O segundo dia do Enem 2025, realizado neste domingo 16, apresentou uma prova marcada pela conexão entre ciência, cotidiano e temas de grande relevância pública. Os participantes responderam 45 questões de matemática e 45 de ciências da natureza, reunindo assuntos que vão de recordes esportivos a avanços médicos e impactos ambientais.

Entre os destaques, chamou atenção a questão sobre uma espécie de lagarto do deserto dos Estados Unidos, cujo hormônio foi fundamental para o desenvolvimento de medicamentos como o Ozempic. A prova também trouxe temas como mudanças climáticas, remoção de dióxido de carbono da atmosfera, descarte de hormônios no solo, poluição por óleo nos oceanos e processos de produção de vacinas, desde o isolamento viral até a inativação pelo calor. A figura do velocista Usain Bolt apareceu em uma questão relacionada a velocidade, tempo e desempenho esportivo.

A parte de matemática apresentou situações próximas à realidade dos estudantes. Professores destacaram exercícios envolvendo economia de água em descargas sanitárias, uso de GNV, consumo energético, videogames e análise de gráficos. Questões de estatística, porcentagem, funções, probabilidade e leitura de dados estiveram entre as mais presentes. Embora alguns itens exigissem cálculos, o nível geral foi classificado como médio, com predominância de figuras, tabelas e enunciados curtos.

Em química, especialistas avaliaram que o exame seguiu a linha tradicional, com foco em estequiometria, equilíbrio químico e usinas nucleares. Mesmo com menor contextualização que em anos anteriores, a prova exigiu domínio direto de conceitos. Houve ainda uma questão de nomenclatura orgânica cobrada de forma sistemática, o que é considerado incomum no Enem.

Na parte de física, professores relataram que o exame trouxe eletricidade, cinemática, força de atrito, ondulatória e situações práticas envolvendo dispositivos elétricos e segurança doméstica. A análise de gráficos esteve mais uma vez presente, além de questões que exploraram fenômenos físicos aplicados ao dia a dia, como vibração sonora e tratamento de icterícia com luz.

Biologia manteve o padrão tradicional do Enem, com forte presença de ecologia, biomas brasileiros, ciclos biogeoquímicos e impacto ambiental. A prova abordou ainda temas de saúde pública como vacinação, carência de vitamina A, esquistossomose e intoxicação alimentar. Questões de transgenia, fisiologia vegetal e fotossíntese também apareceram, com nível de dificuldade considerado médio pela maioria dos professores.

O Inep informou que os portões fecharam às 13h e a aplicação começou às 13h30 no horário de Brasília. Os participantes tiveram cinco horas para realizar o exame. A saída sem caderno de questões foi liberada a partir das 15h30, enquanto quem desejou levar a prova impressa pôde deixar o local a partir das 18h. Para estudantes com recursos aprovados, houve acréscimo de tempo conforme previsto no edital.

O Enem segue como a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil. Universidades públicas e privadas utilizam as notas para seleção via Sisu, Prouni e Fies. Instituições de Portugal que possuem convênio com o Inep também aceitam o desempenho do exame para ingresso no ensino superior.