Amigo de longa data de Leo Lins, Marcos Mion criticou a condenação do humorista por falas preconceituosas em um show de humor. O apresentador do "Caldeirão" fez uma postagem em seu Instagram afirmando que a "prisão por uma piada não faz nenhum sentido".
Mion começa o texto falando que Leo Lins é "um excelente humorista" e conta que ele começou a carreira na TV sendo redator do seu antigo programa. O apresentador ponderou que o amigo seguiu o caminho do "humor ofensivo, de escárnio, do choque e da absoluta falta de respeito", disse não gostar desse tipo humor, mas defendeu que ele existe nos EUA.
"E tudo bem. Quem não quer ser impactado não vai ao show, não assiste ao conteúdo. Tá no jogo", escreveu Mion, para, em seguida, criticar a decisão do Ministério Público sobre o pedido de prisão.
"Agora, mesmo já tendo tido um embate com o Léo sobre algum texto de m*rda que ele fez sobre autismo, eu estou do lado que condenação criminal em cima de humor é um ultraje. É um absurdo. Você pode processar o Léo, alguém um dia vai ceder à vontade de dar um soco na boca dele, mas condená-lo à prisão por uma 'piada' não faz nenhum sentido", escreveu.
O posicionamento de Marcos Mion acarretou inúmeras críticas ao apresentador. Vários internautas destacaram que o apresentador tem um filho autista e que, por isso, não devia defender Leo Lins. Diante disso, o apresentador apagou e limitou os comentários e sua rede social.
Em outra postagem, feita na manhã desta quinta-feira, 5, Mion afirmou: "A censura nunca é boa e isso motivou minha manifestação. Isso que defendi". Veja abaixo:
Comediante é condenado
A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo condenou na última terça, 3, o humorista Leo Lins, de 42 anos, a oito anos e três meses de prisão em regime fechado por proferir discursos preconceituosos contra diversas minorias.
O artista ainda terá de pagar multa equivalente a 1.170 salários mínimos, em valores da época da gravação, e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. Ainda cabe recurso contra a sentença.
Vídeo originou processo
O conteúdo que gerou o processo contra Léo Lins é o show “Perturbador”, lançado em 2002, no seu canal de YouTube. Nele, Léo faz piadas ofensivas contra negros, idosos, obesos, portadores HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência. Um ano depois, uma decisão judicial determinou a retirada do material do ar, quando este já contava com cerca de 3 milhões de reproduções na plataforma.
A apresentação que originou o material foi gravada em Curitiba, cidade que abriga clubes de comédia, e foi assistida por 4 mil pessoas ao vivo.
O que diz a acusação
A decisão da juíza Barbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, afirma que o material incentiva a violência verbal e fomenta a intolerância. Segundo o documento, a liberdade de expressão não pode ser usada como justificativa para disseminar discurso de ódio e o humor não serve como passe-livre para o artista cometer crimes.
“O exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo se dar em um campo de tolerância e expondo-se às restrições que emergem da própria lei”, diz o documento.
O alcance da publicação e o contexto de diversão e descontração foram considerados agravantes para a estipulação da pena.
O comediante foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Humoristas defenderam o acusado
Depois da decisão se tornar pública, alguns humoristas e atores famosos saíram em defesa de Léo Lins. Entre eles, estão nomes como Fabio Porchat, Mauricio Meirelles, Oscar Filho, Fabio Rabin e Danilo Gentilli.
“Isso aqui é um absurdo. Pode-se não achar a menor graça ou até detestar as piadas de Leo Lins, mas condená-lo à prisão por elas é uma insanidade e um desserviço. Espero que essa decisão completamente descabida seja revertida”, escreveu Antonio Tabet em suas redes sociais.
Casos anteriores
Não é a primeira vez em que Léo Lins tem problemas judiciais ou causa polêmica pelo teor de suas piadas ou por comentários nas redes sociais. No ano passado, um vídeo publicado por ele em que faz uma piada com uma criança com hidrocefalia do Ceará repercutiu nas plataformas. Entidades como a Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD) criticaram o conteúdo.
Já em 2022, ele também foi condenado a pagar uma indenização de R$ 44 mil por danos morais pela Justiça de São Paulo. Na ocasião, ele teria ofendido uma mãe de um jovem autista nas redes sociais.
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