Sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Prumo vende participação no terminal de minério do Açu por U$ 450 milhões em meio a crise

Venda ocorre em meio a dívida bilionária e possível reestruturação

14/11/2025 às 16h26 Redação Ururau

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A Prumo vende parte do terminal de minério do Açu por 450 milhões de dólares enquanto avalia reestruturar uma dívida gigantesca / Foto: Reprodução

A Prumo Logística vendeu sua participação de 50 por cento no terminal de minério de ferro do Porto do Açu por 450 milhões de dólares. O ativo, localizado em São João da Barra, é um dos mais estratégicos do complexo portuário administrado pela companhia. Os outros 50 por cento permanecem sob controle da Anglo American.

A operação foi fechada com uma parceria entre a gestora 3Point2 e o BTG Pactual. Apenas 90 milhões de dólares serão pagos à vista. O restante do montante corresponde à assunção de uma dívida estimada em 360 milhões de dólares.

A 3Point2 é uma plataforma de investimentos voltada para mineração e infraestrutura e tem como principal nome Paulo Gouvêa, ex-braço direito de Eike Batista nos tempos em que o Açu vivia seu auge de expectativas econômicas.

A venda acontece em um momento delicado. Em agosto, a coluna de Lauro Jardim revelou que a Prumo enfrenta uma dívida superior a 10 bilhões de reais e avalia uma reestruturação formal de seu passivo. A operação de agora, embora bilionária, parece menos um avanço estratégico e mais uma tentativa de aliviar pressões financeiras acumuladas ao longo dos últimos anos.

Para especialistas do setor, a transação reforça o interesse contínuo de investidores no Porto do Açu, mas também expõe o cenário de fragilidade da empresa responsável por desenvolver o complexo. Na avaliação de analistas, a necessidade de alívio imediato de caixa pode ter reduzido o poder de barganha da Prumo no negócio.

O Porto do Açu segue sendo uma das infraestruturas mais promissoras do país, com atuação em energia, logística e indústria pesada. Mas a sucessão de dívidas, disputas societárias e expectativas frustradas desde o ciclo de Eike Batista ainda pressiona o desempenho da Prumo e pode influenciar novas decisões de seus controladores.

Fonte: Lauro Jardim / O Globo

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