à prática segura de atividade física”, explicou.
O Falando de Ciência foi idealizado pelo Isecensa com o objetivo de facilitar o acesso da população à novas descobertas científicas e análises de especialistas sobre temas diversos, sendo o novo Coronavírus escolhido para o começo dos trabalhos.
“Estamos vivendo um período de grandes incertezas, mas pesquisadores e especialistas de todo o mundo vêm trabalhando de forma incansável para termos novas respostas sobre o novo Coronavírus e os desdobramentos que a pandemia poderá promover na sociedade como um todo. Isso, no entanto, ainda fica bem distante da população e até dos profissionais que atuam na linha de frente.
Queremos justamente facilitar esse acesso, ‘traduzindo’ para uma linguagem de fácil entendimento”, explicou a vice-diretora do Isecensa, Elizabeth Landim.
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