Quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Fed corta juros nos EUA pela segunda vez e dólar cai: entenda os impactos no mercado

Corte nos juros dos EUA pode fortalecer o real e impactar a Selic

29/10/2025 às 15h41 Redação Ururau

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Banco Central dos EUA reduz taxa para 3,75% a 4% e sinaliza preocupação com o emprego / Foto: Reprodução

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu nesta quarta-feira (29) a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano. A decisão, já esperada por analistas, é o segundo corte consecutivo e ocorre em meio à paralisação parcial do governo americano (shutdown), à inflação abaixo do previsto e a sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho.

O Fed vinha mantendo os juros estáveis havia nove meses, até o primeiro corte em setembro, e agora reforça a mudança de postura diante da desaceleração econômica. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) afirmou que “os ganhos de emprego desaceleraram neste ano, enquanto a taxa de desemprego aumentou ligeiramente”.

A divulgação excepcional dos dados de inflação — realizada mesmo com o shutdown — mostrou preços abaixo do esperado, o que levou o Fed a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho. A instituição tem mandato duplo: estimular o emprego e controlar a inflação.

Economistas explicam que cortes nos juros tendem a favorecer o emprego, mas também podem pressionar a inflação ao tornar o crédito mais acessível. O Fomc declarou que “os riscos de enfraquecimento do emprego aumentaram nos últimos meses”, e destacou que a incerteza econômica segue elevada.

No Brasil, a decisão tende a reduzir a pressão sobre a taxa básica de juros (Selic). Juros mais baixos nos EUA desvalorizam o dólar e fortalecem o real, além de facilitar o fluxo de capital estrangeiro para países emergentes.

A decisão do Fed é a sétima desde o início do governo Donald Trump e a segunda com redução dos juros. O cenário ocorre em meio à guerra tarifária e às críticas do próprio presidente ao comando da instituição. Trump voltou a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell, chamando-o de “incompetente” e sinalizou mudanças na diretoria.

Nos bastidores, Trump busca ampliar sua influência no banco central americano. A Suprema Corte dos EUA analisará em janeiro a tentativa de o presidente demitir Lisa Cook, atual diretora do Fed. Caso consiga maioria de aliados, Trump teria maior poder sobre decisões monetárias e nomeações regionais — o que pode alterar profundamente a política de juros americana.

O impacto global é imediato: juros menores nos EUA reduzem o rendimento das Treasuries (títulos públicos americanos), levando investidores a buscarem mercados emergentes. O real tende a se valorizar, e a inflação brasileira pode sentir alívio adicional nos próximos meses.

Fonte: Redação

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