O desenvolvimento de Campos e região mobilizou o setor produtivo na noite dessa quinta-feira (14), durante um encontro na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). A convite do presidente da casa, Fábio Paes, o prefeito Wladimir Garotinho e o Senador Carlos Portinho tiveram um bate-papo esclarecedor, onde foram discutidas as consequências do veto do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei, de autoria de Wladimir enquanto deputado federal, que altera o clima da região para semiárido, aprovado no Senado Federal. Na manhã desta sexta-feira (15), Wladimir e Portinho vão estar em Italva, em um encontro com prefeitos do Noroeste Fluminense.

Wladimir falou da importância da mobilização entre poderes e setor produtivo para que o veto seja derrubado. “Nós conseguimos, com muita luta, muito esforço e muito acordo levar o projeto à aprovação. Com a alteração do clima para semiárido, é possível dar crédito barato para o produtor, garantir ao produtor que, em caso de calamidade, ele possa ter o benefício da garantia safra, como já existe em vários lugares do Brasil. Quando você altera a classificação climática, não abre oportunidade somente para o agronegócio, abre para mobilidade, abre para infraestrutura, abre para tudo, abre muitas oportunidades de renda, de crédito e de financiamento”. 

E continuou: “Campos é uma cidade de serviços, e a saída que a gente tem para fazer um novo ciclo, além do petróleo, é no agronegócio. Só que precisa de financiamento. O financiamento rural gera em torno de 6% a 14% de juros, para o semiárido é de 1 a 4%. O legado que esse projeto de lei deixa aqui para a nossa região é eterno, são as futuras gerações podendo ter o seu negócio, investir no seu negócio, conseguir crédito barato, colocar, como a gente diz aqui, a usina para moer, ter mais emprego no campo, mais renda no campo e, consequentemente, ter uma cidade muito mais próspera”. 

O Senador Carlos Portinho corroborou com Wladimir e se comprometeu em cobrar dos colegas uma posição e ainda levar as manifestações da classe produtiva, do agro e das instituições de classe ao plenário. Para Portinho, Lula olhou para o mar e não olhou para a terra.

“O presidente olhou os 22 municípios e viu Macaé e disse que a cidade está ganhando muito dinheiro, para que dar mais benefícios. Ele olhou para o mar, ele não olhou para a terra, ele não olhou para o pequeno agricultor. O que eu vejo é o desconhecimento da região por parte dele. Eu prefiro falar que o financiamento é um incentivo, não é benefício e ninguém está fazendo favor a ninguém, isso é incentivo. Isso é dinheiro emprestado e ainda por cima é dinheiro que volta depois”. 

Fábio Paes disse que a CDL, entidade que tem Confederação em Brasília e Federação no estado, está unida na luta pela derrubada do veto. “Às vezes a pessoa acha que a CDL só se preocupa com o comércio. Não, a gente se preocupa com todo o destino da cidade, porque a gente entende que a ponta é o comércio. Então, quando o agro vai bem, o comércio vai bem, quando a construção civil vai bem, o comércio vai bem. Na minha visão, o Governo Federal não tem interesse em fortalecer o agronegócio, não há interesse em fortalecer o empresariado, esse veto veio corroborar isso. É preciso fortalecer o agronegócio. Aquilo que realmente transforma uma economia, que transforma a mentalidade das pessoas, faz com que as pessoas passem a pensar diferente, a alcançar outros níveis. Por isso a gente precisa estar ombreado nesse momento, e a gente está aqui com todas as entidades empresariais, entidades do agro, a gente precisa estar ombreado com o prefeito que está lutando por essa região, com esse projeto transformador”.

PISTÃO DA CODIN — Ramon Goulart, presidente da Associação das Indústrias da Codin, aproveitou a oportunidade e agradeceu ao prefeito Wladimir Garotinho pela duplicação do pistão da Codin, tem início na BR 101 e vai facilitar o trânsito de caminhões e a mobilidade dos moradores do Jardim Aeroporto, Brejo Grande e Mundéus, entre outros.

“Quero agradecer pelas obras da pista de acesso a Codin, começaram as obras na terça-feira. Era muito esperado, estamos comemorando muito, porque não só vai beneficiar as indústrias da Codin, mas toda comunidade no entorno”. 

Wladimir ressaltou que essa era uma solicitação antiga, de 20 anos. A ligação da BR 101 direto com o Distrito Industrial demorou porque precisava da autorização da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), a liberação para passar no trilho antigo de trem. Sem isso, a gente não podia fazer a obra. Finalmente, há oito meses, eles liberaram. Depois de muita pressão, eu fui a Brasília pressionando e eles liberaram”.