Cinco meses após a tentativa de latrocínio que deixou Rafael Vasconcelos, de 23 anos, paraplégico, a vida do jovem e de sua família continua marcada pela luta por justiça. Em setembro de 2024, Rafael foi abordado por dois criminosos enquanto pedalava no Parque Santo Amaro, em Campos. Durante o ataque, ele foi atingido por um disparo de arma de fogo que ocasionou a paraplegia.

Acompanhando de perto o processo de recuperação de Rafael, sua irmã, Nathalia Vasconcelos, compartilhou como tem sido o desafio de ver o irmão se adaptar a essa nova realidade. "A cada mínima coisa que ele já consegue fazer sozinho, dentro de suas possibilidades, é uma grande vitória para nós que estamos no dia a dia com ele. É muito gratificante ver a evolução dele", afirmou Nathalia, demonstrando o apoio constante à reabilitação de Rafael.

Embora os progressos sejam visíveis, o processo de adaptação da residência para oferecer mais autonomia a Rafael foi essencial para seu bem-estar. "Fizemos uma obra para ele do zero, com banheiro adaptado, quarto com espaço para rotação da cadeira, bancada na altura para ele fazer refeições ou estudar. Tudo para ele ter total independência", explicou a irmã. 

Para auxiliar nos altos custos de fisioterapia e transporte até o Hospital Sarah Kubitschek, no Rio de Janeiro, a família de Rafael criou uma vakinha online, que ainda está em arrecadação. "Ainda está ativa. Os custos ainda são altos, com fisioterapias, viagens de ida e volta para o Rio. Então, toda ajuda que vier é muito bem-vinda!", disse Natália, destacando a necessidade de apoio contínuo.

A busca por justiça, no entanto, tem sido um dos maiores desafios para a família. Em outubro de 2024, a Polícia Civil divulgou que um mandado de prisão foi expedido contra um dos suspeitos do crime, identificado como Leonardo de Souza Junior, de 28 anos. No entanto, o criminoso ainda está foragido, e a polícia continua as investigações para localizar o segundo envolvido no ataque. Apesar disso, a família de Rafael sente a ausência de um apoio mais concreto da polícia. "Eles nunca procuraram a família para dar informações. A única e última vez que soubemos algo foi porque eu e meu marido fomos até a delegacia procurar notícias. Mas nunca deram uma informação exata sobre o caso", afirmou Natália.

Enquanto isso, Rafael segue lutando para superar os desafios impostos pela lesão. "Tem sido bastante desafiador, mas também uma oportunidade de crescimento", revelou Rafael. "Às vezes, o que tem sido mais difícil é ainda depender de alguém para fazer alguma coisa. Me adaptei bem em relação a trocar de roupa, já fazer algumas coisas de forma independente", comentou o jovem. "Eu não fui o primeiro nem serei o último. Quero justiça pelo que foi feito, uma covardia. Mas até o momento, não temos notícias de nada", completou Rafael.

Rafael também ressaltou a importância das publicações nas redes sociais da família, que têm o objetivo de inspirar e motivar outras pessoas que enfrentam situações difíceis. "Sim, os conteúdos publicados têm o intuito de motivar e inspirar. Esperamos que a minha história ajude outras pessoas a superar qualquer desafio", disse Rafael.

O site Ururau fez contato com a delegada Carla Tavares, titular da 134ª Delegacia de Polícia de Campos, solicitando mais informações sobre a investigação do caso, porém não obteve resposta até a publicação desta matéria.