Depois de perder incríveis 45kg, o atacante Walter, de 35 anos, voltou a ser relacionado para um jogo de futebol profissional. Ele foi a principal contratação do Tupy de Jussara, equipe que disputa a segunda divisão do Campeonato Goiano. A estreia não foi como Walter queria. O time perdeu por 2 a 1 e ele não entrou em campo. Porém, o atacante tem motivos para comemorar.

Depois de jogar em grandes clubes e brilhar na Série A, Walter viu a carreira sucumbir após 2020. O principal motivo dentro de campo foi o ganho de peso. Em entrevista ao ge, o jogador contou que chegou a pesar 138kg quando atuou pelo Rolim de Moura-RO e que então decidiu se cuidar dentro e fora dos gramados.

Atualmente, ele está com 93kg, seu menor peso como atleta profissional. Walter afirma que se sentiu envergonhado ao ver suas imagens no futebol de Rondônia e então resolveu mudar de vida.

– Foi no último clube em que joguei lá em Rondônia. Foi um vídeo meu no Rolim de Moura. Olhei aquilo e foi uma vergonha para mim pelo profissional que eu sou e pelo nome que eu tenho. Eu falei que não queria aquilo mais. Falei que queria emagrecer. Com muita luta e força de vontade, consegui. Mas sozinho a gente não consegue. Você tem que ter os profissionais certos e a família por trás para te ajudar. Graças a Deus as coisas foram acontecendo e estão acontecendo ainda. Estou muito feliz e o mais importante é eu responder dentro de campo. Quero ajudar meus companheiros, não quero estar ali só pelo nome, e sim pela qualidade que eu tenho. Vim para cá pelo futebol que eu tenho e hoje eu tenho que estar pronto para jogar – disse Walter.

– Cheguei a pesar 138kg. Vi vídeos e fotos que eu tirei. A gente não tem noção. Eu tinha uma noção porque sempre joguei acima do peso, mas a gente não pensa que está tão mal, a gente pensa que está uma maravilha. Mas quando a gente vai para a balança, a gente toma um susto. Quando eu vi aquilo, eu falei: “acabou minha carreira”. Minha carreira ia acabar, mas isso não foi o principal. O principal foi a saúde, que estava muito ruim. Eu acordava quatro, cinco vezes por noite e não conseguia dormir – completou o jogador.

"Meus exames estavam todos alterados. Tive que mudar de atitude para a minha vida, não só para o Walter voltar a jogar (Walter)".

Walter passou a compartilhar sua rotina de treinos nas redes sociais. Duas vezes por semana, ele filma sua pesagem como se fosse um verdadeiro atleta de MMA. Para perder tanto peso, não teve outra maneira: o atacante contratou uma equipe, treinou duro e, principalmente, fechou a boca.

Em uma época em que remédios para emagrecer estão mais e evidência do que nunca, Walter é enfático: não usou nenhuma substância. O trauma de medicamentos já é antigo. Em 2018, quando estava prestes a reestrear pelo Goiás, Walter foi pego no exame antidoping e ficou dois anos suspenso, período que ele considera o mais difícil da carreira.

– Não usei nenhuma substância. Se eu tivesse usado, eu tinha falado. Tenho um medo muito grande porque já caí no doping e perdi dois anos da minha carreira. É muito difícil, foi um momento muito difícil, eu estava voltando para o Goiás em uma época boa, o Michael estava estourando. Eu tinha certeza que a gente ia se entrosar, a gente era muito amigo. Aí fiquei dois anos sem jogar futebol. Remédio nunca me ajudou em nada. Só me atrapalhou. Tenho trauma muito grande disso, foi um momento em que sofri muito, por isso que eu não quero nem ouvir falar de remédio – disse.

– É muito difícil ficar dois anos sem poder treinar. Se eu fosse para um clube para treinar eu levava mais um ano de suspensão. Eu treinava sozinho. Só eu sei o que eu passei, por isso não quero nem chegar perto de remédio – relembrou o jogador.