Em vez de flores, um litrão de cerveja no caixão. Foi assim que a família de Aida Laurentino, de 80 anos, se despediu da idosa, que ainda teve a boca molhada com a bebida. Segundo parentes, todos os mortos com o sangue dos Laurentino é enterrado com festa. Já conhecendo os seus filhos, irmãos e sobrinhos, dona Aida também fez sua parte para manter a tradição: separou, em vida, uma quantia em dinheiro para bancar a cerveja consumida no dia do seu velório.
No início de novembro, o velório no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte foi seguido de festejos nada fúnebres: a celebração parecia encontro de bar, com mesas, cadeiras, garrafas de cerveja e um jogo do Flamengo passando na televisão.
Quem conta é a sobrinha de Aida, Dayane Laurentino, de 37 anos, especialista em alongamentos de unha, responsável por tornar a história da família viral. Através de sua conta no TikTok (@dayanelaurentino1), ela compartilhou imagens do encontro familiar após o velório, que alcançaram mais de 900 mil visualizações.
Ao EXTRA, Dayane descreve que todos os parentes são enterrados em Inhaúma, independentemente de onde morava. Como as capelas em Inhaúma ficam na parte de fora do cemitério, a família bebe antes do velório, acompanha o cortejo até a sepultura, e, em seguida, volta para o bar. No enterro de Aida, por exemplo, a família deixou o local só depois do anoitecer.
— Toda vez que tem enterro, a gente para naquele bar e fica bebendo. Minha tia era daquelas velhinhas arretadas, para frente, que ficavam até o final de todos os enterros. Dançava, estava em festa, enterro, velório, estava em tudo. Ela mesma deixou o dinheiro para a gente beber no enterro: colocamos até um litrão para ela no caixão, para levar, e molhamos a boquinha dela — relata Dayane, que já tinha filmado outros enterros da família, mas que acabou perdendo os registros. — Acredito que onde ela estiver, está em paz e ficaria triste se não tivéssemos feito aquela festa (no enterro).
Segundo a sobrinha de Aida, há parentes que preferiram não participar do encontro no botequim, por não estarem se sentindo bem. Mesmo assim, a falecida levou uma quantidade grande de pessoas para Inhaúma, já que tinha seis filhos, além de netos, bisnetos e sobrinhos, e muitos deles aparecem no vídeo que viralizou.
— O pessoal respeita bastante, por já ser tradição. O dono do bar já até conhece a gente. Já falei "mata todo mundo e não morre" — brinca Dayane, que lembra ainda de outros enterros, como o de seu pai, irmão de Aida, há um ano, que teve até torresmo, e de outros. — O do meu padrinho foi o mais engraçado, ele (caixão) não entrava na gaveta para ir embora: foi muito divertido, deus me livre.
Além da comemoração do gol do Flamengo sobre o Atlético-MG na final da Copa do Brasil, no dia do enterro, o vídeo mostra ainda que a família canta música nos velórios — Aida não deixou nenhum pedido específico, mas gostava de samba enredo — e até divide a herança. Dayane, no entanto, apesar de expor seu desejo de ficar com os potes da tia, conta ter ficado "chateada" por não ter sido convocada para divisão dos bens, que ocorre tradicionalmente sete dias após a morte do parente.
Apesar de brincar e se definir como a "engraçada da família", Dayane explica que os seus primos, filhos de Aida, separaram entre si os pertences da mãe e, o que não queriam, doaram. Já a casa da idosa, no Lins de Vasconcelos, ficou para uma das irmãs da falecida, Elisabeth. De acordo com a família, Aida morreu de parada cardiorrespiratória no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, para onde foi socorrida após ter sofrido uma queda na casa de uma de suas filhas.
— Acredito que os mortos enterram os mortos. A gente vai fazer nossa parte enquanto estão vivos. Então, se não tem remorso nem nada, dá para continuar a vida tranquilo — conclui a sobrinha de Aida, também adepta ao enterro sem choro, nem vela
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