O medicamento Ritalina está em falta nas principais farmácias do Brasil, e em Campos não é diferente. Problema na importação da matéria-prima tem sido o principal motivo pela não comercialização do medicamento em todo território brasileiro.

O Site Ururau conversou com representantes de três grandes redes de farmácias em Campos e todos foram unânimes em dizer que o problema se encontra na produção ou na distribuição do medicamento.

“O produto está em falta na indústria. Não temos contato direto com o representante, isso acaba atrapalhando a comercialização. São muitas pessoas procurando”, ressaltou o representante da rede de Drogarias Pacheco.

Representante da rede Isalvo Lima explicou que o medicamento está passando por uma revisão, e que a previsão é de que volte a ser produzido em dezembro deste ano.

“A Ritalina está passando por uma revisão no processo de produção. Tudo indica que irá voltar a ser produzido em dezembro. São muitas pessoas que procuram. É um medicamento de muita necessidade na saúde pública. Agora estão trocando pelo genérico Cloridrato de Metilfenidato”

A Ritalina é um remédio de uso contínuo que tem como princípio ativo o Cloridrato de Metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central que traz calma e foco a crianças e adultos que sofrem com o chamado Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).  

“Não estamos conseguindo comprar. São muitas pessoas procurando aqui em Campos. Está em falta em todas as farmácias da região”, afirmou o funcionário da Drogaria Cesar.

A jornalista Lohaynne Gregório tem um parente que faz uso desse importante medicamento. Ela relatou que só conseguiu comprar a Ritalina no Rio de Janeiro, mesmo assim, com muita dificuldade.

“Tenho um familiar que faz o tratamento com o medicamento e o médico neurologista nos deu a receita em agosto, mas avisando que aqui em Campos não havia o medicamento nas farmácias e desde então estamos buscando em todos os locais esse medicamento. Só conseguimos encontrar uma caixa da Ritalina LA de 10mg, em uma farmácia do Rio de Janeiro”, disse acrescentado que as farmácias sempre dizem que não há previsão para normalizar o fornecimento.

Lohaynne relatou ainda a insegurança gera pela suspensão temporária da fabricação do medicamento no Brasil. “No nosso caso, a Ritalina foi indicada para um acompanhamento de transtorno de aprendizagem, mas estamos iniciando o tratamento de risco, por iniciar esse tratamento, sem a certeza da continuidade. Porque como é um medicamento de uso contínuo e requer até um período de adaptação como qualquer outro medicamento, a nossa preocupação é, iniciando o tratamento agora, a gente vai poder continuar ou não. E se for interrompido vai haver alguma conseqüência?”, disse a jornalista.

MEDICAMENTO GENÉRICO CHEGA AS FARMÁCIAS
O Cloridrato de Metilfenidato já se encontra em uma das redes de farmácia de Belo Horizonte (MG) e também em Campos, segundo Lohaynne. É bem provável que nos próximos meses o medicamento irá se encontrar disponível em outros estados.

Fazer coisas simples como ler um livro, conseguir prestar atenção em uma conversa, fazer uma coisa só por vez para uma pessoa com TDAH é muito complicado ou quase impossível. 

“Quando descobrimos que o Ritalina estava em falta procuramos nos informar mais a respeito e conhecemos muitas pessoas e muitas famílias passando pelo mesmo problema com crianças com transtorno de déficit de atenção, que já estavam em tratamento. Essas pessoas interromperam o tratamento e estão passando por uma série de transtornos com essas crianças em relação à atividade escolar, prejudicando o desempenho em casa e nas tarefas domésticas. Isso afeta na vida como um todo da criança prejudicando muito”, disse Lohaynne. 

Com relação aos fatos recentes sobre a falta do remédio no Brasil, o laboratório responsável pelo abastecimento do mesmo, o Novartis esclarece:

"Que a disponibilização de Ritalina® e Ritalina® LA, prescritos para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sendo um produto controlado com retenção de receita, segue rígidos processos de exportação e importação, que incluem a existência de cotas pré-estabelecidas pelo órgão regulador.
Os prazos de validade de apenas 12 meses para Ritalina® e 15 meses para Ritalina® LA dificultam a formação de estoque de longo prazo, porque possuem prazo de validade curto.

O processo de produção, logística e distribuição de Ritalina® é complexo. A falta temporária de produtos de uso crônico gera um aumento de demanda por parte do paciente que, preocupado faz estoques preventivos, dificultando ao atendimento rápido da demanda aumentada. 
Ao detectar essa situação de desabastecimento temporário, a Novartis, imediatamente notificou a ANVISA de forma preventiva, em junho de 2018, e buscou alternativas (como fazer o abastecimento por transporte aéreo, por exemplo) para retomar o abastecimento ao mercado brasileiro – centros de distribuição, farmácias e secretarias de saúde do país – o que começou a ocorrer a partir de 24 de julho. Entretanto a procura do produto em níveis muito acima da média, dificulta o atendimento completo da demanda.

Dessa forma, a Novartis reforça que está empenhada em seu compromisso de regularização desse fornecimento aumentando ao máximo sua produção, importação e distribuição.

A Novartis informa, por fim, que está à disposição para esclarecer e apoiar na localização do medicamento através do Serviço de Informações ao Cliente, o qual pode ser contatado pelo 0800 888 3003 (ligação gratuita) ou por e-mail sic.novartis@novartis.com".