Um pinguim-de-magalhães em tratamento no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), em Vila Velha, na Grande Vitória, recebeu uma transfusão de sangue nesta quarta-feira (10) e foi salvo com ajuda de outro colega que já estava se recuperando no local.
O pinguim foi resgatado após encalhar, na última segunda-feira (8). O procedimento foi necessário porque ele estava debilitado, com anemia severa e corria risco de morte.
De acordo com o instituto, a doação foi feita por outro pinguim em fase mais avançada de reabilitação e que tinha condições de saúde para colaborar no processo. O procedimento de transfusão sanguínea entre pinguins é raro, feito apenas poucas vezes por ano.
Um vídeo publicado nas redes sociais do instituto mostra parte do procedimento. Nas imagens, o doador aparece esbanjando energia. Já o colega debilitado é visto sob cuidados do supervisor veterinário Leandro Eggert e da bióloga Ana Julia Aquino.
O pinguim aparece deitado em uma almofada, ligado à máquina de transfusão já em funcionamento. O texto explica o procedimento e ainda convida os humanos a se inspirarem na ação.
“Nossa equipe realizou a transfusão de sangue entre dois pinguins. Um dos pacientes recém-chegados estava magro, apático, com severa anemia e em risco de óbito. Felizmente tínhamos outro pinguim bem forte em fase avançada de reabilitação em plenas condições de ser o doador. Já pensou em se inspirar nessa história e doar sangue no hemocentro mais perto de você? Salve uma vida com esse pequeno gesto!”, escreveu o Ipram.
Segundo o médico veterinário e diretor presidente do Ipram, Luis Felipe Mayorga, atualmente existem 13 pinguins sob cuidados na unidade.
Ele explicou que os animais chegam bastante fragilizados após encalhar no litoral brasileiro, por isso, no começo da temporada nem sempre é possível realizar uma transfusão de sangue. No entanto, com o avanço da temporada, alguns atingem boas condições físicas para auxiliar no tratamento dos demais.
"Os últimos a chegar estão naquela fase inicial de alto risco de vida, já encalham muito anêmicos, muito magros, com hipoglicemia, um quadro de desnutrição. Mas como agora a gente já tem esse grupinho de uns 11 pinguins em fase mais avançada de tratamento, eles já estão fortes, já estão mais gordinhos, ficam lá fora tomando sol, tomam banho de piscina o dia todo. Então, agora a gente tem essa possibilidade que a gente não tem no começo da temporada", explicou.
Transfusão entre animais silvestres
Luis Felipe explicou que ainda há pouco conhecimento científico sobre transfusões em animais silvestres, mas que o procedimento só é realizado após testes de compatibilidade, para evitar riscos ao paciente.
“A gente fez um teste de compatibilidade do sangue do pinguim doador com o pinguim receptor, para ver se haveria aglutinação de uma reação imunológica na placa. Na ausência dessa reação, a gente viu que era possível fazer a transfusão, e aí essa transfusão foi feita usando um equipamento especializado também para fazer a dosagem gradual, que é chamado bomba de infusão”, disse.
O procedimento durou pouco mais de uma hora, com aplicação lenta e controlada pela bomba de infusão. O volume de sangue de uma ave é geralmente cerca de 10% do seu peso corporal total, e pinguins pesam, em média, de 3 a 4 kg.
"[A quantidade de cada transfusão] depende do caso e da gravidade da anemia para saber quanto de volume fazemos. Além disso, precisamos de um doador sadio. O pinguim é muito sociável e vive em grupos, evitamos deixá-los sozinhos sem outros pinguins por perto, pois eles sofrem muito. Então, logo depois da transfusão, esse pinguim foi colocado com o seu colega que encalhou com ele, na Praia de Jacaraípe, na Serra", contou o supervisor veterinário Leandro Eggert.
Reabilitação e soltura
O Ipram é responsável pela reabilitação de animais marinhos no Espírito Santo, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras, exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como condicionante de licenciamento ambiental.
Na temporada de 2025, de 9 de julho a 8 de setembro, 183 pinguins já encalharam no litoral do Espírito Santo, sendo apenas 42 deles com vida. As praias com o maior número de encalhes são Anchieta, no Sul do estado, com 22 casos; Guarapari, com 21; e Regência, na região Norte, com 20.
Os pinguins permanecem, em média, de 2,5 a 3 meses em reabilitação. A soltura é feita em grupos de pelo menos dez animais, pois a sobrevivência é reduzida quando eles são liberados sozinhos ou em número muito pequeno.
“Os pinguins são animais gregários, eles têm a chance de sobrevivência drasticamente reduzida se eles forem soltos em grupos muito pequenos ou soltura solitária. O protocolo de soltura que a gente elaborou em conjunto, a nível nacional aqui no Brasil, é para soltar sempre na faixa dos dez pinguins ou mais, é o ideal”.
A previsão é que os pinguins em fase mais avançada de recuperação sejam soltos ainda em setembro. Os recém-chegados, incluindo o que recebeu a transfusão, devem permanecer em tratamento.
Se você encontrar um animal marinho encalhado vivo ou morto no Espírito Santo, acione o Projeto de Monitoramento de Praias para resgate no número 0800 991 4800.
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