A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, anunciou que até setembro deste ano serão produzidos e entregues 11 milhões de testes para detecção do coronavírus. A declaração foi feita durante o debate on-line realizado pelas Comissões de Ciência e Tecnologia e de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), presididas pelos deputados Waldeck Carneiro (PT) e Flávio Serafini (Psol) respectivamente. O encontro com o tema “120 anos da Fiocruz e a luta contra a pandemia”, realizado nesta terça-feira (02/06), faz parte do ciclo de debates “Ciência e Soberania Nacional”.
“Temos um trabalho dedicado aos testes diagnósticos moleculares (PCR) para detecção do vírus no início dos sintomas na Bio-Manguinhos, que também produz vacinas em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP)”, explicou Nísia. Ela disse ainda que foi criado um centro hospitalar dedicado à covid-19, com 195 leitos. “Essa unidade depois será importante para atendimento de outras pesquisas sobre doenças infecciosas”, disse Nísia.
Quanto à vacina para combater a covid-19, ela destacou que o assunto ainda é um grande desafio. “Temos um grupo de pesquisa dedicado de Minas Gerais e estamos ainda discutindo o tema com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde para construir matrizes sobre qual caminho o Brasil deve seguir no prazo mais curto possível. A Bio-Manguinhos tem um papel fundamental para a elaboração dessa vacina”’, ressaltou a presidente da Fiocruz.
Medidas de flexibilização
Sobre a retomada gradual das atividades econômicas na cidade do Rio de Janeiro, após um plano elaborado pela prefeitura do Rio, Nísia disse que o risco de contaminação ainda existe até por causa da “subida da curva” do vírus. “A população ainda não tem imunidade para a doença. Vejo esse afrouxamento como uma preocupação se não houver medidas de vigilância ativas”, alertou.
O deputado Flávio Serafini (Psol), que está à frente da Comissão de Educação da Casa, afirmou que a medida mostra uma negação ao conhecimento científico por parte da sociedade podendo agravar ainda mais a crise da pandemia. “O isolamento social ainda é o principal instrumento para a contenção da doença. E isso vem de análises científicas. Estamos vivenciando uma crise na saúde e também civilizatória permeada por movimentos anticientíficos”, frisou o parlamentar.
Mediador do debate, o deputado Waldeck Carneiro também foi enfático sobre a preocupação em torno da normalização gradativa das atividades econômicas na cidade do Rio. “Ficar em casa é o que temos de mais importante para enfrentar essa pandemia. Sair às ruas sem uma vacina ou remédio contra esse vírus pode agravar ainda mais a crise na saúde que estamos vivendo”’, concluiu.
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