O Governo do Estado do Rio de Janeiro confirmou oficialmente a realização de um novo concurso público para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) em 2026. O anúncio foi feito pelo governador Cláudio Castro nesta semana e prevê a abertura de 2 mil vagas para o cargo de soldado.

A iniciativa integra o plano da atual gestão de alcançar um total de 8 mil novos policiais militares no efetivo da corporação, que atualmente conta com cerca de 43 mil servidores, entre praças e oficiais. Este será o terceiro concurso da PMERJ promovido durante o governo de Cláudio Castro (PL).

“Somos o governo que mais realizou concursos nos últimos tempos”, afirmou o governador, mencionando ainda concursos da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Controladoria e outras áreas.

O cargo de soldado exige nível médio de escolaridade e oferece remuneração inicial de R$ 2.956,41 durante o curso de formação, valor que sobe para R$ 5.233,88 após a formatura. Ainda que não tenhamos informações importantes, como a data da prova e quando deve ocorrer, uma mudança importante pode ser colocada em prática no próximo edital: uma decisão recente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pode eliminar a restrição de idade máxima de 32 anos, atualmente exigida para o ingresso. Embora essa alteração ainda dependa de julgamento definitivo, a adoção ampliaria o número de candidatos aptos a concorrer.

O edital está previsto para o primeiro semestre de 2026. Enquanto isso, o histórico do último concurso oferece pistas sobre o que os candidatos podem esperar. Em 2023, a seleção foi organizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ofertou inicialmente 2 mil vagas. Contudo, em 2024, o governo autorizou a convocação de mais 2 mil excedentes, totalizando 4 mil novos soldados. A prova objetiva contou com 50 questões distribuídas entre Língua Portuguesa, Matemática Básica, Direitos Humanos, Direito Administrativo e Legislação Aplicada à PMERJ, Direito Penal e Direito Processual Penal.

Mais de 60 mil candidatos compareceram, mas apenas 11 mil seguiram para a etapa de redação. As convocações dos aprovados estão ocorrendo de forma escalonada. A primeira turma, com 529 candidatos, iniciou o Curso de Formação de Soldados (CFSD) em março de 2025. Outras turmas, compostas por 500 alunos cada, estão programadas para começar em maio, agosto e outubro deste ano. A expectativa é que os demais classificados sejam chamados ao longo de 2026, de acordo com o planejamento orçamentário disponível da corporação.

Especialistas de cursos preparatórios ouvidos pelo EXTRA recomendam que os interessados comecem a estudar imediatamente, mesmo sem edital publicado. O que vale, nesse momento, é revisar provas antigas, para não desperdiçar tempo de preparação. Para eles, quem espera o edital sair para começar a estudar já está atrasado.

ESPECIALISTAS ENSINAM NO QUE FICAR DE OLHO PARA A PREPARAÇÃO

CONTEÚDO MANTIDO

Felipe Augusto, diretor da Rede Educandus, ressalta que a tendência é que não haja grandes mudanças no conteúdo programático em relação ao último certame.

– Muito se fala sobre a possível flexibilidade no limite de idade, que no edital anterior foi de 32 anos. Essa alteração chegou a ser mencionada em coletiva, mas não há como afirmar se o limite será ampliado ou retirado totalmente. De resto, as disciplinas cobradas devem se manter. O que pode mudar é o peso ou a quantidade de questões por matéria – analisa.

Segundo a mentora de carreiras policiais Emmanuela Catunda, do Direção Concursos, a estrutura do concurso da PMERJ costuma seguir um padrão estável: prova objetiva, prova discursiva (redação), teste de aptidão física (TAF), exames psicológico, de saúde e toxicológico, além da investigação social. Ter clareza dessas etapas desde o início ajuda o candidato a se preparar de forma estratégica e equilibrada.

ESTRUTURA DAS PROVAS

Diego Ribeiro, coordenador de carreiras militares do Gran Concursos, orienta que os candidatos se baseiem firmemente no edital anterior.

– A PMERJ tem um padrão de concurso que se repete com frequência. A estrutura das provas objetivas, por exemplo, se mantém bastante parecida. Esperar para começar só quando o edital sair é um risco enorme. Quem quiser ter vantagem deve, sim, usar o edital anterior como base desde já, para construir uma rotina de estudos sólida – afirma.

PREPARAÇÃO

Felipe Augusto recomenda que o candidato foque os estudos nas disciplinas que sempre aparecem nas provas: Língua Portuguesa, Legislação Aplicada e os conteúdos relacionados aos Direitos Humanos e Direito Penal.

– Essas áreas são a espinha dorsal da prova. São conteúdos densos, que exigem leitura e prática constantes. Quanto antes o candidato se familiarizar com esses temas, maior será sua base de conhecimento.

TESTE FÍSICO

Ribeiro destaca o papel do preparo físico.

– O Teste de Aptidão Física elimina muitos candidatos bons. Não adianta ser excelente em teoria e não passar no teste físico. Por isso, o ideal é que o candidato incorpore o treino físico à sua rotina desde agora. Corrida, flexões, abdominais, barra... São exercícios que precisam de tempo para dar resultado. Deixar para treinar só quando sair o edital é um erro fatal.”

Diego também chama a atenção para outras etapas do concurso que costumam ser subestimadas: avaliação médica, psicológica, exame toxicológico e investigação social.

ETAPAS FINAIS

Catunda também orienta que os candidatos fiquem atentos às etapas finais, que envolvem exames de saúde, avaliação psicológica, toxicológico e investigação social.

– Essas fases costumam ser negligenciadas, mas têm potencial de eliminação. É importante que o candidato cuide desde já de sua saúde física e mental, evite situações que possam comprometer seu histórico e organize com antecedência toda a documentação necessária. Esses detalhes fazem a diferença no momento em que o nome estiver prestes a ser chamado.

PÓS EDITAL

O diretor da Rede Educandus aponta que, após a publicação do edital concurso, a leitura cuidadosa de cada item do documento será determinante.

– O candidato precisa entender como a média final será calculada, quais os requisitos mínimos em cada fase, o que pode eliminar automaticamente. Só depois disso deve traçar um plano de estudos intensivo, focado nos pontos que mais pesam na nota final. Não adianta sair estudando tudo de forma aleatória. É preciso estratégia, e, mais do que isso, foco na qualidade das horas líquidas de estudo, e não apenas na quantidade de tempo sentado diante dos livros.

Ribeiro, por sua vez, aponta para a mudança de postura nos estudos:

– A prioridade deve ser elaborar m cronograma intensivo de estudos, priorizando os pontos novos ou atualizados. Resolva provas anteriores e simulados da banca definida, reforce o preparo físico e garanta que seus documentos estejam em dia, pois as etapas posteriores exigem atenção e organização.