A família do jovem estudante Rafael Vasconcelos de Castro, de 18 anos, disse ao site Ururau, nesta terça-feira (10), que a paraplegia não foi confirmada pela equipe de neurologia que acompanha o paciente no Hospital Dr. Beda, em Campos. A hipótese tinha sido levantada no primeiro atendimento no Hospital Ferreira Machado (HFM), quando Rafael não respondia aos movimentos das pernas. A família também agradeceu a comoção social e à solidariedade do campista em atender ao apelo público e doar sangue para Rafael. "A campanha de doação de sangue levou mais de 100 pessoas ao hemocentro", disse um familiar.

Ainda segundo a família, "os médicos estão estabilizando o quadro clínico do paciente para que a equipe de neurologia possa estudar o caso e chegar ao melhor tratamento. Rafael está consciente e acompanhando o seu caso. Ele tem se mostrado muito forte neste momento e, assim como ele, toda a família tem muita esperança em sua recuperação", contou o familiar, o jornalista Wellington Cordeiro.

Sonho adiado
Rafael cursava o segundo período de Ciências Contábeis na Universidade Candido Mendes. Por causa da violência sofrida, trancou a matrícula, adiando o sonho de se tornar um profissional da contabilidade. "Atuar nesta área é, sem dúvida, seu grande sonho. Ele pensava em estudar Educação Física, mas desistiu quando conheceu as Ciências Contábeis, ao atuar na área como jovem aprendiz. Além de se formar, ele tem o sonho de constituir uma família", disse Wellington.

Estado de saúde
Rafael deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), nesta terça-feira (10) e foi para o quarto, para dar prosseguimento ao tratamento com foco na fisioterapia. "Ele está recebendo toda a atenção das equipes multiprofissionais do hospital", afirmou.

A investigação
De acordo com a família de Rafael, as polícias Civil e Militar estão empenhadas em solucionar o crime e já têm algumas linhas de investigação. "Porém, eles não forneceram mais detalhes para não atrapalhar o trabalho. Não sabemos se Rafael teria condições de reconhecer os criminosos, isto tem que ser avaliado, pois a ação dos bandidos foi muito rápida. Temos, ainda, toda crítica pela falta de segurança em Campos, pois todos sabem que a violência está em alta escala e que ações como a que afetou o Rafael é bastante comum: o ataque covarde de meliantes em motos. As polícias, apesar do empenho, estão com dificuldades em ter acesso a imagens de qualidade de monitoramento das ruas, que poderiam auxiliar no reconhecimento dos criminosos", disse.

Drama
De acordo com Wellington, a família ficou "destruída com a notícia, mas vêm buscando forças para dar o suporte necessário ao Rafael e superar o momento". Ainda segundo Wellington, a família se preocupava com a rotina de Rafael. "Ele,  assim como grande parte dos jovens que trabalha e estuda, se locomove por meio de bicicleta, sendo expostos a todo tipo de risco, de acidentes à crimes. Além disso, infelizmente a família já perdeu duas pessoas assassinadas em assaltos". 

O caso 
Rafael Vasconcelos de Castro, foi baleado na noite da última sexta-feira (6), durante uma tentativa de assalto no Parque Santo Amaro, em Campos dos Goytacazes. Segundo a Polícia, a  vítima estava de bicicleta, a caminho da casa de um amigo, quando foi abordada por dois indivíduos em uma motocicleta. Ao tentar fugir, o jovem foi alvejado por um disparo de arma de fogo que atingiu seu tórax e coluna vertebral, levantando a suspeita de paraplegia. Os bandidos fugiram. Câmeras de segurança registraram a ação.