Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Olhos d?água ou nas pedras nasciam asas neste sábado no Sesi

26/11/2019 às 18h13

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Traz em seus trabalhos literários o protagonismos de mulheres negras através de suas personagens. / Foto: Reprodução

Estreia dia 30 de novembro, no Teatro Sesi Campos, o espetáculo “Olhos D’água ou Nas Pedras Nasciam Asas”, dirigido por Shirlene Paixão e Juracy de Oliveira, com idealização, elaboração e direção artística assinadas por Sol Miranda, realizado pela EMÚ Produções, apresentado pela Cia Emú de Teatro e pelo grupo Dembaia. A obra, com texto assinado por Cássio Duque, é uma adaptação do conto “Olhos D’água” de Conceição Evaristo, publicado em livro homônimo e conta também com poesias de Elaine Freitas e Tati Vilela. A escolha por uma dramaturgia composta pelas escritas dessas três mulheres negras é motivada pela conexão de suas trajetórias através da poesia; Elaine, Conceição e Tati se conectam por meio de uma poética que tensiona e questiona a vida e o amor, construindo memórias do ontem para plantar o amanhã.

Conceição Evaristo, doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense e mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, é uma das mais renomadas escritoras brasileiras, reconhecida nacional e internacionalmente. Traz em seus trabalhos literários o protagonismos de mulheres negras através de suas personagens. A professora e escritora Elaine Freitas, falecida precocemente em 2016, sempre teve a Palavra como um instrumento de reverberação e de cura, com a qual transmitiu ao mundo gritos, choros, sorrisos e alegrias. Tati Villela, poeta, atriz e roteirista, tem como inspirações para a sua escrita as inquietudes e amores de mulheres lésbicas. O trio de gerações distintas traz em suas obras literárias o lugar de produção do afeto, aspecto orientador do processo de montagem do espetáculo, que tem a água como elemento suleador na condução do fio narrativo.

O enredo se desenrola em Vanuatu, arquipélago localizado na Oceania, composto por 83 ilhas, considerado o lugar mais feliz do mundo pela agência britânica New Economics Foundation. Assim, o espaço geográfico trazido à peça, contrasta diretamente com as agruras explicitadas no texto, permitindo um estado de fruição, incômodo e deslocamento provocado pelas metáforas dissonantes textuais, imagéticas e metapoéticas. Além disso, o fato das ilhas serem localizadas acima de placas tectônicas e possuírem vulcões ativos, permite a discussão da relação território e felicidade em uma projeção direta com as realidades afrobrasileiras. A peça, assim, conta a história de quatro crianças em Vanuatu à espera da mãe em um dia chuvoso. A água, elemento fluido de pluri simbologias costura todo o narrar, desaguando-se um uma obra prenhe de afeto e emoção.

As personagens são interpretadas pela atriz e produtora Aliny Ulbricht, pelo ator e capoeirista João Nazaré, ambos integrantes da Cia EMÚ de Teatro, pela atriz, cantora e poeta Luiza Loroza (vencedora do Slam das Minas 2019) e pelo ator e pianista Rafael Motta. Em cena também estão Ana Magalhães, Dai Ramos e Sabrina Chaves do Grupo Dembaia e a Dj Glau Tavares. 

O trio que assina a direção é composto por Juracy de Oliveira, Shirlene Paixão e Sol Miranda. Shirlene Paixão, diretora, preparadora corporal e atriz , é um dos principais talentos da nova geração do teatro carioca, que tem na multidisciplinaridade um dos seus principais diferenciais. Em paralelo ao trabalho com companhias de dança e teatro, desenvolve-se na área de direção com obras contemporâneas que interagem plurilinguagens artísticas. É o caso de “Nossas Bocas Não Foram Feitas Só Para Sorrir” (2018), Carta Branca” (2017) e “Diário De Um Corpo”. O renomado Juracy de Oliveira é ator, diretor e bailarino, formado pela Escola de Teatro Martins Pena, circula por diversas áreas do fazer artístico, integrando o elenco de “Nada Menos que Muito” e dirigindo “Nabila”, projetos do Carranca Coletivo. Juracy também dirigiu o espetáculo “Mercedes”, da Cia Emú de Teatro, sobre Mercedes Batista, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e “Le Circo de La Drag”, estando este, atualmente, em turnê pela Europa.

A obra cênica foi idealizada e elaborada por Sol Miranda, que também assina, em Olhos D’água ou Nas Pedras Nasciam Asas a sua primeira direção artística. Sol se dedica à elaboração e construção de projetos que tragam outras reflexões sobre o mundo a partir da arte. A atriz, realizadora, produtora e pesquisadora é uma figura chave na movimentação da cena artística negra contemporânea, idealizando e integrando trabalhos como “Mercedes” e “Mostra Ultrajado”, o premiado “Segunda Black”, projeto de conexão entre artistas e intelectuais negros, e o “I Fórum de Performance Negra-RJ” ocorrido em 2018, além de coordenar junto com a intelectual e artista, Drª Aza Njeri, o Núcleo de Estudos Geracionais sobre Raça, Artes, Religião e História (UFRJ).

