Arrastões na Niterói Manilha tornaram-se um encontro marcado com o crime. O trecho na altura do Jardim Catarina registra ataques várias vezes por dia, há anos. As vítimas são principalmente usuários da rodovia que se deslocam diariamente da Região dos Lagos para a capital do estado, além de moradores do Norte Fluminense. O fato é que os arrastões se multiplicam de acordo com o fluxo da BR 101 naquele segmento, tornando o cenário de insegurança uma rotina humilhante para quem passa por ali.
A pior notícia veio do CEO de uma empresa conceituada que opera diariamente nessa rota. Segundo ele, a mídia corporativa estaria ocultando os arrastões para evitar desgaste político no debate sobre segurança pública. Não há justificativa política possível para o quadro atual, já que tanto o governador do Rio de Janeiro quanto o prefeito de São Gonçalo pertencem ao Partido Liberal, cuja bandeira principal é a defesa da segurança pública. Ainda assim, a realidade é de total abandono.
A questão começa pela própria concessionária de pedágio, a Arteris. A empresa firmou acordo com a União quando deveria ter realizado a duplicação do trecho entre Leão Dourado e a segunda entrada de Macaé, no Trevo dos 40. Alegou entraves ambientais e não executou a obra. Posteriormente, declarou que abandonaria a concessão, mas participou do novo edital, concorreu sozinha e garantiu novamente o contrato de exploração da rodovia, com aumento de pedágio e regras mais favoráveis.
As concessionárias são amplamente protegidas por contratos e amparadas nas cortes brasileiras. O Código de Defesa do Consumidor é mal interpretado pelo Superior Tribunal de Justiça ao não aplicar adequadamente o conceito de fortuito interno, mesmo diante de riscos previsíveis ao usuário que paga pelo pedágio. O arrastão naquele trecho é absolutamente previsível e faz parte do risco da atividade da concessão. O consumidor, que deveria ser protegido, acaba exposto a criminosos que não apenas roubam objetos, mas também obrigam vítimas a transferirem valores para organizações criminosas através dos aplicativos bancários.
A Arteris realiza intervenções no trecho com equipes reduzidas, o que provoca congestionamentos constantes. Com a rodovia paralisada, o ambiente se torna ideal para o cometimento de crimes. Se o Judiciário aplicasse o Código de Defesa do Consumidor para responsabilizar a concessionária, o problema seria rapidamente solucionado. Quando o bolso de uma grande empresa é afetado, surgem defensores em todos os espaços como Senado, Câmara dos Deputados e Judiciário. Sempre existe alguém pronto para proteger esses interesses.
Haveria duas soluções práticas. A primeira seria indenizar imediatamente as vítimas assaltadas no trecho. A segunda seria aceitar simbolicamente um pedágio destinado aos criminosos do Jardim Catarina, já que, na prática, eles controlam o local. O consumidor não deveria trafegar sob tensão permanente. Os crimes são previsíveis. O problema é conhecido, mas permanece sem solução.
No dia 3 de dezembro, entre 11h e 12h, foi feito o trajeto entre Manilha e Niterói. Não havia nenhum patrulhamento da Polícia Militar, exceto uma guarnição da Polícia Rodoviária Federal próxima ao Atacadão, quase chegando a Niterói, com dois policiais armados com fuzis e outro oferecendo cobertura. Não se sabe se estavam protegendo o trecho ou o próprio supermercado. Já no dia 4 de dezembro, após o meio-dia, houve presença de várias equipes da Polícia Militar nos dois lados da BR 101. A novidade coincidiu com a confusão política no Rio de Janeiro.
A verdade é que todos que utilizam a BR 101 tornaram-se reféns dos criminosos naquele trecho. Não existe justificativa plausível para a ausência de policiamento 24 horas. Também não se justifica a jurisprudência do STJ que deixa de proteger o consumidor assaltado ali, já que o risco é evidente e inerente à atividade da concessionária. Concessões não podem privilegiar apenas o concessionário. Precisam proteger quem paga o pedágio.
A suspensão do pedágio poderia resolver o problema ou, alternativamente, que cada vítima fosse imediatamente indenizada pelos danos sofridos. Isso envolveria também o Governo Federal, por meio da PRF, a Polícia Militar do Estado e o município de São Gonçalo. Todos têm responsabilidade, especialmente porque o prefeito foi reeleito e conhece a gravidade da situação.
Uma colisão envolvendo dois veículos seguida de capotagem deixou duas pessoas feridas na manhã deste sábado, 6 de dezembro, na Avenida Afonso Celso, no Centro de São Francisco de Itabapoana,...
Arrastões na Niterói Manilha tornaram-se um encontro marcado com o crime. O trecho na altura do Jardim Catarina registra ataques várias vezes por dia, há anos. As vítimas são principalmente...
Desde 4 de dezembro de 2025, o Banco Central do Brasil implementou uma determinação para que todos os bancos recolham automaticamente as cédulas da primeira família do Real, emitidas em...
Um homem morreu após cair de moto na manhã deste sábado 6 de dezembro na Avenida Francisco Lamego no bairro Jardim Carioca em Guarus subdistrito de Campos dos Goytacazes no...
Uma operação do 8º BPM resultou em uma grande apreensão de drogas, armas e munições na noite desta quinta-feira no Parque Califórnia em Campos dos Goytacazes. As equipes receberam informações...
Aviso importante: a reprodução total ou parcial de qualquer conteúdo (textos, imagens, infográficos, arquivos em flash etc) do Portal Ururau não é permitida sem autorização e os devidos créditos e, caso se configure, poderá ser objeto de denúncia tanto nos mecanismo de busca quanto na esfera judicial. Se você possui um blog ou site e deseja estabelecer uma parceria com o Portal Ururau para reproduzir nosso conteúdo, entre em contato através do email: comercial@ururau.com.br
