A morte de Maria José Pereira, de 67 anos, tia do goleiro Weverton, do Palmeiras, nessa terça-feira (13) foi mais um capítulo no drama que atinge a família do jogador desde a última quinta-feira (8). A casa da família do jogador foi invadida por policiais militares que buscavam um parente do futebolista por suspeita de furto.
A ação, que foi filmada por uma das pessoas que estava na casa, terminou com duas primas do goleiro presas por desacato e posteriormente com uma suposta agressão à advogada da família, quando ela foi à Delegacia de Flagrantes da capital acreana, para acompanhar a cliente.
1. Quem é quem no episódio
A família
Maria José Pereira, de 67 anos, tia de Weverton, teve um infarto e morreu, após passar mal durante a invasão e ser internada no Pronto Socorro de Rio Branco.
Márcio Pereira, filho de Maria José, seria o alvo da ação policial por suspeita de furto. Segundo, a família, ele, no entanto, já está preso há dois anos e chegou a comparecer ao velório da mãe, nesta terça, escoltado por policiais.
Márcia e Magna Pereira, duas primas do goleiro Weverton e filhas de Maria José, que acabaram presas por desacato após entrar em conflito com os policiais durante a ação.
A advogada
Helane Christina, advogada da família, teria sido agredida por um dos policiais depois de ter ido até a Delegacia de Flagrantes de Rio Branco para acompanhar a filha de Maria José, que foi presa por desacato após a invasão da residência.
O policial
Manoel Ribeiro do Nascimento Neto, policial que participou da invasão à casa da família e que é citado no boletim de ocorrência como responsável por agredir a advogada Helane Christina. Outros PMs participaram da ação, mas não tiveram os nomes divulgados.
A confusão começou na última quinta-feira (8), quando agentes da Polícia Militar do Acre (PM-AC) invadiram a casa da família no Bairro Pista, região da Baixada da Sobral, periferia da capital acreana.
Os agentes, que, de acordo com a família não apresentaram mandado para entrar no local, estavam em busca de um dos primos do goleiro Weverton por suspeita de envolvimento com furtos na região.
A família confirma que o rapaz possui passagem pela polícia, mas alega que ele já está preso há dois anos e não estava na casa no momento da abordagem.
Durante a invasão, os agentes e membros da família começam a discutir, e a ação foi quase toda filmada por uma pessoa que estava na casa.
A advogada Helane Christina acusa os agentes de truculência policial e relata que eles usaram spray de pimenta contra os membros da família. Entre eles estava Maria José Pereira.
A idosa tinha problemas cardíacos, o que teria sido dito aos policiais, de acordo com um dos filhos dela. Magno Silvano Pereira.
"Devido o estresse, minha mãe que já tinha problema de coração, passou mal, deu água no pulmão, [levou] spray de pimenta na cara ela pegou também, estava aqui dentro vários netos dela, minhas irmãs foram presas, ela vendo as minhas irmãs presas daquele jeito, começou a passar mal, minha sobrinha falou que ela tinha problema no coração, o policial achou que era mentira, ele mandou chamar o Samu, que ele era polícia. De fato ele é polícia mesmo, mas dava de ele ter visto que ela não estava brincando, que ela é mulher de idade. Acabou com as nossas vidas e machucou bastante, porque a perda da minha mãe foi de uma forma prematura. Ela estava boazinha, estava bem, brincando com os netos dela", disse.
Maria José acabou passando mal após a ação e foi levada ao Pronto Socorro de Rio Branco, onde ficou internada desde a quinta (9). Ela acabou falecendo, após ter um infarto, nesta terça-feira (13). O filho que estava sendo procurado pelos policiais acabou comparecendo ao velório, escoltado por policiais penais.
Um dos policiais identificados na ação é Manoel Ribeiro do Nascimento Neto, que foi filmado também empurrando o homem que registra a situação.
As imagens não são claras, mas mostram uma sequência de gritos e empurrões, até que o agente acerta um tapa na mão do homem e o aparelho celular cai no chão. Quando as imagens são retomadas, os envolvidos na briga já estão do lado de fora da casa e uma mulher é colocada na viatura. Essa seria uma das primas de Weverton e filha de Maria José.
A confusão teria continuado na Delegacia de Flagrantes de Rio Branco, quando a advogada Helane Chistina chegou para acompanhar a prima de Weverton.
No boletim de ocorrência registrado pela advogada, ela diz que chegou à unidade e se dirigiu à sala da PM, um espaço reservado aos oficiais na delegacia. Ela afirmou que tinha direito de permanecer no local, mas teve o direito contestado o que gerou uma nova discussão, e foi durante esse momento que ela teria sido empurrada pelo PM Neto.
Ao g1, Helane conta que já agendou uma reunião com o Ministério Público do Acre (MP-AC) para a próxima quinta-feira (15), para ingressar com uma ação pedindo o afastamento de Neto.
“Já mandei todos os boletins de ocorrência [para o Ministério Público], inclusive a Corregedoria [da Polícia Militar] está de posse de nossos boletins. Ainda tem mais, esse policial é condenado já por violência doméstica, o caso está na Vara de Execuções Penais, então já é um natural agressor de mulheres”, afirma.
3. Repercussão
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Acre (OAB-AC) divulgou nota na qual demonstrou apoio pela advogada, e disse que aguarda a apuração do caso. A OAB também afirmou que se trata de um caso de misoginia, e repudiou “excesso de ordem física”.
“A OAB aguarda a apuração dos fatos, entretanto, não há como admitir que uma advogada mulher seja desrespeitada por servidor público homem, no exercício de sua função. Notícias correm visando desconstituir a atuação da advogada. Entretanto, não se torna admissível excessos na atividade policial, que é uma atividade tão cara à sociedade”, afirmou a nota.
Já a Polícia Militar divulgou duas notas, na primeira, publicada no sábado (10), a corporação disse que as mulheres detidas "desacataram à guarnição com linguagens inadequadas de baixo calão e ofensivas". E por isso teria sido necessário levá-las para a delegacia.
Já na segunda nota, divulgada após a morte de Maria José, nesta terça (13) o Comando-Geral da Polícia Militar manifestou pesar pelo ocorrido e disse que o caso e as imagens seriam investigados pela Corregedoria da PM-AC.
“A Polícia Militar e o governo do Acre não coadunam com qualquer tipo de ação que fuja ao que estabelece as constituições Federal e Estadual sobre direitos e deveres do cidadão e que, tampouco, ferem as prerrogativas dos advogados envolvidos, um direito estabelecido em lei”, encerrou a nota.
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