Sexta-feira, 06 de junho de 2025

Paes veta projeto de lei que cria Dia da Cegonha Reborn; 'Com todo respeito, mas não dá'

Proposta de autoria do vereador Vitor Hugo, do MDB, pretendia homenagear as artesãs que criam bonecos realistas de bebês e foi aprovado na Câmara às vésperas do Dia das Mães

02/06/2025 às 17h04 Girlane Rodrigues

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Proposta de autoria do vereador Vitor Hugo, do MDB, pretendia homenagear as artesãs que criam bonecos realistas de bebês e foi aprovado na Câmara às vésperas do Dia das Mães / Foto: Leo Martins/Extra

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, vetou integralmente o projeto de lei que criava no calendário da cidade o Dia da Cegonha Reborn. A iniciativa do vereador Vitor Hugo (MDB) pretendia homenagear as artesãs que criam bonecos realistas de bebês e foi aprovado às vésperas do Dia das Mães. Numa postagem na sua rede social o prefeito justificou a decisão em bom carioquês: "Com todos respeito, mas não dá".

O projeto de lei nº 1892/2023, que previa a inclusão do Dia da Cegonha Reborn no calendário da cidade pretendia com a iniciativa homenagear um grupo de mulheres que procurou o parlamentar, segundo ele. De acordo com a justificativa, a homenagem era para as artesãs que criam bonecos realistas de bebês, chamadas de Cegonhas.


Às vésperas do Dia das Mães, o projeto mencionava que "o nascimento de um bebê é um momento singular na vida de uma mulher, e não é diferente para as mamães reborn, porém, os seus filhos são enviados por cegonhas".

O parlamentar autor da proposta disse que o veto é um direito do prefeito, mas não esperava pelo comentário. Vitor Hugo explicou que agora o projeto de lei volta para a Câmara Municipal para ser analisado pelos vereadores. Nessa nova apreciação, o veto do prefeito tanto pode ser mantido como derrubado. Nesse segundo caso, a lei é sancionada pelo Legislativo.

—Infelizmente foi criada uma polêmica em um projeto que simplesmente homenageava as mulheres que constroem essas bonecas, na maioria dos casos como terapia — defendeu o vereador.

A artesã Janaína Affonso, de 47 anos, moradora na Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio, foi uma das profissionais que confeccionam esse tipo de boneco que influenciaram o vereador a criar a lei. Apesar da decepção, ela diz que seguirá firme com o seu ofício.

Protética e contabilista, ela entrou no mundo reborn por escolha. Durante a crise do governo estadual, sua empresa quebrou e, em 2019, decidiu fazer um curso para fazer bebês realistas após a filha mais velha pedir um de presente. No ano seguinte, veio a pandemia e, além das encomendas, passou a também ensinar. Hoje, é o que se pode chamar de "cegonha reborn".

— Infelizmente a Lei que solicitei há três anos foi no mesmo momento da polêmica sobre os bebês reborn. Mas já adianto que isso não me fará deixar de ser cegonha — garantiu a mulher que preparava um boneco com a cara do prefeito para presentear Eduardo Paes.

A intenção com o presente, segundo ela, não era sensibilizar o prefeito para aprovar a lei e sim para fazê-lo tomar conhecimento da causa das "cegonhas" reborn.

— Agora não faz sentido prosseguir (com a produção do boneco) se ele vetou o projeto de lei— lamentou Janaína, que está articulando, junto com outras "cegonhas" um protesto em frente à prefeitura.

A artesã também gravou um vídeo com uma mensagem direcionada ao prefeito na qual defende a criação da data. Ela alega que as "cegonhas" não são consideradas artesãs pela associação que defende a categoria, cuja data é comemorada em 19 de março.

—A Associação dos Artesãos do Rio de Janeiro, a Aarterj, em sua diretriz não nos considera como artesã, por isso solicitamos o nosso dia. Então o senhor (Eduardo Paes), como um prefeito muito solicito sempre em áreas culturais, carnavalesco, gosta sempre do carnaval, tenho a certeza que vai ter o discernimento de ter primeiro o conhecimento de causa, nos atender para que o senhor possa rever o seu veto — reivindica.

Fonte: Extra

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