Terça-feira, 11 de novembro de 2025

Moraes aponta contradições e determina envio de laudos e dados de prisões

Operação nos complexos do Alemão e da Penha que resultou em 121 mortes, em 28 de outubro

10/11/2025 às 19h40 Redação

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Ministro determinou que governo preserve imagens de câmeras corporais, envie resultados de todos os laudos e relatórios de inteligência que embasaram o cumprimento dos mandados. / Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo do Rio de Janeiro e a Justiça do estado encaminhem informações adicionais sobre a operação nos complexos do Alemão e da Penha que resultou em 121 mortes, em 28 de outubro.

?Moraes está como relator temporário da chamada ADPF das Favelas, ação julgada em abril, quando o Supremo determinou a adoção de um protocolo para operações nessas áreas, com objetivo de garantir o cumprimento dos Direitos Humanos.

Na decisão, o ministro apontou que há divergências entre as informações divulgadas pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Segurança Pública, e de outros órgãos, como o Ministério Público.

Portanto, pediu informações complementares sobre os relatórios que embasaram a operação, laudos realizados após as mortes e informações de inteligência que levaram ao cumprimento dos mandados contra integrantes do Comando Vermelho (CV) no Rio.

Veja as informações adicionais demandadas pelo ministro:

I) Governo do Estado do Rio de Janeiro:

1. Preserve todas as imagens das câmeras corporais dos policiais civis e militares, enviando aos autos a relação dos policiais e respectivas câmeras utilizadas no dia da operação;

2. Envie aos autos cópias de todos os laudos necroscópicos realizados, com o registro fotográfico e busca de projéteis;

3. Envie aos autos os relatórios de inteligência e policiais que indicavam a presença dos 51 réus da 42ª Vara Criminal, que seriam objeto do cumprimento dos mandados de prisão, no local da “Operação Contenção”. Essa documentação deve ser enviada mantendo-se o sigilo.

4. Informe as demais medidas realizadas para o cumprimento da decisão de 2/11/2025.

?Nesta data, Moraes determinou que o governo preserve "todos os elementos materiais" relacionados à execução da operação policial nas comunidades da Penha e do Alemão, "como perícias e respectivas cadeias de custódia" — que garantem a autenticidade e a validade das provas. Relembre aqui.

??Na época, ele afirmou que o objetivo da preservação desses elementos é possibilitar "o exercício do controle e averiguação" da atuação policial pelo Ministério Público, devendo ser garantido o acesso da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro a esses elementos.

II) Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro:

5. Envie aos autos a relação das pessoas com mandado de prisão pela 42ª Vara Criminal do Rio de Janeiro que foram efetivamente presas na “Operação Contenção”; bem como a relação das demais pessoas presas – por mandado ou em flagrante – na citada operação e que não constavam nos referidos mandados e a situação processual de cada uma delas;

6. Envie os resultados das audiências de custódia realizadas e dos mandados de busca e apreensão efetivamente realizados.

III) Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, envie:

7. Os relatórios e cópias dos laudos realizados por sua perícia técnica independente;

8. Cópia integral do Procedimento Investigatório Criminal, com todos seus anexos e diligências realizadas.

IV) Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro:

9. Informe se o acesso à prova dos autos, bem como à todos os procedimentos necessários para o devido acompanhamento e assistência às famílias das vítimas está sendo garantido.

Ele também agendou uma audiência com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e com os procuradores-gerais de Justiça dos estados e do DF na tarde desta segunda, no STF.

Na sequência, a reunião receberá o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para conversar sobre o projeto de lei antifacções, enviado pelo governo federal.

O que diz o governo do Rio

Em nota, o governo do estado do Rio afirmou que está “sempre pronto a colaborar com as autoridades” e que vai disponibilizar todo o material solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O comunicado destaca que as imagens geradas pelas câmeras operacionais portáteis usadas pelos policiais “seguem um protocolo que determina armazenamento durante um ano e ficam à disposição do Ministério Público e da Justiça”.

O governo ainda informou que o uso das câmeras corporais pelas forças de segurança do estado começou em dezembro de 2021 e integra o Programa Estadual de Transparência em Ações de Segurança Pública, Defesa Civil, Licenciamento e Fiscalização.

Fonte: G1

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