Domingo, 12 de outubro de 2025

Sergio Mallandro chega aos 70 anos com pavor da morte e vida sexual intensa

12/10/2025 às 20h06 Redação

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Comediante namora há quatro anos empresária de 45 anos e festeja fase de avô: 'Melhor coisa da vida' / Foto: Robert Thompson/ divulgação

Há 15 anos tento arrancar uma confissão de Sergio Mallandro: sua verdadeira idade. Alguns podem achar que é etarismo ou qualquer coisa parecida. Não, não é. E olha que, nesse tempo que o conheço, Serginho ficou até mais novo que eu, que tenho 53! Criança, já o via na TV sendo um adulto divertido. O cara está completando 70 anos neste dia 12 de outubro. Mas ele jamais vai admitir...

"Bicho, esse negócio de idade... Eu não tenho isso aí, não. Eu sou jovem, tenho a idade de Cristo, 33 anos, sacou?", brinca ele, saindo bem de fininho.

Serginho é mesmo um cara que transborda juventude. Sua fala está cheia de gírias dos anos 1970, época em que era um dos deuses das areias de Ipanema. Bem relacionado, tinha a turma do surfe, da moto, das artes. Foi nesse ambiente que fez escolhas para o resto da vida. A principal: não cairia na onda das drogas e do álcool.

"Nunca me droguei. Tinha a galera da maconha, que hoje em dia nem é droga, né, cara. Eu perdi muitos amigos para a cocaína. Eu não gostava nem que cheirassem perto de mim, sabe, uma vibe ruim. E não é caretice minha porque nem sou careta, mas eu sempre tive medo de sair de mim, de perder o controle de quem eu sou. E eu sempre fui acelerado, alto astral, só que nunca precisei de nada pra chegar a isso. Meus amigos usavam droga, bebiam e ficavam chatos. Não suportava isso", justifica.

Pai de Sergio Tadeu, de 39 anos, seu empresário, Sthephanie, de 30, e Edgard, de 28, o maior pavor do comediante era que os filhos fossem cortejados pelos tóxicos assim como parte de sua turma: "Minha única preocupação com eles era essa, que não curtissem drogas. Graças a Deus nenhum foi para esse lado".

Quem o vê proferindo seus bordões "glu glu" e "yeah yeah" pode achar que faltam ali, naquela cabeça adornada por bonés com hélices, alguns parafusos. A lucidez de Serginho, porém, prova o contrário. Ele não é um homem alheio ao que acontece no mundo. E ainda que não transpareça, sofre com isso.

"Cara, ouro dia estava assistindo ao jornal na TV e vendo as cenas de horror da guerra na Faixa de Gaza, que, espero, tenha acabado mesmo. E fiquei ali refletindo que a 18 horas de voo de mim existe uma guerra, como pode isso? Aquelas crianças chorando, esqueléticas, esquecidas, pedindo uma migalha de pão que seja, isso é de cortar o coração de qualquer um. Não é possível que alguém fique confortável com cenas assim. O mundo se tornou um lugar pior", avalia.

Este não é o único momento em que ele se despe do Mallandro para abordar coisa séria. Sergio tem pavor da morte. Por isso, cuida tanto da saúde. Malha regularmente, vai a médicos com frequência, faz fica de olho no coração (o irmão morreu de um infarto fulminante) e se mantém ativo o máximo que pode.

"Claro que não do mesmo jeito de anos atrás. Eu era mais ágil. Moro na mesma casa, com vários andares, não tenho elevador, justamente, para continuar me exercitando. Só que antes eu subia correndo, a cada dois degraus. Agora não, estou mais devagar, tomando cuidado", admite.

Praticamente casado com a empresária Danielly Borges, de 45 anos, desde 2021, Serginho diz que o relacionamento é outro dos seus antídotos anti-envelhecimento. Aos 70, ele revela que faz uso de remédios para impotência e libido:

"Claro, pô! A medicina está aí pra isso, ajudar a ter uma vida sexual plena e a minha é. Faço sexo todos os dias quando estou com a Dani lá em casa. Já sei o jeito que ela me olha e tem muito glu glu, yeah yeah! Quando senti que estava com menos gás, procurei me tratar, fiz reposição hormonal com umas injeçõezinhas, tomo Tadala. Isso é normal. Quem não acompanha a evolução das coisas é que tá errado. Minha vida sexual é ótima!".

Não só de cama vive o capeta em forma de guri. Sergio está com mais um stand up em cartaz, "Os perrengues do Mallandro", sempre lotado; faz shows corporativos durante a semana; grava o podcast "Papagaio Falante"; faz comerciais e publis para as redes sociais, cismou de entrar no ramo de alimentação e tem agora os snacks Mallandritos (prova, você vai ficar viciada!) e no próximo ano volta à TV com a "Porta dos Desesperados", comemorando os 40 anos do quadro que criou durante uma festa do caminhoneiro e se tornou um sucesso depois no SBT, que vai exibir a atração.

Se Serginho já foi considerado um produto de menor valor para a cultura brasileira, isso ficou no passado. Lugar que ele não costuma revisitar muito.

"Eu sou um homem do meu tempo. Do hoje. O ontem já foi, não tenho o que fazer por ele, não acredito no 'se'. As coisas acontecem como tem que ser. E o amanhã também não existe. Quando você pensa no hoje, não sofre, não fica agoniado, não tem ansiedade", ensina ele, que em suas palestras em empresas costuma ter seu momento motivacional: "Sempre fui positivo. Acordo agradecendo por estar vido e quando vou dormir agradeço pelo dia que tive. Não reclamo de nada e não falo mal de ninguém. Sabe por quê? Porque todo mundo tem um lado bom".

Esse lado quase Poliana do artista tem muito a ver com sua fé. Serginho diz que sua religião é Jesus: "Um cara que só pregou amor, então minha religião é Jesus". Embora não se descreva como espírita, acredita que exista outra vida fora daqui e esteve, inclusive, com Chico Xavier.

"Foi uma das pessoas mais simples e iluminadas que conheci nessa vida. Estava na casa dele e ouvi quando um homem quis doar uma fazenda no Mato Grosso para ele. O Chico perguntou se perto da fazenda tinha uma instituição de idosos ou crianças. O homem disse que sim, então ele pediu para que doasse a qualquer uma delas. Quem faz isso? Ele me olhou nesse dia e me disse: sua missão nessa terra é levar alegria às pessoas, fazê-las sorrir", recorda.

São centenas de pessoas que chegam ao seu show dizendo que, após um período de revés ou tristeza, gargalharam pela primeira vez. Por isso, não pretende parar. Se pudesse pedir um presente de aniversário, seria, quem sabe, a imortalidade. Mas pediu mesmo doações para a AMICCA, que cuida de crianças com câncer. Entidade que ajuda desde 1986.

"Tenho medo da morte. Sabe por quê? Porque é triste demais morrer. Tem tanta coisa que quero fazer, tantos projetos. Por isso não paro. Porque se o homem para, ele já era. E eu tenho muita vida dentro de mim ainda". Se o riso é reza, esse Mallandro leva muito a sério a liturgia do cargo.

 

Fonte: Extra

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