Os vereadores de São João da Barra suspenderam os requerimentos e indicações que estavam em pauta para a sessão desta terça-feira (1) para deliberar sobre um assunto bastante grave: o combate à pedofilia. Assinado pelos 13 parlamentares, a Casa aprovou um requerimento verbal que solicita ao Poder Executivo, a implantação do Centro de Atendimento ao Adolescente e Criança vítima de violência sexual (CAAC).

O pedido foi motivado após uma reunião os que os parlamentares tiveram hoje, antes da sessão, com um grupo de amigos que resolveram abraçar essa causa, de forma totalmente voluntária: a enfermeira e policial civil, Alice Alves Faria; o técnico em necropsia patológica e tanotopraxista, André Luiz Pessanha Pereira (mais conhecido como Azul) e o advogado Sérgio Vitor Lobato de Souza Silva, que também é sub-procurador geral do município.

A presidente da Câmara, Sônia Pereira, explicou que os três procuraram inicialmente os vereadores Carlos Machado da Silva (Kaká) e Alan de Grussaí, em busca de apoio do Legislativo, e estes propuseram uma reunião com todos os parlamentares. “Imediatamente marcamos essa reunião e quero dizer que vocês podem contar com a Câmara, com a prefeita e com as secretarias. A gente sabe que isso (pedofilia) não vai acabar, mas intimidar e amenizar nós vamos”, disse Sônia.

Kaká destacou que esta foi uma das reuniões mais emotivas de que já participou, e muito necessária. “A pedofilia é um mal silencioso, que vem tirando a juventude e a inocência de muitas crianças. Não podemos deixar de citar aqui o trabalho magnífico e voluntário desses três amigos que nos procurou. Todos os vereadores abraçaram a causa e podem contar com a gente para tudo o que for necessário e estiver ao nosso alcance”, disse.   

Todos os vereadores colocaram seus gabinetes à disposição do grupo e se comprometeram a ajudar no que for preciso.

Trabalho – Alice explicou que o grupo realiza o trabalho, como cidadãos, de forma solidária, social, sem bandeira partidária, em prol do enfrentamento da pedofilia no município de Campos e, agora, em São João da Barra. “Fomos muito bem acolhidos pelos vereadores, que abraçaram a causa, fizeram esse requerimento e agora vão conversar com a prefeita para que esse projeto saia do papel e vire de fato uma lei, que possa ajudar a combater a pedofilia”.

Segundo ela, no ano passado, houve 18 notificações de violência infanto-juvenil no município de São João da Barra. No entanto, estima-se que esse número seja bem maior haja vista que, em média, apenas 10% dos casos são notificados.

André Luiz (Azul) ressaltou que o grupo atua também no trabalho de orientação e prevenção. Recentemente, eles visitaram cinco creches, com o objetivo de orientar professores e funcionários sobre o comportamento de uma criança vítima de abuso e fornecer informações para que a escola possa ajudar a identificar possíveis casos.