O ex-governador Anthony Garotinho continua internado no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. Por volta das 11h, o vereador campista e médico particular de Garotinho, Abdu Neme, chegou ao hospital para visitar e consultar Garotinho. Abdu Neme também assistiu Garotinho durante a greve de fome dele, em 2006.

Por meio de nota, o criminalista Fernando Augusto Fernandes, responsável pela defesa de Anthony Garotinho, informa que "o ex-governador está internado no Hospital Souza Aguiar sob cuidados médicos na tentativa de controlar alterações cardíacas apontadas em eletrocardiogramas. Ele relata uma situação absurda, pois o delegado Paulo Cassiano, da cidade de Campos, resolveu ampliar seus poderes e dar ordem aos policiais federais para levarem Garotinho, sem autorização médica, para um presídio. “Estamos vivendo um absurdo!”, diz o advogado. 

O delegado da PF, Paulo Cassino Júnior, confirmou no início da noite que devido ao mal estar, Garotinho não será transferido para Campos nesta quarta. “Ele alegou um mal estar e foi atendido por uma equipe do Samu na Superintendência da Polícia Federal, mas não foi nada grave. Ele foi conduzido ao hospital para ser hidratado”.

Sobre a representação pela prisão preventiva de Garotinho, Cassiano disse que “Estou convicto de que ele estava atrapalhando de todas as formas o trabalho de investigação que há dois meses está sendo desenvolvido aqui, como coação de testemunhas, destruição de provas, tentativa de intimidação das pessoas na cidade de maneira geral mediante disseminação de clima de terror, medo e intimidação verbal”, justificou acrescentando quanto as coações às testemunhas, não há prova de que foram efetivadas diretamente por ele, mas por pessoas ligadas a ele e pessoas que prestavam conta dessas intimidações a ele, e o ainda foragido  subsecretário municipal adjunto de Governo, que é o braço direito e substituto dele no âmbito da secretaria, que foi citado por uma das testemunhas como tendo sido responsável por arregimentar uma viagem de testemunhas hipossuficiente economicamente para o Rio de Janeiro.

O delegado disse ainda que a investigação não cessa “Alguns vereadores que foram eleitos e que não tem provas formadas contra eles ainda estão sendo investigados”, disse Paulo Cassino. O delegado esclareceu ainda que a denúncia onde consta os pedidos de prisão não foi feito pela Polícia Federal e nem podia ser. “Hoje nos limitamos apenas a cumprir o mandado de prisão, embora a colheita de prova tenha sido toda feita pela Polícia Federal”, disse.

Segundo o delegado inaugura-se uma nova fase da investigação com a persecução penal desses envolvidos em juízo, pois já há alguns vereadores que foram denunciados, inclusive a ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Ribeiro Lopes Alvarenga.

O delegado informou também que no curso das investigações foi possível constatar que havia uma organização criminosa, inclusive teria ocorrido uma ordem direta efetuada por Garotinho a uma pessoa para que num sábado à noite fosse à secretaria e lá suprimisse do banco de dados as informações relativas as mais de 18 mil inclusões realizadas no período de 60 dias e que constava no sistema do programa Cheque Cidadão.