A partir da Cia EMÚ de Teatro, fundado pelos artistas Ariane Hime, Juracy de Oliveira, Reinaldo Júnior, Sol Miranda e Thiago Catarino, surge o Grupo EMÚ, uma iniciativa para a formação e consolidação de equipes negras no campo de trabalho artístico, subdividindo-se em: Emú Produções Artísticas e Culturais (Produtora), Cia Emú de Teatro e Núcleo de Pesquisas NEGRAHR (UFRJ).

O Projeto também conta com a participação do Grupo Dembaia. Liderado por mulheres negras artistas-pesquisadoras, suas atividades são desenvolvidas no Rio de Janeiro, desde 2014. As oficinas e espetáculos produzidos pelo grupo são inspirados em elementos culturais de países da África Oeste, como Guiné Conacri, Mali, Senegal, e a partir dessas referências é construída uma poética afro-diaspórica. Do grupo, Ana Magalhães e Dai Ramos, indicada ao Prêmio Shell por Os Desertos de Laíde, assinam a direção musical junto com a premiada musicista Raquel Terra. Sabrina Chaves assina a preparação corporal e inserção de movimentos do oeste africano. E Tati Villela, atriz e produtora do aclamado Esperança na Revolta nos presenteia com poesias de sua autoria.

“Olhos D’água ou Nas Pedras Nasciam Asas”, em consonância com o poder movimentador da Arte, lança um olhar agudo e lírico sobre o real, dialogando com a prática efetiva de artivismo, como categoriza Sueli Carneiro. É, sem dúvida alguma, uma peça rio, que nos leva pela liquidez da água a caminhos de reflexões subjetivas e coletivas sobre a humanidade e o sujeito.

A peça está em circulação o mês de novembro no circuito Firjan/Sesi com apresentações em Jacarepaguá (07/11), Duque de Caxias (08/11), Macaé (28/11), Itaperuna (29/11) e Campos (30/11) e, em dezembro, fará residência artística na Ocupação Manuel do Congo no Centro do Rio de Janeiro.

Ficha técnica:

Direção artística: Sol Miranda

Direc?a?o: Juracy de Oliveira e Shirlene Paixa?

 

Texto e adaptac?a?o: Ca?ssio Duque

Poesias: Elaine Freitas e Tati Villela

Conto: Conceic?a?o Evaristo

Preparac?a?o teatral de elenco: Ariane Hime e Sol Miranda

Pesquisa: Thiago Catarino

Preparação Corporal e movimentos do oeste africano: Sabrina Chaves

Elenco: Aliny Ulbricht, Joa?o Alves, Luiza Loroza, Rafael Motta

Musicistas: Ana Magalha?es, Dai Ramos, Dj Glau Tavares e Sabrina Chaves

Direção Musical: Ana Magalhães, Dai Ramos e Raquel Terra

Direção Percussiva: Ana Magalhães

Composição Musical: Ana Magalhães, Dai Ramos, Luiza Loroza, Raquel Terra e Sabrina Chaves

Preparação Vocal: Raquel Terra

Confecção dos instrumentos: Purunga de Obirin

Trilha Sonora: Ana Magalhães, Dai Ramos, Dj Glau Tavares, Raquel Terra e Sabrina Chaves

Luz: Hebert Said

Cena?rio: Raphael Elias

Cenotécnico: Anderson Dias

Figurino: Lucas Pereira

Direc?a?o de Produc?a?o: Paulo Mattos

Coordenação de produção: Renata Araújo

Consultoria de Comunicação: Bruno F. Duarte

Coordenação de Comunicação: Nalui Mahin

Audiovisual: Helena Bielinski e Luís Gomes

Texto de imprensa: Aza Njeri

Projeto Gráfico e Programação Visual: Giulia Santos

Assessoria de Imprensa: Duetto Comunicac?a?o

Idealizac?a?o e elaboração de projeto: Sol Miranda

Realizac?a?o: Emu? Produc?o?es

Direção Executiva: Sol Miranda

Gerência de Produc?a?o: Renata Arau?jo

Captac?a?o de apoios: Aliny Ulbricht

Designer: Giulia Santos

Apresentac?a?o:

Cia Emu? de Teatro e Dembaia

Realização:

Emú Produções

SERVIÇOS:

Teatro Firjan SESI Campos

Avenida Dep. Bartolomeu Lysandro, 862 - Guarus - Campos - RJ

Capacidade: 205 lugares

Contato: (22) 2101-9052 | (22) 2101-9053 - teatrosesi.campos@firjan.com.br

Vendas de ingresso: segunda a sexta, das 8h às 20h. Sábados e domingos, em dias de atração, a partir das 14h, na bilheteria do teatro.  

Data: 30/11/2019 (sábado)

Horário: 20h - 21h

 

Classificação: 16 anos

Circulação entre os dias 07/11/2019 e 30/11/2019

Duração: 60 minutos

Valor: R$ 22 (Inteira) / R$ 11 (Meia)

Fonte: Ascom

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